fulinaimagens
itabapoana
são francisco não me engana
na alquimia sagrada da pessoa
sou pedra profana que voa
eu sou
a tempestade
curta e grossa
a dinamite
na tapera
cacomanga
na palhoça
o número ímpar
na página 3 da taboada
que estudei na minha infância
a trovoada
a ventania
caldeirão tufão furacão
revolução
na travessia
sou o cão
fã incondicional
da poesia
de Ademir Assunção
*
“Alegria
é a prova dos 9”
Oswald de Andrade
inquisição : uma outra
fedra margarida me pergunta
:
quem vai tomar posse dia 19
Federika Bezerra ou Lady Gumes?
respondo
:
Federico DuBoi de Baudelaire
Irina Serafina e os discípulos
& discípulas de EuGênio Mallarmè
Artur
Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
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Poeta Artur Gomes é eleito para cadeira 12 da Academia Campista de Letras
O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho
*
Os membros da Academia Campista de Letras (ACL) elegeram Artur Gomes, poeta, ator e produtor cultural, para ocupar a cadeira n. 12 da instituição, na noite de quinta-feira (3).
O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho, tendo como patrono Heitor de Araújo Silva.
Candidataram-se como postulantes à vaga os escritores Diego Nunes Abreu, Ivan Vilela Júnior, Pedro Henrique Rodrigues Ribeiro, Thais de Souza Silva, Wedson Felipe Cabral Pacheco e Wesley Barbosa Machado.
As candidaturas, previamente analisadas pela comissão eleitoral (formada pelo presidente Ronaldo Junior, pelo segundo vice-presidente Carlos Augusto Alencar e pela Secretária Titular Sylvia Paes), foram deferidas e assim votadas: Artur Gomes obteve 15 votos, enquanto Pedro Henrique Ribeiro obteve 1 voto. Os demais não receberam votos.
A cerimônia de posse está marcada para ocorrer no sábado, dia 19 de outubro, às 16h, na sede da ACL, localizada no Jardim São Benedito.
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Artur Gomes – O Homem Com A Flor Na Boca
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Em 16 de dezembro de 2016 a convite do querido e saudoso amigo
Hélio de Freitas Coêlho – então presidente da ACL - Academia Campista de Letras, estreei a performance poética com os
dentes cravados na memória com a
qual circulei pelo Brasil durante todo anos de 2017
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Artur Gomes - Kabrunco
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essa
terra
essa
cana
essa
terra
essa
cana
essa
terra
essa
cana
essa
terra
essa
cana
Hélio de Freitas Coêlho
Professor
de História – contador de causos da baixada da égua – boêmio, músico/compositor
e ex-presidente da Academia Campista de Letras.
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O Homem
Com A Flor Na Boca
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Jura
Secreta 18
te beijo vestida de nua
somente a lua te espelha
nesta lagoa vermelha
porto alegre caís do porto
barcos navios no teu corpo
peixes brincam no teu cio
nus teus seios minhas mãos
as rendas íntimas que vestias
sobre os teus pelos ficção
todos os laços dos tecidos
e aquela cor do teu vestido
a pura pele agora é roupa
e o sabor da tua língua
e o baton da tua boca
tudo antes só promessa
agora hóstia entre os meus dentes
e para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado
se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa
Artur
Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
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Adorei saber que Artur Gomes vai ocupar a cadeira n. 12 da Academia Campista de Letras. Que escolha acertada! Artur tem dedicado sua vida à poesia através de livros, vídeos, performances, saraus etc. É, sem sombra de dúvidas, um nome honroso para tão conceituada instituição cultural. Parabéns, admirado poeta e querido amigo Artur Gomes!
Joilson Bessa da Silva
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O Homem Com A Flor Na Boca
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como bem disse Carlos Augusto
e tantos outros também já disseram, minha trajetória é provocativa, sim, e continuará
sendo não tenho motivos nem razões para que não seja
poesia me vem dos dentes
das unhas da língua da carne
dos nervos das fímbrias
dos músculos matéria métrica
metáfora dos ossos
em tudo por onde tocar
ainda posso
existem almas mansas
leves limpas calmas
e também as espíritos de porca
com a minha
e a de Federico Garcia Lorca
Artur Gomes
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XXVII
Em 1996 também fui premiado
em Piracicaba-SP com o prêmio Escriba de Poesia e selecionado para o Projeto
Poesia 96 executado pelo Departamento de Literatura da Secretaria Municipal de
Cultura de São Paulo
Lady Gumes African's Baby
meto meus dedos cínicos
no teu corpo em fossa
proclamando o que ainda possa
vir a ser surpresa
porque amor não tem essa
de cumer na mesa
é caçador e caça
mastigando na floresta
todo tesão que resta
desta pátria indefesa
ponho meus dedos cínicos
sobre tuas costas
vou lambendo bostas
destas botas NeoBurguesas
porque meu amor não tem essa
de vir a ser surpresa
é língua suja grossa
visceral ilesa
pra lamber tudo que possa
vomitar na mesa
e me livrar da míngua
dessa língua portuguesa.
