discípulo de
Rimbaud
minha tv pifou
nem tenho ido ao cinema
meu filme está carne da palavra
esse poema é trágico
me lembra infância lá na cacomanga
televisão nunca tivemos
era rádio de pilha depois de bateria
meu pai criava porcos
para vender na primavera
e complementar o seu salário
que nem o mínimo era
carteira de trabalho nunca teve
como administrador de uma fazenda
com mais de 1000 alqueires de terra
com produção agropecuária
canavieira e cerâmica industrial
esse é um poema em linha reta
nem seu por quê e para que
me tornei poeta discípulo de Rimbaud
talvez só para escrever
que no Brasil mesmo depois da Abolição
Escravidão nunca terminou
Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
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24 de junho Noite de São João
Uma noite tropicanalista com a realização da
Primeira Edição na Santa Paciência Casa Criativa da Geleia Geral – Revirando a
Tropicália – Semana 22 – 100 Anos Depois, realizada na última sexta feira 24 de
junho.
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Recado que recebo via zap do meu querido Adriano Moura que neste momento
se encontra num giro pela Europa fazendo palestras em Universidades na Espanha
e em Portugal.
"Amanhã falarei, dentre outros assuntos,
sobre sua poesia na Universidade Fernando Pessoa, em Porto."
Para quem não sabe Adriano Moura é Professor do
IFF e Doutor em Literatura pela Universidade Federal de Juiz de Fora-MG. E é
dele o prefácio do meu ainda inédito O Homem Com A Flor Na Boca : Deus Não Joga
Dados.
Sarau
Bracutaico 2 – Geleia Geral 353
Dia 20 – Agosto – 19h
Local – Ong Beija Flor - Casa da Solidariedade
Rua Ari Parreira, 26 – Barra Velha – Gargaú – São
Francisco do Itabapoana-RJ
quixaba uma palavra estranha
assim como katchup guanabara guaxindiba
guarapari lembra-me índio capixaba
goiaba carne vermelha
teu corpo nu diante do espelho
página do livro onde te grafitei
em couro cru & carne viva
alga marinha nascida em mar de angra
a flor da pele ainda sangra
como último beijo mordido na boca
sem sinal de despedida
Artur Gomes
Artur Gomes
Poesia na ponta da língua
se inscreva no canal
https://www.youtube.com/user/cabanagaivotas/videos
o curral das
merdavilhas
o brasil já foi ilha de vera cruz
e nunca foi ilha
já foi terra de santa cruz
e nunca foi santa
hoje ninguém mais se espanta
com o volume das trapaças
no curral das merdavilhas
Artur Fulinaíma
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lembranças de 2022 - autografando a 2ª Edição do Pátria A(r)mada no largo dos Pescadores em Piracicaba - no projeto CALDO - Tradições e Contemporaneidade - SESC-SP
Menina Oxum
é por você que me deleito
só por você que me deliro
do lado esquerdo do peito
é por você que me trans-piro
por tudo que foi secreto
por tudo que é sagrado
por quanto já foi escrito
ou ainda não foi falado
na pedra itapemirim
na pedra de itaocara
guapimirim curumim
guarapari guanabara
em toda água seus mitos
tua flor de Lótus tão rara
menina Oxum infinito
minha folha verde bonsai
na-mora dentro de mim
de dentro de mim não sai
Artur Gomes
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quem
dera
fosse minha namorada
e chegasse sem aviso
só preciso dos teus olhos
e da luz do teu sorriso
entre os dentes
esse gosto de fel na boca
o sangue na ponta da língua
o dente de alho
mastigado entre os dentes
e o nojo incontrolável
da palavra presidente
Federika Lispector
Pessoal
intransferível, Torquato Neto.
“Escute, meu chapa: um poeta não se faz com
versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e
estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem
e explodir com ela. Nada nos bolsos e nas mãos. Sabendo: perigoso, divino,
maravilhoso.
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei
que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os versos debaixo do
braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. Difícil, pra quem não
é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está
sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes.
E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, herdeiro da
poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode
berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora
do perigo é o homem, nem que seja o boi.
Adeusão (14/09/ 1971 – 3a feira).”
