quinta-feira, 6 de abril de 2023

a flor dos meus delírios

  

A flor dos meus delírios

tem um nome indecifrável

quase impossível e se definir

passeia na ponta da minha língua

uma palavra com J

faz tempo acho que desde 1996

numa madrugada de agosto

na fonte do desejo

bebi tua sede de vinho

tua carne não matou a minha fome

ainda – nas entranhas dos vinhedos

mesmo que não quisesse negar não posso

seria falso dizer que não desejo

 

Artur Gomes

6 – abril – 2023

O Homem Com A Flor Na Boca

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/


Jogo de Dadaista -

não sou iluminista nem pretender eu quero o cravo e a rosa comer o verso e a prosa devorar a lírica a métrica a carne da musa seja branca negra verde amarela cafuza eu sou do mato curupira carrapato sou da febre sou dos ossos sou da lira do delírio São Virgílio é o meu sócio Pernambuco Amaralina vida breve ou sempre vida severina seja mulher ou só menina que sendo santa prostituta cafetina devorar é minha sina e profanar é o meu negócio.

 

Artur Gomes

Juras Secretas

https://secretasjuras.blogspot.com/

 clique no link para ver o vídeo

https://www.facebook.com/artur.fulinaima.5/videos/5937508863013967




 Love song


quando você me aperta o coração
cortando da gaivota
o silêncio
da solidão, o frio
aprendo aos poucos os acordes de "La Vie em Rose"
te dou metade d palavra amor
e espero do caminho,
a outra metade

Natália Agra

do livro De Repente Chuva
Corsário Satã - 2017


 

memórias no desassossego

não sou Fernando Pessoa
mas acordei com o coração em alvoroço
aliás nem dormi literalmente no desassossego

na memória Uilcon Pereira passeava
com o seu coração de boatos
a procura do Gabriel de La Puente
que até hoje não sabemos a ponte
por onde atravessou sem direito a despedida

a luz do Farol da Barra me vem aos olhos
de um amor que vem chegando
e me promete acarajés e escadarias
o tempo ah! o tempo e seus contornos inesperados

quando iria imaginar que depois de ouvir por tanto tempo
com paixão sem limites

Gil
Caetano
Gal
Bethânia

estaria agora assim tão assim
no colo de uma baiana
bebendo o líquido bom
que algum deus me reservou
e deixou guardada para mim. ?

Artur Gomes
na memória do desassossego
O Poeta Enquanto Coisa


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