travessia
de almada vou atravessar o tejo
barco à vela portugal afora
em Lisboa vou compor um fado
e cantar no porto feito um blues rasgado
de amor pela senhora
que me espera em paz
e todo vinho que eu beber agora
será como beijo que guardei inteiro
como um marinheiro que retorna ao cais
girassóis pousando
NU – teu corpo festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce
bandeira nacional
com palavras
sons
navalhas
imagens
versos
inauguro o monumento
no planalto central
araçá azul
domingo no parque
vapor barato
mal secreto
pérola negra
construção
cabeça
poema concreto
arte
poesia
teatro
cinema
pós poema
terra em transe
tropicália
grande sertão
veredas
vidas secas
memórias do cárcere
parangolés
hélio oiticica
artur bispo do rosário
bacurau
seja herói seja marginal
exu cabra
da peste oxente
hoje acordei
com uma vontade da porra
de trepar na goiabeira
talvez assim quem sabe
ela me chame de jesus
e tire ele da cruz
ou quem sabe bacurau
para acabar com os karkamanos
ou quem sabe bakuri
ou talvez até quem sabe
ela me chame
de exu cabra da peste
um punk alucinado
do nordeste coreano
FULINAIMAGEM
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