quinta-feira, 25 de agosto de 2022

fulinaimcaníssimas - poema/manifesto para o 27 de agosto

 



Fulinaimicaníssimas

Poema manifesto para o 27 de agosto  

Para Tchello d´Barros, Fernando Rossi e todo elenco da Geleia Geral – Revirando A Tropicália

 

come vento menina come vento menino não há mais metafísica no mundo do que comer vento

como osso menina come osso menino

não há mais metafísica no mundo do que

comer osso

: - mas eu prefiro chocolate salmão com vinho branco strogonoff de camarão acarajé abará pato no tucupi virado paulista feijão tropeiro e pudim de leite de sobremesa

Apesar de viver morrendo durante os últimos 365 de cada ano hoje é dia de nascer ressuscitar acontecer subir ao palco

dar nome aos bois

nome e sobrenome

 porque gente é pra bilhar e não para morrer de fome

 

Artur Gomes

Leia mais no blog https://centrodeartefulinaima.blogspot.com/

foto: Welliton Rangel 

 


Fulinaíma MultiProjetos

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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Artur Gomes - multilinguagens

 


 Navegar é preciso

para Fernando Aguiar

 

Aqui

redes em pânico

pescam esqueletos no mar

esquadras  descobrimento

espinhas de peixe convento

cabrálias esperas relento

escamas secas no prato

e um cheiro podre no AR

caranguejos explodem

mangues em pólvora

 

é surreal a nossa realidade

tubarões famintos devoram cadáveres

em nossa sala de jantar

 

como levar o   barco

em meio a essa tempestade

navegar é preciso

mas está dificilíssimo navegar

 

 Deus não joga dados

mas a gente lança

sem nem mesmo saber

se alcança

o número que se quer

 

mas como me disse mallarmè

:

- vida não é lance de dedos

A vida e lança de dardos

Deus não arde no fogo

                   mas eu ardo

 

Artur Gomes

www.fulinaimargem.blogspot.com

do livro Pátria A(r) mada

Editora Dewsconcertos – 2019

Prêmio – Oswald de Andrade

UBE-Rio - 2020

lançamento da segunda edição

em setembro próximo


Artur Gomes

Poesia na ponta da língua

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agosto

 

vento a gosto

cachorro louco

                  solto

no entre posto

confusão

em sacramento

no poema desatino

quando escrevo e não assino




 Jura Secreta 52

 injúria secreta 

Suassuna no teu corpo 
couro de cor Compadecida 
Ariano sábio e louco 
inaugura em mim a vida 

Pedra do Reino no riacho 
gumes de atalhos na pedreira 
menina dos brincos de pérola 
pétala na mola do moinho 
palavra acesa na fogueira 

pós os ismos tudo e pós 
na pele ou nas aranhas 
na carne ou nos lençóis 
no palco ou no cinema 

a palavra que procuro 
é clara quando não é gema 
até furar os meus olhos 
com alguma cascata de luz 

devassa em mim quando transcende 
lamparina que acende 
e transforma em mel 
o que antes era pus 

 

                                                               Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux – 2018




 poética 17

 

a chuva ácida desce entre os relâmpagos 
rasteja um verme sobre o chão de fósseis
os faróis do caos me anunciando tempos
onde os templos corroídos se desabam
sob os céus cinzentos barcos movimentos
não encontram cais nesse mar de Eras
para o nunca mais

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux - 2020


Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Jura Secreta 101

 


Jura secreta 101

 

nos conhecemos em noite

de acasos por acaso

poéticas soltas ao vento

lembranças sempre vivas

                 no inconsciente

 tua imagem frente a janela

as  costas nua

no espelho -  luz do sol

litoral onde mergulho

quando estou no mar

da primeira noite que amanhecemos

no Poeta Enquanto Coisa

                    o poema/carne ainda pulsa

                    nas nervuras da memória

 

Artur Gomes

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https://secretasjuras.blogspot.com/

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Sagaranagens Fulinaímicas 2

  

Sagaranagens Fulinaímicas 2

 

Itabapoana pedra pássaro

não é mais a pedra que corre na água do rio

como borboleta já fez sua metamorfose

e ocupa outro espaço no futuro

 

não sei se Bom Jesus nem sei se São Francisco

me arrisco dizer que

grande é o serTão veredas

na terceira margem do rio

quando pesco um peixe sagarânico

que não vale nada nesse mercado de consumo

 

concreto é o abstrato da metáfora

que o professor de Market

nos deu ontem na primeira aula

para que que tentássemos decifrar

nossos caminhos

na nuvem de fumaça que disfarça

a tempestade em nossos dias ?

