sábado, 29 de janeiro de 2022

kabrunco tisga garrutio lamparão

 


 

                                                 garrutio

 

o sobrinho do meu tio

marcou o boi com ferro em brasa

por ordens de dom Diego de la Riva

e na janela da grande casa

do Mosteiro de São Bento

Azeredo Furtado  garruchava

lençóis de trigos ao vento

enquanto o boi estribuchava

com a metáfora ensanguentada

no Couro Cru & Carne Viva

do santíssimo sacramento

 

 

lamparão

 

lamparina acesa no trovão

relâmpagos atravessam corredores

lá fora chove canivetes e navalhas

quebradeira geral no umbral

das coisas incompletas

relampejam  nos currais

sacramentados nos porões da  nossa história

 

tisga

para Adriana Medeiros

 

a faca cega risca

 os olhos da kabrunca

eita tisga de menina lamparona

no circo de lona ela salta do trapézio

como se o solo fosse cama

para estripulias prediletas

e o sol em linha reta

queima as íris da retina

mas a kabrunca da menina

resplandece em arco-íris

com sua chuva de luz

 

kabrunco

para Adriano Moura e Tonico Pereira

 

a palavra kabrunco

não existe em dicionário português

só no campistês da baixada da égua

onde compasso e régua

cheirando a sagaranagem

traçam outra estética

na arquitetura da linguagem

 

Artur Gomes

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www.arturfulinaima.blogspot.com

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