O sax na voz da palavra dentro do poema
Irina - O som vem do sopro penetra na palavra dentro do poema flutua no ar como os olhos verdes da menina de pele preta que oculta sobrevoa na sala sobre cabeças incrédulas que ainda não conhecem o estado de poesia
Federico - não tente explicar um poema é
inútil me dizia Hilda Hilst ontem na sinfonia das 7 - é triste explicar um poema é inútil também.
um poema não se explica. é como um soco no estômago ou no fígado um beijo na
boca numa noite enluarada de março quase flor de abril – e se perfeito te
alimenta para toda a vida. um soco certamente te acorda e, se for em cheio faz
cair tua máscara, essa frívola,
repugnante, empolada máscara, que tentamos manter, para atrair ou assustar. se
pelo menos um amante de poesia foi atingido e levantou de cara limpa depois de
ler minhas esbraseadas evidências líricas, escreva, apenas isso: fui
atingido... porque há de ser festa aquilo que na terra me pareceu exílio: o
ofício de poeta.
tudo que é pesado pode ser leve todo corpo é santo toda pedra
é pássaro todo espírito voa - nem tudo que sai de mim é Bento mas estive lá no
centro na carne da uva posta com vinho na boca entro no rasgo do orifício
poesia esse meu ofício em tudo que é metáfora em tudo que é invent(r)o palavras
voam ao vento poema goza por dentro
Sax – Danton Freire
*
Dulce Gabrielle - sua
flauta está me fazendo falta na minha
boca de batom teu sax uma máquina de som
fulinaimicamente a boca
do desejo morde a carne dos meus dentes e desassossega minha língua em tua boca quando dá o tom : fulinaimicamente
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Usina ( cena com Paulo Victor e
Estefany)
Paulo Victor - usina: usina são uns olhos despertos antes do sol - a boca mal lavada num gole de café e um esfregar de mãos para aquecer o dia - usina e uma longa e curta caminhada inventada em carrocerias carroças e bicicletas ou um usar de pés pra se fazer o dia -
Estefany Nogueira - usina é um balé de lenços de cabeça camisa de xadrez foice e facão entre um gole e outro de café - usina é um apito de sol à pino (feito de marmitas) quando os olhos nada dizem e as bocas são limpas por mãos em conchas –
Paulo Victor - usina é um gosto (doce-amargo) de uns caldos escorrendo ora
nas moendas ora nos moídos - é um fazer-de-conta pós-apito na birosca ao lado com
uns parceiros um remedar de vida - depois
um mal dormir de pais e filhos
(de fome de frio de
medo) para antes do sol se tenha despertado - usina é usura - são uns olhos que se estendem quando em vez a casa grande são
umas vidas escapando - pela chaminé
Sax Dalton Freire
Um rio
(cena com Dulce Gabriele)
Dulce Gabrielle - Era uma vez… Um rio Que
de tão vazio, já não era rio e nem riachão, tão pouco riacho. Não era regato, nem
era arroio, muito menos corgo. - era uma vez… um rio que, de tanta cheia, já
não era rio
e nem ribeirão. –
Paulo Victor - Era mais que Negro, era
mais que Pomba, era mais que Pedra, era mais que Pardo, era mais que Preto, bem
maior ainda que um rio grande.
Estefany Nogueira - Era uma vez… um rio que de tão antigo era temporário, era obsequente, era um rio tapado e antecedente. Que não tinha foz, que não tinha leito, que não tinha margem e nem afluente, tão pouco nascente. Mas que era um rio.
Dulce Gabrielle - Não era das Velhas, não era das Almas, não era das Mortes. Era um Paraíba, era um Paraná, era um rio parado. Rio de enchentes, rio de vazantes, rio de repentes: Um rio calado:
Paulo Victor - Sem Pirá-bandeira, Sem Piracajara, Sem Piracanjuba. Em suas águas não havia Pira não havia íba, não havia jica, não havia juba. Nem Pirá-andira, nem Piraiapeva, nem Pirarucu. Era um rio assim Sem pirá nenhum. Mas que era um rio.
Dulce Gabrielle - Era uma vez…. Um rio. Que,
de tão inerte, Já não era rio. Não desaguou no mar, não desaguou num lago, nem
em outro rio. É um rio antigo, que de tão contido não é natureza. Um dia foi
rio, há muito é represa.