 

Artur Gomes – 09/08/2022

leia mais no blog https://porradalirica.blogspot.com/



sagaraNAgens fulinaímicas

 

guima

meu mestre

guima

em mil perdões eu vos peço

por esta obra encarnada

na carne cabra da peste

da Hygia Ferreira bem casta

aqui nas bandas do leste

a fome de carne é madrasta

 

ave palavra profana

cabala que vos fazia

veredas em mais Sagaranas

a Morte em Vidas/Severinas

tal qual antropofagia

teu grande Sertão vou cumer

 

nem João Cabral Severino

nem Virgulino de matraca

nem meu padrinho de pia

me ensinou usar faca

ou da palavra o fazer

 

a ferramenta que afino

roubei do mestre Drummundo

que o diabo GiraMundo

é o Narciso do meu Ser

 

Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

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todo dia que não amanhece

anoitece

quem nunca leu sagaranagens

não pode dizer que me conhece 


 

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Bric A Brac - A Poesia Voando Para Outras Esferas do Planeta

 


BRIC A BRAC É MINEIRA

A BRIC XXII que veio para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 22, foi toda editada em Belorizonte ao longo de 7 meses.

 Tendo à frente o programador visual e ilustrador Romulo Garcia e o poeta-arquiteto João Diniz, além da edição geral do poeta Luis Turiba, a BRIC XXII será lançada na próxima quinta, dia 4, a partir das 17 horas, no espaço cultural Asa de Papel - rua Piauí, 631.

Esperamos todos lá num encontro que será histórico e marcante para o poetariado literário mineiro.

Sua presença é fundamental para o sucesso da nossa jornada

 Esta semana tive o imenso prazer de receber de Luis Turiba, via Walter Colton, meu belo exemplar da BRIC XXII, uma edição especial da revista experimental de poesia Bric a Brac, que foi editada em Brasília e circulou nacionalmente nas décadas de oitenta e noventa. Essa impressionante série de seis edições incluía não apenas poesia, mas também trabalhos gráficos e visuais inovadores, entrevistas com nomes como Caetano Veloso e Manoel de Barros e ensaios sobre cultura. Bric a Brac teve suas raízes mais profundas no modernismo brasileiro, falando de modo geral, e esta edição comemora o centenário da Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo, Brasil, de 10 a 17 de fevereiro de 1922. Este foi um evento sísmico para a cultura brasileira, e grande parte da arte brasileira desde aquela época dialogou e tem uma dívida com os primeiros modernistas. Dito isto, a BRIC XXII é uma homenagem não só aos pioneiros de 1922, mas a todos os 100 anos de poesia e outras artes, incluindo reflexões e declarações sobre uma cultura e um povo hoje  “sitiado”. O design e a produção desta edição são visualmente impressionantes, e os colaboradores são notáveis bastante conhecidos. A peça central é um ensaio de Augusto de Campos, fundador da Poesia Concreta e, aos 92 anos, decano dos poetas brasileiros. O projeto foi idealizado e dirigido por Turiba (poeta, amigo e colega veterano do Rio dos anos 70) juntamente com a ajuda de outros, incluindo amigos como Luca Andrade e Malu Verdi.

 

Luis Turiba: Opinião do professor de português pela Universidade da Carolina do Norte, Rob Anderson, sobre a BRIC:


A revista de poesia BRIC XXII segue seu destino cantando e encantando seus leitores e participantes.

Recebo do poeta-professor Marcos Fabrício, mineiro de Brasília, o seguinte comentátio, luz em cima da nossa edição:

Luis Turiba: Revista de invenção plural e argumento robusto, Bric-a-Brac, diretamente do Brasil criativo, deseja que o Brasil real acorde urgentemente desse pesadelo provocado pelo Brasil oficial. Encontramos, em páginas formidáveis e bem-feitas, razões e sentimentos relevantes, desenvolvidos entre as rotinas do corpo e as aventuras do espírito. Nesta publicação, a inteligência é promovida por um time autoral que admira a diversidade e respeita a democracia. Sobre a tradição e a modernidade, Bric-a-Brac oferece perspectivas ousadas e destemidas. E abre caminhos para a encruzilhada de saberes artísticos, literários, culturais, educacionais, comunicativos e ambientais. Por isso, em notável espaço de letras autênticas, dúvidas e certezas promovem um grande desfile de reflexões e sensibilidades. Cem anos de Modernismo, por exemplo, são outros quinhentos com a leitura de Bric-a-Brac.

(Marcos Fabrício Lopes da Silva).

 

uma menina chamada Beth Araújo

  Esse espaço tem "mil"textos fantásticos. Poesia ? Prosa ? Não importa ! Imponderáveis,   não há como definí-los. A construção po...