poema
concreto
grosso
duro
ereto
a mulher dos sonhos
é de carne e osso
tem sangue medula cabelo
ágora agora me aliviando
as tensões e pesadelos
embora onipresente oculta
nada sabe tudo de mim
teus olhos dois búzios safira
pétalas na carne de sal que me atira
ao mar das metáforas serafim
absurdo não saber que absinto
absurdo não saber o que absente
absurdo sentir como eu te sinto
magnética essa elétrica corrente
quando bebo tuas águas além mar
e as mágoas pro infinito vou levando
em teu corpo sempre hei de me lavar
ando
tão tenso
nesse tempo
estático
Tropicalirismo
girassóis - pousando
nu teu corpo – festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce
Poética
58
se a negritude ameríndia
do meu canto
lhe causa desconforto
insana criatura
com se assuste com essa química
isso se chama
SagaraNAgens
Fulinaímicas
meu girassol de metáforas
meu caldeirão de misturas
soubesse o que estava
escrito
embora muitas vezes tenha dito
assim que ela me veio
tirei o freio dos pedais
o que vai
de um lado da ponte
a outra
é o que sai da boca
o que entra é língua
que entorta
beija sem pedir licença
chupa morde - atrevida
e os caninos gozam
na entrada e na saída
Le Gumes
para
Jiddu Salanha
e Tchello d´Barros
o gume da minha faca
está bem afiado
quando fura sangra
não é funk nem fake
é punk koereano
na esperança de ser feliz
aí veio um infeliz e destruiu
EuGênio Mallarmè
22 – 100 Anos depois
Meu poema esse objeto estranho
feito de ferro alumínio barro
chumbo antimônio
estanho
nuvem pesada
por cima de cabeças ocas
flecha de índio em tua cara pálida
o brasil perdeu o pau da brasa
destruiu a casa
minha vida
se não fosse poeta
não estaria enfiando
a faca na ferida
não pertenço a esta tribo
a(r)mada de verde amarelo
a minha tribo é muito mais sacana
fulinaímica sagarana
canibal tupiniquim
venho das matas Cacomanga
das plantações de aipim
antropofágico goytacá
em overdose NU vermelho
meu coração DuBoi tatá
Oswald de Andrade meu espelho
nos roçados de mandioca
já fabriquei muita farinha
meu poema metrofágico
foi traduzido em Mandarim
dentro da aldeia carioca
sou Cordel Lua Madrinha
nos verões de fevereiro
nos carnavais do SerAfim
Artur
Gomes
www.fulinaimargens.blogspot.com
Artur
Gomes
FULINAIMICAMENTE
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