Sax com Dalton Freire
Marçal Tupã
meu coração marçal tupã
sangra tupy & rock and roll
meu sangue tupiniquim
em corpo tupinambá
samba jongo maculelê
maracatu boi bumbá
a veia de curumim
é coca cola e guaraná
https://www.youtube.com/shorts/Boc9bqDOSms
Sax com Dalton Freire
tecidos sobre a terra
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(cena com Artur Gomes/Federico Baldelaire)
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https://www.facebook.com/arturgomesfulinaima/videos/1192597537795702
*
Artur Gomes - Terra, antes que alguém morra escrevo prevendo a morte arriscando a vida antes que seja tarde e que a língua da minha boca não cubra mais tua ferida entre/aberto em teus ofícios é que meu peito de poeta sangra ao corte das navalhas e minha veia mais aberta é mais um rio que se espalha - amada de muitos sonhos e pouco sexo deposito a minha boca no teu cio e uma semente fértil nos teus seios como um rio o que me dói é ter-te devorada por estranhos olhos e deter impulsos por fidelidade
ó terra incestuosa de prazer e gestos não me prendo ao laço dos teus comandantes só me enterro à fundo nos teus vagabundos com um prazer de fera e um punhal de amante minha terra é de senzalas tantas enterra em ti milhões de outras esperanças soterra em teus grilhões a voz que tenta – avança plantada em ti como canavial que a foice corta mas cravado em ti me ponho a luta mesmo sabendo – o vão estreito em cada porta - usina mói a cana o caldo e o bagaço – usina mói o braço a carne o osso - usina mói o sangue a fruta e o caroço - tritura suga torce dos pés até o pescoço e do alto da casa grande os donos do engenho controlam : o saldo e o lucro
*
(Cena com Paulo Victor)
eu nasci concreto depois fui me abstraindo me substantivando me substituindo criando outros e outras criaturas em minhas estruturas amorais do ser eu nasci assim e fui me associando a outras escritas as que foram ditas a outras não ditas as benditas as malditas e as que disseram minhas e a outras que raptei de outros pela minha nova maneira natural de ter resistência a toda qualquer coisa que não é e as que são coloco como cartas sobre a mesa para surpresa de ver que todo dia é dia d
Ó pai í ó
(Cena com Paulo Victor e Dulce Gabriele)
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Mar de fogo
*
nossas palavras escorrem pelo escorrer dos anos estradas
virtuais fossem algaravias nosso desejo que não se concreta – e eu tenho a fome
entre os dedos a sede entre os dentes e a língua sobre a escrita que ainda não
fizemos
e o que brota desse amor latente se o desejo é tua boca no lençol dos dias?
em armação de búzios tenho um amor sagrado guardado como jura
secreta que ainda não fiz para laís em teus cabelos girassóis de estrelas que
de tanto vê-las o meu olho vela e o que tanto diz onda do mar não leva da areia
da praia onde grafei teu nome para matar a sede e muito mais a fome entranhada
na carne como flor de lotus grudada na pele como tatuagem flutuando ao vento
como leve pluma no salgado corpo do além mar afora sargaço em tua boca espuma onde
vivem peixes - na cumplicidade do que escrevo agora
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Sax com Dalton Freire
*
Teatro do
Absurdo – A Mulher Que Come Livros
A Mulher Que Matou os peixes
(Cena com Artur Gomes e Estefany Nogueira)
Federico - ei vai
pra onde?
Clarice – vou
ali terminar de comer meu livro
Federico – come
aqui mesmo
Clarice – então
para de me fazer perguntas
Federico – não
posso
Clarice – não
pode por quê?
Federico – porque
sou curioso
Clarice –
curiosidade mata
Federico – você é
a mulher que matou os peixes?
Clarice – na
outra vida, outra encarnação
Federico – e você
acredita nisso?
Clarice – claro
que acredito, tanto é que estou aqui. E agora não mato peixes, agora como
livros. E para comer livros não preciso matar, basta guardar, preservar, para
ler na hora que tenho vontade.
Federico – mas
por quê você tem vontade de comer livros?
Clarice – para me
enriquecer de conhecimentos, informações, ter contato com os sentimentos dos
outros e as suas visões de mundo.
Federico – mas
isso a gente encontra no carnaval – no desfile das Escolas de Samba por exemplo
Clarice – mas eu
já lhe disse, detesto carnaval
Federico – Isso
porque você nunca viu. Nunca foi na marquês de Sapucaí
Clarice – não
muda de assunto não, e acho bom você me deixar terminar de comer meu livro
Federico – a fome
é tanta assim?
Clarice – fome,
sede, desejo tudo junto misturado
Federico – você
nãos abe fazer outra coisa não?
Clarice –
procuro... procuro mas não encontro, outra coisa que me dê tanta satisfação
como come livros! E acho que você deveria fazer o mesmo.
Federico – tá
doida. Era só o que me faltava eu um Mestre Sala da Mocidade Independente de
Padre Olivácio a Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo, comendo
livro!
