quinta-feira, 14 de outubro de 2021

anti/lírica



sou o mestre sala

não me roube a fala

nem a anarquia

que não sou político

carregador de mala

 

e que zeus me livre

dessa corja insana

que arrombou brasil

quero que se foda

a putaria toda

e o genocida

desça a rampa que subiu

 

Federico DuBoi

 


no espelho da raridade

cheirei as flores do mal

pensando ser bem-me-quer

um dia sou paulo leminski

no outro : sou charles Baudelaire

 

Federico Badelaire




                                                            não vou

guardar os sábados

em nome de jesus

 

e me deixar

crucificada numa cruz

que só causa dor

 

aos sábados

eu pratico a arte

de fazer amor

 

Federika Lispector



bruna

é quando a bruma

ainda espuma

espora e sal

em branca areia

eu encantado

        ela sereia 



 

roberta agora

só se for cainelli

bruna só se for pelleto

 

vestido

 pode ser a pele

que encobre

a nudez do esqueleto

 

o beijo agora

só se for ao vivo

e-mail só se for inteiro

 

fantasia

só se for de tanga

camila só se for pitanga

 

carnaval

a gente transa

em fevereiro



tem urubus no telhado

a carne seca é servida

uma escorpião encravado

na sua própria ferida

não escapa

só escapo pela porta de saída

 

Torquato Neto




                   memorial dos ossos

 

espora uma palavra amolada

dessas que cortam a carne

no primeiro toque

 

espora

em meu sentido rock

não um mero truque

no pulsar da língua

que a tua pele lambe

quando saliva aflora

 

espora

em meu cavalo branco

o simbolismo aceso

todo dia é dia de São Jorge

Jorge Luis Borges

num plural latino

escavar a terra em busca da palavra

quando o nervo implora

 

espora

temporal dos músculos

memorial dos ossos

nesse tempo bruto

tudo no que posso




sempre nua

bem comida bem amada

deito de bunda pra lua

toda nudez

não será castigada

 

Gigi Mocidade

www.porradalirica.blogspot.com




   como eu escrevo: Artur Gomes

entrevista concedida a José Nunes

para o site: www.comoeuescrevo.com.br

 

na zona do planalto

enquanto a boiada passa

o povo se infectou

 

o vírus verme o gado

transforma em curral cercado

o pa(lás)cio da alvorada

pós facada que não sangrou



CARNE PROIBIDA

 

o preço atual

proíbes que me comas

mas pra ti estou de graça

pra ti não tenho preço

 

sou eu quem me ofereço

a ti: músculo & osso

leva-me à boca

e completa o teu almoço

 

Artur Gomes

www.suorecio.blogspot.com



com uma câmera nas mãos

um poema na caneca

vamos filmar o poema

            antes que desapareça

Festival Cine Vídeo De Poesia Falada  

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

Fulinaíma MultiProjetos

https://www.facebook.com/studiofulinaima

 

esse vinho

em minha boca

me lembra

um beijo

no papel de pão

 

guardanapo

nos vinhedos

de um espelho

quase em vão



quanto mais me fragmento

mais me multiplico

diamante de porto rico

em são sebastião do sacramento  



 1º De Abril

 

ela era bruna

em noite de blues rasgado

soltou a voz feito joplin

num canto desesperado

por ser 1º de abril

aquele dia marcado

 

a voz rasgou a garganta

na santa loucura santa

com tanta força no canto

que até hoje relembro

daquela musa na sala

com tua boca do inferno

beijando meus dentes na fala

 

Artur Gomes

www.porradalirica.blogspot.com

1º de abril de 2014 no barra e restaurante dona baronesa campos dos goytacazes-rj




 

Artur Gomes

FULINAIMAGEM

www.fulinaimagens.blogspot.com

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