segunda-feira, 28 de março de 2022

PoÉticas Fulinaímicas

 


No próximo dia 9 estarei em Campos autografando meus livros Juras Secretas e O Poeta Enquanto Coisa na festa de aniversário de um grande amigo parceiro, dos tempos em que no Estado do Rio de Janeiro, havia Festivais de Música em cidades como Campos, São Fidélis, Itaocara, Macaé, Miracema, Santo Antônio de Pádua e por aí vai.

Lei mais no blog

https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/2022/03/o-poeta-enquanto-coisa.html

 Nessa noite o meu amigo estará lançando o seu primeiro CD, onde estou presente em duas parcerias: Águas Claras e Qualquer Luz. Um outro grande parceiro Paulo Ciranda, também está nesse CD, com Estrelas. Tenho certeza que será uma grande surpresa os meios musicais  Campistas.

 Clic no link para ler o e-book O Homem Com A Flor Na Boca – de Artur Gomes produzido por Jiddu Saldanha

 https://jidduksonline.com.br/wp-content/uploads/2021/08/O-HOMEM-COM-A-FLOR-NA-BOCA-OU-O-POETA-ENQUANTO-COISA-ARTUR-GOMES-2021-POESIA.pdf



algas se decompondo

 

pisei em algas podres

ontem nas areias de Manguinhos

queimaram as solas dos meus pés

peixes morrem envenenados

nem precisam comê-las

o calor nas águas provocados

pela decomposição se incumbe

de mata-los

 

Artur Gomes Fulinaíma

www.fulinaimargem.blogspot.com

 

 ontem gargaú

hoje buena

vida plena

nas asas da poesia

algaravia em meu pedal

estrada que vai dar no mar

estou me guardando para o carnaval

 

Federico Baudelaire

www.fulinaimacentrodearte.blogspot.com







por onde andará macunaíma

 

era uma vez um mangue

por onde andará macunaíma

na sua carne no seu sangue

 

na medula no osso

será que ainda existe

algum vestígio de Macunaíma

na veia do seu pescoço?

 

Artur Fulinaíma

www.coletivomacunaima.blogspot.com



o poeta

 

antes um tigre

me enfiava as patas

me doía

 

ontem o poeta

me enfiava a língua

enquanto eu chupava

ele me lambia

 

Rúbia Querubim

www.ciadesafiodeteatro.blogspot.com



 

O LEÃO

 

em meu peito há um leão que urge

mas eu lhe digo: — fique quieto leão!

e no segundo seguinte que surge

não me seguro diante do não

e o cutuco no coração para que ruge

e lhe digo novamente — fique quieto leão!

 

e o leão, agora bravo,

não me escuta diante do maltrato

e lhe digo gentilmente: — fique calmo leão!

 

só que sempre em frente ao perigo eminente

sei muito bem aquilo que fatigo por contente...

 

próximo ao poente, camuflado entre a giesta

o rei da floresta, carente de afago e amigo

organiza a seresta do estrago comigo...

 

em recuo arrependido eu me digo:

— não se cutuca o leão!

você nunca aprende esta lição

 

 Jéssica Iancoski



o amor

uma galocha velha

se embrenhando em terra de mato, rio de gente

que eu nunca tiro

 

tiro!

 

e cuido dos pés

indeterminadamente

enquanto reedito

os mapas

 

Clara Baccarin



 

 

Coador de café

 

café coado na calcinha

com cheiro que vem de Fescênia

e deixa o poeta tonto, tonto

da cafeína e do cio da menina

talvez seja o cheiro de torrado

a fazer o poeta espirrar

sacas e sacas de grãos

com o cheiro daquele lugar

a mãe costumava dizer:

“cuidado com aquelas garotas

que costumam coar café na calcinha

dessas não consegue se escapar

nem pela porta da cozinha”

mas conselho foi feito para não seguir

e o poeta foi atrás de outras minas

o coitado virou refém do café

e do coador em formato de calcinha.

 

Linaldo Guedes




Fulinaíma MultiProjetos

www.fulinaimamultiprojetos.blogspot.com

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