terça-feira, 21 de setembro de 2021

Memórias de Fogo - Paulo Sabino


Texto em homenagem ao Poeta Artur Gomes – Na 11ª Mesa-redonda Poesia Visual Contemporânea, no CCJF Cinelândia – Rio de Janeiro

                                                               por Paulo Sabino

 Ao fim de Memória de Fogo, peça teatral em temporada neste Centro Cultural até domingo passado, SadyBianchin, ator, diretor, roteirista e um dos responsáveis pelo texto do espetáculo, depois de fazer vários agradecimentos, fez um que, segundo ele, era o mais importante de ser feito: o agradecimento a plateia. Isso, porque, para SadyBianchin, à realização de um espetáculo teatral, podem faltar luz, a trilha sonora, o figurino, a maquiagem, o cenário; podem faltar todos esses itens. Porém, duas coisas são imprescindíveis para que a magia do teatro aconteça, para que o espetáculo possa realizar-se o ator e o público. Sem ator e público, a apresentação torna-se inviável. É dessa troca, entre ator e plateia, que uma apresentação teatral torna-se possível.

 Saí da sala, após o espetáculo, com essa sábia perspectiva levantada pelo Sady e, naturalmente, eu transpus,  para a minha vivência com a poesia: eu, Paulo Sabino, que adoro realizar saraus, encontro poéticos, a interação entre poetas e seus leitores, sei o quão importante é, para um poeta com esses mesmos interesses, ter em suja plateia, aqueles que comunguem da sua paixão maior. E hoje o Centro Cultural da Justiça Federal, a convite do curador deste evento, o querido Tchello d´Barros, eu tenho o prazer a alegria de prestar essa homenagem a um poeta cujos nome e sobrenome podemos perfeitamente trocar por  “palco”, “ribalta”, “proscênio”, “sarau”, “encontro literário”, oficina de arte cênica”, “festival literário”, porque seu movimentos em prol da poesia está em perfeita sintonia com os espaços onde se dá, onde acontece, a magia da poesia falada: este poeta é o grande e super querido ARTUR GOMES.

 Falar de ARTUR GOMES é falar de um dos maiores responsáveis pela manutenção e preservação de espaços onde desfrutamos da troca que é imprescindível às artes cênicas  troca entre poeta e plateia. Falar de ARTUR GOMES é falar de um dos poetas mais atuantes  na manutenção e preservação de locais onde a poesia falada, a poesia oral, a poesia trocada pelo verbo, é a grande estrela. E nesse seu esforço de manutenção e preservação desses espaços, ARTUR GOMES é dos poetas que mais roda o Brasil, participando de inúmeros saraus, festivais, encontros e festas literárias, ao longo de sua extensa carreira artística, mas de 40 anos dedicados à palavra – a grande musa e amante de qualquer poeta.

 Nestes 45 anos de carreira, contabilizados a partir do ano de lançamento do seu primeiro livro de poesia, Um Instante No Meu Cérebro, 1973, ARTUR GOMES, no seu amor pela palavra, e de modo abrangente, no seu amor pelas artes, desenvolveu uma série de outras frentes de trabalho: além de sua atuação como poeta, ARTUR GOMES é um artista multifacetado, um artista antenado a diversas linguagens artísticas, como o teatro, a fotografia, o audiovisual e a performance.

 Para que todos os presentes tenham ciência do que digo, de 1985 a 2002, o poeta dirigiu a “Oficina de Artes Cênicas”, do CEFET-Campos, hoje, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. De 2011 a 2012, coordenou oficinas de produção audiovisual, na mesma instituição de ensino. Em 1999 criou o FestCampos de Poesia Falada, que até hoje é realizado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, em Campos dos Goytacazes. De 2014 a 2016, esteve à frente das oficinas de teatro no “Sesc Campos”. Em 2017 dirigiu o curso de teatro multi-linguagens, no SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais de Educação Tecnológica), núcleo do Instituto Federal Fluminense. Atualmente, ARTUR GOMES é professor de interpretação, do Curso Livre de Teatro, da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, em Campos dos Goitacazes, no estado do Rio, e apresenta a performance “Poesia Viva Poesia” que já conta com mais de uma centena de apresentações. Mês passado ele participou do 1º Festival de Brasília da Poesia Brasileira, e este mês, hoje, está aqui participando da 11ª Mesa-redonda sobre Poesia Visual Contemporânea.

 E a presença de um poeta multifacetado, como é ARTUR GOMES, nesta noite, não é mera coincidência. Quando pensamos ou falamos em poesia visual, não podemos jamais, desvincular esse tipo poético do nome ARTUR GOMES. Desde o início dos anos 80, ARTUR GOMES é uma voz que dá voz-espaço à poesia visual. Em 1983, criou o projeto “Mostra Visual de Poesia Brasileira”, com o objetivo de reunir, num mesmo espaço físico, todas as linguagens poéticas contemporâneas. Em 1993, na sua décima edição, em parceria com o “Grupo Livre Espaço de Poesia”, a MVPB (Mostra Visual de Poesia Brasileira) foi realizada pele rede SESC-SP, em homenagem ao centenário de Mário de Andrade, que  culminou com o prêmio de “Evento do Ano”, concedido pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), ao Grupo Livre Espaço de Poesia.

Por muito, portanto, a homenagem prestada ao poeta precursor da poesia visual é mais do que justa. Encerrando a minha participação saúdo a poética de ARTUR GOMES lendo um poema do livro que o poeta lança neste evento, o Juras Secretas, e autografa assim que eu me calar.

                             Jura Secreta 89

 

não sou um anjo certo

estou sempre anjo torto

 

mas se fizer de mim

anjo da guarda

 

te guardarei a sete chaves

no armário do meu corpo


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