Tudo do Torquato Neto, achado em Os últimos dias
de Paupéria ou em Torquatália.
a imaginação
aqui tem uma menina que vem de lá do outro lado do
belo horizonte. muito além das minas da pedra de drummond. a vi pela primeira
vez na serra de uma cachoeira não sei a quanto tempo nem sei que tempo foi. se
era vento sol ou chuva nem me lembro se era poça d´água, mas me lembro do um
poema de Adélia falando de medo de fios elétricos relâmpios, trovoadas e de
certos bichos que não falo.
com dois me deito
com três me levanto
com a graça de zeus
e do divino espírito santo
Federika Lispector
poeminha
didático
olho o mar o infinito
o barulho é como um grito
trazido à praia em cada onda
como pedido de socorro
me ajuda se não eu morro
como qualquer ser natural
o homem como animal
deveria ser mais sensato
e não cuspir no prato
da sua mãe/natureza
mas a ignorância a ganância
– exploração
não podem deter a desgraça
do tao da poluição
Federico Baudelaire
Mariana de
Piracicaba
registro um mar de fogo
mariana um rio de piracicaba
escorre em minha cama
sob os lençóis de cananeia
nem jocasta nem medeia
na minha camisa de vênus
na tua boca de lótus
por tantos anos que não passam
nesse torpor que não me cessa
nem mesmo o chá me acalma
o teu corpo em minha unhas
no espelho tua alma
por mais que eu queira sonhar
meu amor por tantas eras
que nem mesmo sei contar
são saruê 1
o vento nordeste
atiça meu ser cabra da peste
assumo o risco
sou diabo sou curisco
boto a peixeira na cinta
pra pular fogueira
em noites de São João
meu Xangô Xangô menino
viva o povo nordestino
nosso deus é Lampião
são saruê
festa no sertão é bala
bola no buraco é búlica
cabral não descobriu a pólvora
por trás de cada coisa pública
a chama do lampião na palha
fogueira sempre quero acesa
linguagem meu fuzil metralha
explosão como feijão na mesa
(Para minha bisavó e minha filha Valéria Amor-in)
Perdida nas sombras tortas
do cerrado
catando gravetos
folhas secas
flores murchas
um resto qualquer
de cigarra morta
que negue essa aldeia
a pulsar ancestralmente
na batida do meu peito
Goyá! Goyá! Goyá!
Goyá! Goyá! Goyá!
Goyá! Goyá! Goyá!
Buscando uma erva
que cure de vez
a dor de uma ausência
das fogueiras que jamais
me esquentaram os pés
Goyááááááááááááá!
Sugando o encarnado
das caliandras
para tingir meu sangue
de outro vermelho
mais luz
menos dor
mais planta
menos eu
Lilia Diniz
jura secreta 89
a face oculta da maçã
duas partes que se abrem
pêssegos
campos de girassóis
teus pelos
alvoroçados sob sol
de Amsterdã
enquanto isso
em teus mamilos penso
o que ainda não comi
desta maçã.
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
www.secretasjuras.blogspot.com
AMAVISSE
O escritor e seus múltiplos vem vos dizer adeus.
Tentou na palavra o extremo-tudo
E esboçou-se santo, prostituto e corifeu. A
infância
Foi velada: obscura na teia da poesia e da loucura.
A juventude apenas uma lauda de lascívia, de
frêmito
Tempo-Nada na página.
Depois, transgressor metalescente de percursos
Colou-se à compaixão, abismos e à sua própria
sombra.
Poupem-no o desperdício de explicar o ato de
brincar.
A dádiva de antes (a obra) excedeu-se no luxo.
O Caderno Rosa é apenas resíduo de um
"Potlatch".
E hoje, repetindo Bataille:
"Sinto-me livre para fracassar"
Hilda Hilst
Entre ferro e
fio
Com punhal
sem sangue
e sem ruído
a agulha vara a carne do tecido.
Ouvem-se apenas
Do metal vencido
a queixa do dedal
e um leve sibilar
ferindo as fibras.
A linha se insinua
serpente que
entre trama e urdidura
de outros fios se defende
e ponto a ponto
impõe
nova estrutura.
A essa falsa fronteira
que sem ser cicatriz
o corte emenda escondida na beira
a essa comovente arquitetura
batizamos
costura.