Clarice – e qual
é o grande problema nessa questão, eu por exemplo. Já matei os peixes, hoje
como livros. Não vejo nenhuma contradição. Porque você que se diz mestre/sala
não pode comer um livro?
Federico –
simplesmente porque gosto do movimentos dos corpos sambando na avenida
Clarice – mas
isso é muito pouco – eu gosto de comer livros porque cada coisa tem o instante
em que ela é, e eu quero me apossar do é da coisa. E para mim corpos em
movimento na avenida não significa coisa alguma. Não vejo graça nenhuma em
carnaval.
Sax com Dalton Freire
Baby cadelinha
(Cena om Artur Gomes/Federico Baudelaire)
*
devemos não ter pressa a lâmina acesa sob o esterco de Vênus onde me perco mais me encontro menos - de tudo o que não sei só fere mais quem menos sabe sabre de mim baioneta estética cortando os versos do teu descalabro
visto uma vaca triste como a tua cara estrela cão gatilho morro:
a poesia é o salto de um vara
disse-me uma vez só quem não me disse ferve o olho do tigre enquanto plasma letal a veia no líquido do além cavalo máquina meu coração quando engatilho
devemos não ter pressa a lâmina acesa sob os demônios de Eros onde minto mais porque não veros fisto uma festa mais que tua vera
cadela pão meu filho forro: a poesia é o auto de uma fera
devemos não ter pressa a lâmina acesa sob os panos quem incesta ? perfume o odor final do melodrama sobras de mim papel e resma impressão letal dos meus dedos imprensados misto uma merda amais que tua garra panela estrada grão socorro: a poesia é o fausto de uma farra
o que é que mora em tua boca Bia? um deus um anjo ou muitos dentes claros como os olhos do diabo e uma estrela como guia? o que é que arde em tua boca Bia azeite sal pimenta e alho um cheiro azedo de cozinha tua boca é como a minha? o que é que pulsa em tua boca Bia? mar de eternas ondas que covardes não navegam rio de águas sujas onde os peixes se apagam ou um fogo cada vez mais Dante como este em minha boca de poeta/delirante nesta noite cada vez mais dia em que acendo os meus infernos em tua boca Bia?
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*
ela tinha um jeito gal fatal – vapor barato toda vez que me
trepava as unhas como um gato cantar era seu dom chegava a dominar a voz feito
cigarra cigana ébria vomitando doses dos eu canto uma vez só subiu ao palco estrela
no hotel das prateleiras companheira de ratos na pele de insetos praticando a
luz incerta no auge do apogeu a morte não é muito mais que um plug elétrico um
grito de guitarra uma centelha logo assim que ela começa algo se espelha na
carne inicial de quem morreu
Um girassol se escondeu por trás do portão de entrada. Entre
suas pétalas cantava minha amada um blues rasgado desses que não se houve mais
-
a branca flor o azul do mar e a menina dos meus olhos com a
luz de Iemanjá quem dera fosse a minha namorada e chegasse sem aviso só preciso
dos teus olhos e da luz do teu sorriso
o impulso aqui não é pouco o espírito grita dentro do corpo deliro
feito louco de tanta sede e fome como quem não vive em paz como quem não come há
muitos séculos atrás
Negra sou
(Cena com Estefany Nogueira e Jonas Menezes)
jazz free som balaio
(cena com Artur Gomes/Federico Baudelaire
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ouvidos negros Miles trumpete nos tímpanos era uma criança forte como uma bola de gude era uma criança mole como uma gosma de grude tanto faz quem tanto não me fez era uma ant/Versão de blues nalguma nigth noite uma só vez
ouvidos black rumo premeditando o breque sampa midinigth ou
aVersão de Brooklin não pense aliterações em doses múltiplas pense sinfonia em
rimas raras assim quando desperta do massificado ouvidos vais ficando dançarina
cara ao Ter-te Arte nobre minha musa Odara
ao toque dos tambores ecos sub/urbanos elétricos negróides
urbanóides gente galáxias relances luzes sumos pratos delícias de iguarias que
algum Deus consente aos gênios dos infernos que ardem gemem Arte
misturas de comboios das tribos mais distantes de múltiplas
metades juntas numa parte
*
o amor não é apenas um nome que anda por sobre a pele um dia falo letra por letra no outro calo fome por fome
é que a flor da tua pele consome a pele do meu nome cravado espinho na
chaga como marca cicatriz eu sou ator ela esfinge: Clarice/Beatriz:
assim vivemos cantando fingindo
que somos decentes para esconder o sagrado em nossos profanos
segredos
se um dia falta coragem a noite sobra do medo é que na sombra da
tatuagem
sinal enfim permanente ficou pregando uma peça em nosso passado presente
o nome tem seus mistérios que se escondem sob panos o sol é claro
quando não chove o sal é bom quando de leve para adoçar
desenganos na língua na boca na neve
o mar que vai e vem não tem volta
o amor é a coisa mais torta que mora lá dentro de mim teu céu da
boca é a porta onde o poema não tem fim
*
moro no teu mato dentro
não gosto de estar por fora
tudo que me pintar eu invento
como o beijo no teu corpo agora
desejo-te pelo menos enquanto resta
partícula mínima micro solar floresta
sendo animal da Mata Atlântica
quântico amor ou meta física
tudo o que em mim não há respostas
metáfora D´alquimim fugaz Brazílica
beijo-te a carne que te cobre os ossos
pele por pele sobre tuas costas
os bichos amam em comunhão na mata
como se fosse aquela hora exata
em que despes de mim o ser humano
do corpo rasgamos todo pano
e como um deus pagão pensamos sexo.
