terça-feira, 12 de outubro de 2021

pedras no meio do caminho

 


                pedras no meio do caminho

 

pedra punk

pedra dark

pedra tanque

pedra parque

 

pedra de toque

pedra de blues

pedra de rock

 

fado

tango

samba-enredo

 

pedra poema

no meio

dos meus dedos




o coelho era só uma metáfora para me mostrar o tempo da espera por não poder dar-me no momento tudo que o seu desejo então quisera


pesquisando em meu baú de guardados para o Festival Cine Vídeo de Poesia Falada, eis que encontrei essa relíquia, com o Igor Fagundes, no Parque das Ruínas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, filmado por Jiddu Saldanha, no verão de 2010,num domingo de muito rock e poesia.

clic no link para ver o vídeo

https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/1108002609294658

 

aqui uma casinha meia-água cercada de arame farpado foi transformada em laboratório a céu aberto santuário ecológico onde a poesia flui por todas as folhas pétalas e poros

estação 353 – galpão de artes

https://www.facebook.com/estacao353

 

a vida sempre em suspense

alegria a prova dos nove

fanatismo não me convence

muito menos me comove


pássaros

 elétricos

vivem a vida

por um fio

 

no universo paralelo

tenho doutorado bíblico

em chá de cogumelo

 

Pastor de Andrade

in Pátria A(r )mada

www.porradalírica.blogspot.com




 cachorrada em família

 porra Dolly esta cachorra está no cio deixa Branco alvoroçado pula tanto e quase arranha minha teia de aranha fica louca na parede trepa na lagartixa a caça de mosquitos uma semana que não chove minha hortelã tenho que molhar todo dia além da grama e dos lírios presente do Joilson Bessa – estou puto percebi agora que o cara da capina capinou meu pé de pitanga e nem terminou a empreitada que era para ser terminada ontem – Dolly e Branco mãe e filho mas cachorros que não são humanos não respeitam isso e querem trepar de qualquer jeito – e Dolly é tão cachorra que tivemos de castrar depois que pariu Federika, Branco, Mel e Mallarminha – ainda bem que agora pela manhã a chuva veio para molhar as plantas e apagar o cio

 

EuGênio Mallarmè

Estação 353

https://www.facebook.com/carnavalha/


Entrevistas com a psicóloga e terapeuta Isadora Chiminazzo Predebon, grande amiga e parceira nas minhas investigações sobre psicologia para o meu trabalho com teatro

www.faceboob.comgomesgumes



onde a poesia

se espalha

a língua nativa

não é fogo de palha

é brasa viva

 

poética

 

no silêncio do quarto

beijo tua boca ainda suja

do vinho que sobrou

depois da trama

 

o relógio na parede

marca a hora que que entramos

 

na cama do hotel

só cabem nossos corpos

dentro do poema

 

Afrodite ainda tonta

desfaz o nó do drama

 e segue pro cinema

 

na pedra do sossego

me abstenho

 

na pedra do sossego

me abstrato

 

na argamassa dos teus olhos

me preservo

 

nos mamilos dos teus seios

me concreto

 

no cio do teu corpo

me retrato

 

tempo de silêncio

tem bom

ouve-se o íntimo do som




                 amor de telenovela

 

amei uma mulher que não era

mas era como se fosse

como se fosse terra

como se fosse água

como se fosse fogo

como se fosse ar

como se fosse mata

como se fosse mar

como se fosse céu

como se fosse chuva

como se fosse chão

 

não era uma vera ficher

mas era como se fosse

não era débora secco

mas era como se fosse

nem era carolina dickman

mas era como se fosse

não era nicole kidman

mas era como se fosse

nem marieta severo

mas era como se fosse

 

não era uma imperatriz

mas o nosso castelo

era como se fosse

mas minas do rei salomão

amei essa mulher feliz

que era como se fosse

atriz de televisão



o  alvo do poeta é a meta

 

nem todo poema curto

nem todo endereço acerto

a meta do poeta é o alvo

o alvo do poeta é a meta

 

a flecha estendida no arco

o arco estendido pra seta

eu quero teus olhos de vidro

não poema em linha reta

 

nem toda cidade prova

nem todo poema povo

a clara da gema nova

pode estar dentro do ovo

 

a massa e o biscoito fino

o biscoito fino na massa

o Dia D da fornalha

acende fogueira na praça

 

todas as noite sonho

como esse nosso amor

dandara

como se fosse odara

carnaval em fevereiro

como se eu fosse

o primeiro

a tocar tua carne a vera

e o gozo desse sagrado

nada em nós fosse quimera

 

escridura

 

esse poema absurdo

direto no ouvido do surdo

escridura nos olhos dela

 

ela bem sabe o que desejo

ela bem sabe o que espero

tem canivete no sangue

 

tem alfinete entre os dentes

a faca que cora – a navalha

sangrou as tripas no ventre

 

o beijo se for que seja

com a língua lambendo a carne quente

 

vamos meu amor

fortalecer a parceria

reinventar os guetos

nas marés das tempestades

nos vendavais na ventania

ressuscitar as arte manhas

como antes se fazia

com explosão de poesia

 

malditos bem-ditos

clic no link para ver ArturGomes

interpretando Paulo Leminski e Torquato Neto

https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/285806788962850



festa da poesia

evento idealizado pelo poeta Marcio Almeida, realizado em Oliveira-MG – setembro 1988




                                     TRADUZIR-SE

 

Uma parte de mim

é todo mundo;

outra parte é ninguém

fundo sem fundo

 

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão

 

Uma parte de mim

pesa pondera;

outra parte

delira

 

Uma parte de mim

almoça e janta;

outra parte

es espanta

 

Uma parte de mim

é permanente;

outra parte

se sabe de repente

 

Uma parte de mim

é só vertigem

outra parte

linguagem

 

Traduzir-se uma parte

em outra parte

- que é uma questão

de vida e morte

será Arte?

 

Ferreira Gullar

Na Vertigem Do Dia - 1980




 teresina

 

teu leite escorre

em minha boca

como cascata de chuva

 

depois que mordi a uva

e me levaste pra cama

em noites de teresina

 

deixei de ser menia

após o terceiro drama

 

Federika Lispector

www.suorecio.blogspot.com



murilínDianamente

 

o poeta experimental

passeia sua cueca monossilábica

por cima dos pianos

na madrugada devorando amoras

 

macabea implora

nossa senhora das derrotas

para enfrentar o desvario

 

o poeta está nu cio. macabea corre

o poeta inflama em inverso

macabea chora

 

experimental barroco

o poeta sobrevoa

palácios e urubus

 

macabea tenta

mas não consegue ser pagu

o poeta é phoda

 

macabea pede

o menino faz que não entende

macabea implora

e o poeta põe na metáfora do cu

 

Artur Gomes

BraiLírica Pereira : A Traição das Metáforas

www.braziliricapereira.blogspot.com




 Artur Gomes

Da Nascente A Foz: Um Rio De Palavras

www.fulinaimargens.blogspot.com

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