Marina Colasanti
In Poesia do Brasil – Vol. 15
Lançada no 20º Congresso Brasileiro de Poesia
- Proyecto Cultural Sur Brasil – Grafite Editora
às vezes
o substantivo carece
de mais substantivos
o verbo de verbos
verbos de advérbios
as palavras fazem crescer o mundo
mas a língua não é a realidade
nem a arte se assemelha à natureza
criam outra
realidade que expande a realidade
(às vezes)
no branco da página
Aricy Curvello
In 50 poemas escolhidos pelo autor
Edições Galo Branco
poética 35
para Ronaldo Werneck
foto grafias
foto gramas
pomba rio
pomba minas
rio prece
rio drama
minas tomba
esquadro poema pátrio
partido penetrado
por quem descobriu a pólvora
pavio explodindo chamas
Artur Gomes
poéticas fulinaímicas
www.personasarturianas.blogspot.com
atenção carnavalescos da Beija Flor e componentes da comissão julgadora
do Carnaval do Rio de Janeiro de 2013, uma leitura nesse poema do Eliakin
Rufino, seria fundamental pra vocês entenderem melhor o que é um Cavalo, que
nunca foi e nem nunca será um amigo fiel. O Cavalo nasce para o campo, livre de
qualquer cabresto ou cela, só se rende a dominação humana pelo chicote e pela
espora.
Cavalo Selvagem
eu sou cavalo selvagem
não sei do peso da sela
não tenho freio nos beiços
nem cabresto
nem marca de ferro quente
não tenho crina cortada
não sou bicho de curral
eu sou cavalo selvagem
meu pasto é campo sem fim
para mim não existe cerca
sigo somente o capim
eu sou cavalo selvagem
selvagem é minha alegria
de ser livre noite e dia
selvagem é só apelido
meu nome mesmo é cavalo
cavalo solto no pasto
veloz carreira que faço
lavrado todo atravesso
caminhos no campo eu traço
eu corro livre galope
transformo galope em verso
eu sou cavalo selvagem
sou garanhão neste campo
eu sou rebelde alazão
sou personagem de lendas
sou conversa nas fazendas
sou filho livre do chão
eu sou cavalo selvagem
meu mundo é a imensidão
Eliakin Rufino
In Cavalo Selvagem
VALER Editora
www.editoravaler.com.br
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
meus lábios em teus ouvidos
flechas netuno cupido
a faca na língua a língua na faca
a febre em patas de vaca
as unhas sujas de Lorca
cebola pré sal com pimenta
tempero sabre de fogo
na tua língua com coentro
qualquer paixão re/invento
o corpo/mar quando agita
na preamar arrebenta
espuma esperma semeia
sementes letra por letra
na bruma branca da areia
sem pensar qualquer sentido
grafito em teu corpo despido
poemas na lua cheia
Artur Gomes
www.fulinaimargem.blogspot.com
foto: Brenda Sangi Fotografia
fulinaímica
não sei escrevo tanto
não sei se escrevo tenso
um fio elétrico suspenso
com tanta coisa no Ar
não sei se olho em teu olho
pra encontrar a entrada
da porta da tua casa
onde a palavra estiver
não sei se pinto um van gog
ou se escrevo um boudeler
a pétala da flor deságua
sobre a flor da tua pele
na correnteza desse rio
eu bebo tudo que revele
cada gota dessa água
na leveza do teu cio
eu não sou flor que se cheire
nem mofo de língua morta
o correto deixei na cacomanga
matagal onde nasci
desde que resolvi abrir o meu baú de ossos da
memória, que algumas pessoas, que antes desfilavam por aqui como amigas, agora
fogem da página como diabo foge da cruz.
não escrevo para sacerdotes, escrevo para quem
vive em liberdade, e faz da liberdade o seu sentido maior de viver. não vivo
atras de portas/cortinas escondido embaixo de panos. a minha língua é explícita
linguagem voraz e sacana, aprendi com Oswald de Andrade, que humor, sarcasmo,
ironia, são armas mortais contra a hipocrisia.
Texto imperdível do saudoso Sérgio
Provisano que faço questão de postar aqui:
Caro Fernando Leite, Artur Gomes Gumes, o
famigerado Lady Gumes, cuja língua é uma faca de mil gumes, cuja Poesia corta a
carne da gente como um canto torto, vem com essa conversa (a)fiada, tentando
nos convencer que pintar o nu não era canibalizar o modelo, quando sabemos dos
seus verdadeiros instintos canibais, que extrapolam as fronteiras do
antropofagismo decantado na Semana de Arte Moderna, lá pelos idos de 1922,
quando nem nascidos éramos e da qual ele se considera o único e verdadeiro
herdeiro, mas vamos aos fatos, a real intenção à época era canibalizar o modelo
e, dizem as más línguas (e aí, nem que me torturem eu direi que a minha fonte é
Genilson Soares), tal canibalização ocorreu, no sentido bíblico, o que teria
quase causado uma tentativa de homicídio com fundo lavar a honra, mas são
fofocas, agora extemporâneas, que não cabem mais serem levantadas, afinal, tais
fatos aconteceram em 1989 e, foram questionados até num artigo escrito na
época, pelo atual ex-Secretário de Cultura Oravio De Campos Soares, enfim, eu
me calo para não ser chamado de fofoqueiro, pelos fofoqueiros de plantão,
dentre os quais, eu me incluo, é claro.