poema de Bertold
Brechet
(Cena com Paulo Victor e Dulce Gabrielle)
Paulo Victor – primeiro levaram os negros mas não me importei com isso eu não era negro – em seguida levaram alguns operários – mas também não me importei com isso eu não era operário – depois prenderam os miseráveis – mas não me importei com isso porque não sou miserável – depois agarraram uns desempregados – mas como tenho meu emprego também não me importei – agora estão me levando mas já é tarde como eu não me importei om ninguém ninguém se importa comigo
Dulce Gabrielle - os imprescindíveis
Há homens que lutam um dia
e são bons,
Há outros que lutam um ano
e são melhores,
Há os que lutam muitos anos
e são muito bons,
Mas há os que lutam toda vida
e estes são os imprescindíveis
Terra de Santa Cruz
ainda estamos aqui
(cena com Artur Gomes/Paulo Victor/Jonas Menezes/Dulce
Gabrielle e Estefany Nogueira)
Artur Gomes - ao batizarem-te deram-te o nome: puta posto que a tua profissão é abrir-te em camas dar-te em ferro ouro prata rios peixes minas mata deixar que os abutres devorem-te na carne o derradeiro verme
Paulo Victor - salve-lindo pendão que balança entre as pernas abertas da paz tua nobre sifilítica herança dos rende-vouz de impérios atrás
Estefany Nogueira - meu coração é tão hipócrita que não janta e mais imbecil que ainda canta: ou viram no Ipiranga às margens plácidas uma bandeira arriada num país que não levanta.
Dulce Grabielle - fosse o brazil mulher
das amazonas caminhasse passo a passo disputasse mano a mano guardasse a fauna
e a flora da fome dos tropicanos ouvisse o lamentos dos peixes jandaias araras
e tucanos não estaríamos assim condicionados aos restos do sub-humano
Jonas Menezes - só desfraldando a bandeira tropicalha é que a gente avacalha com as chaves dos mistérios desta terra tão servil: tirania sacanagem safadeza tudo rima uma beleza com a pátria mãe que nos pariu
Artur Gomes - bem no centro do universo te mando um beijo ó amada enquanto arranco uma espada do meu peito varonil espanto todas as estrelas dos berços do eternamente pra que acorde toda esta gente deste vasto céu de anil pois enquanto dorme o gigante esplêndido sono profundo não vê que do outro mundo robôs te enrabam ó mãe gentil!
Paulo Victor - telefonaram-me avisando-me que vinhas na noite uma estrela ainda brigava contra a escuridão na rua sob patas tombavam homens indefesos esperei-te 20 anos até hoje não vieste à minha porta
Dulce Gabrielle - foi um puta golpe
Jonas Menezes - o poeta estraçalha a bandeira raia o sol marginal Quinta feira na geléia geral brasileira o céu de abril não é de anil nem general é my brazil minha verde/amarela esperança portugal já vendeu para a frança e o coração latino balança entre o mar de dólar do norte e o chão dos cruzeiros do sul
Artur Gomes - o poeta esfrangalha a bandeira
raia o sol marginal Sexta feira nesta porra estrangeira e azul que
a muito índio dizia: meu coração marçal tupã sangra tupi &
rock in roll meu sangue tupiniquim em corpo tupinambá samba
jongo maculelê maracatu boi bumbá a veia de curumim é coca
cola e guaraná - o sonho rola no parque o sangue ralo no tanque
nada a ver com tipo dark muito menos com punk meu vício letal
é baiafro com ódio mortal de yank - ó baby a coisa por aqui não
mudou nada embora sejam outras siglas no emblema espada continua
a ser espada poema continua a ser poema
The End
FIM
O sax na voz da palavra
dentro do poema
concepção produção e direção
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 – zap
@fulinaima @artur.gumes
ainda estamos aqui
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