terça-feira, 24 de maio de 2022

por onde andará Macunaíma?

 

Por onde andará Macunaíma?

 Um tributo ao tropicalirismo em Mário de Andrade

 


O poeta é um fingidor

 

chove aqui dentro

mais do que lá fora

eu tenho pressa

de olhar teus olhos

nesse mar de angra

o pau brasil sangra

 

enquanto isso

ela passeia no egito

entre templos sagrados

dessas múmias quânticas

 

me perdoa

o poeta é um fingidor

mas eu não sou Fernando Pessoa


poema atávico

 

e se a gente se amasse uma vez só

a tarde ainda arde primavera tanta

nesse outubro quanto

de manhãs tão cinzas

 

nesse momento em Bento Gonçalves

Mauri Menegotto termina

de lapidar mais uma pedra

tem seus olhos no brilho da escultura

 

confesso tenho andado meio triste

na geografia da distância

esse poema atávico tem

a cor da tua pele

a carne sob os lençóis

onde meus dedos

ainda não nasceram

 

algum deus

anda me pregando peças

num lance de dados mallarmaicos

 

comovido

ainda te procuro em palavras aramaicas

e a pele dos meus olhos anda perdida

em teu vestido


Tropicalirismo

 

girassóis pousando

Nu – teu corpo festa

beija flor seresta

poesia fosse

esse sol que emana

do teu fogo farto

lambuzando a uva

de saliva doce


O poeta enquanto coisa


teus olhos
velam mistérios
teus olhos
guardam segredos
um mar de verde/amarelo
azul de um tempo abstrato
branco na íris retina

teus olhos
serpentes da china
assassinos daquela menina
teu veneno enigmático

Artur Gomes

https://fulinaimicamente.blogspot.com/

 

Fulinaima MultiProjetos

https://centrodeartefulinaima.blogspot.com/

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