na foto com minha querida musa Hilda,no parque das ruínas, santa teresa - rio de janeiro - 2010
com os dentes
cravados na memória
em 1984 quando eu e césar castro colocamos fogo no
Palácio da Cultura, nada mais queríamos naquele momento do que mudanças nos
destinos da cidade. Passaram-se 4 anos e em 1998 o então prefeito Zezé Barbosa
não conseguiu eleger o seu sucessor Jorge Renato Pereira Pinto. Elegeu-se então
pela primeira vez o candidato do movimento Muda Campos, que todos sabem quem, e
infelizmente mudou-se para pior. Se hoje colocarmos novamente fogo no Palácio,
pode levar novamente 4 anos para mudar, mas que muda muda. O Patrono Oswaldo
Lima, de passagem pelo terreirão da Mocidade, disse que só fogo não adianta, ali
só uma bomba mesmo.
A Traição das
Metáforas
em Brazílica Pereira de Campos ex-dos Goytacazes
no presídio federal fluminense a rainha das artes cínicas Federika Bezerra
esfola um cordeiro a unha, e desafia Macabea a estrela que não sobe para uma
cena melodramática no pasto das oliveiras.
- Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de
Luís de Camões gosto de ser e de estar e quero me dedicar a criar confusões de
prosódia e uma profusão de paródias que encurtem dores e furtem cores como
camaleões (caetano veloso)
Zé do Burro carregava sua cruz misticamente
enquanto Rosa sua mulher adúltera prevaricava no terreiro dançando ao som dos
atabaques em louvor a Iansã.
Foi aí que Macabea deu o troço:
- não admito poeta no presídio fazendo filme pornô.
Mas enquanto falava seus olhos esbugalhados não
cansavam de olhar a Rosa gozando descaradamente da sua cara de santa do pau oco.
Pessoas fingem que vivem quando não gozam.
Federika não, goza da cara cínica do cordeiro sendo destrinchado no Banquete
Antropofágico em homenagem a Oswald de Andrade, na porta do Teatro Trianon,
enquanto o poeta pornô desflauda sua bandeira nua e crua descabaçando as flores
da rua espuma/esperma semeia e o corpo despido da prosa grafita na lua cheia.
Federico Baudelaire
o mestre sala dos mares nunca dantes navegado
Com os Dentes
Cravados na Memória
Voltando a década de 80, exatamente 1988 Sérgio
Provisano me lembra uma cena hilária Fernando Leite. Estávamos reunidos numa
tarde na sala de Oscar Wagner, pós expediente, para uma rodada costumeira de
queijos e vinhos, e Nilson Siqueira, o pintor Nilsinho Maluqinho noivo na época
de Dona Maria, além de Jeanzinho, tinha lá sua queda por Jô, nossa modelo
canibalizada.
Quando algumas garrafas de vinho já tinham sido
consumidas, Genilson tocou num assunto que Dona Maria não gostou e não perdeu
tempo, sentou a mão no Maluquinho, que deixou Nilsinho, com o pescoço torto até
hoje. E lembro-me que esta cena veio se repetir em 89 no verão do Farol, numa
linda noite de lua cheia, quando na Casa de Cultura, Dona Maria soube que
Nilsinho havia convidado Jô a nossa modelo canibalizada, para um jantar.
Na mesa do Bar de Zé Antonio, estávamos reunidos
já com algumas cervejas consumidas quando chegou Dona Maria e não perdeu tempo,
exemplou o Maluquinho novamente. Nesta noite estava conosco também desde 81, o
apelido que Gilson tinha colocado em uma das nossas musas da época,
frequentadora do Estudio 52, que vivia provocando delírios etílicos em Jorge
Teles nosso cinegrafista de plantão.
Artur Gomes Gumes
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