Artur Gomes
In Urbana – 1992
E CarNAvalha Gumes – 1995
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Vampiro Goytacá Canibal
Tupiniquim
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minha língua lambe
sua carne/palavra
meus dentes mordem
tua saliva/gengiva
poesia é couro cru
& carne viva
Artur Gomes
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Juras Secretas
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A
Vida É Feita De Cheiros e Sabores
A Casa do Tempero
tem um poder de alquimia
pensando alimentação
ciência filosofia
é só chegar que os cheiros
me tomam os 5 sentidos
e as vozes que ali ouço
me fazem bem aos ouvidos
me trazem prazer e poesia
ali sou freguês assíduo
de todas as ervas de cheiro
de todos os temperos
dos farelos de aveia e de trigo
da castanha de caju
biscoito de amendoim
acho que essa casa foi criada para mim
Desde 1987
componho a minha alimentação
com ingredientes orgânicos/naturais
alguns deles a base de soja
até mesmo o vinho e acerveja
hoje só bebo sem álcool
sem descartar o feijão vermelho
que me reflete quando estou
frente
ao espelho
Alimentação saudável
é base fundamental
para saúde de qualquer um
o quê você encontra na Casa do Tempero
em são Francisco de Itabapoana
não vai encontrar em lugar nenhum
Artur
Gomes
In Itabapoana Pedra Pássaro Poema
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Casa
do Tempero
Av. Vereador Edenites da Silva Viana - São Francisco de
Itabapoana, RJ, 28230-000.
poema das invenções
fosse essa jura secreta
brazilírica fulinaimagem
mutações em pré-juizo
muito além da mesa posta
couro cru em carne viva
lambendo suor e cio
como corrente de rio
deságua no além mar
profana sagaraNAgem
nos gumes da carNAvalha
teu corpo em Maracangalha
fulinaimando comigo
agulha no meu umbigo
como uma faca nos dentes
a língua na flor da boca
em transitiva linguagem
ereto poema crescente
rasgando a carne no grito
o gozo nos nervos de dentro
roendo os ossos do mito
SagaraNAgens Fulinaímicas não foi escrito por
acaso
Em 1987 conheci pessoalmente,
em Batatais-SP, a professora de Letras na UNESP de São José do Rio Preto-SP e
pesquisadora, Hygia Calmon Ferreira, que me foi apresentada por Uilcon Pereira,
através de carta.
A partir de Batatais, nosso
diálogo se intensificou, em 1998, a convite dela, fui a UNESP em São José do
Rio Preto, falar sobre o teatro de Oswald de Andrade e fazer uma intervenção com
os poemas do livro A Cor da Pele, do poeta mineiro Adão Ventura. Nesta ida a
São José do Rio Preto, Hygia me leva para conhecer sua casa em Nova Granada-SP,
onde guardava tudo que conseguiu em sua pesquisa sobre João Guimarães Rosa.
Havia montado com os alunos
da Oficina de Teatro da ETFC, um espetáculo teatral com os poemas deste mesmo
livro, uma referência aos 100 Anos da Abolição, que nunca foi concretizada no
Brasil.
Hygia, em sua pesquisa sobre
a obra de João Guimarães Rosa( mestre guima), para o seu doutorado, descobriu
no escritório do escritor Plínio Doyle, no Rio de Janeiro, uma cópia
datilografada do livro de poesia Magma, que havia sido premiado pela Academia
Brasileira de Letras, e permanecia inédito. Teve então a ideia, de em sua
defesa de tese, pedir publicamente a publicação do livro. E numa carta me pede
reforço para tal com a criação de um poema.
A pedra & a rosa
p/ Hygia Calnon Ferreira
recebo tua carta
sereia do longe 7 beijos de areia
rondam marés criaturas o “magma” deve
ser
público
princípio lúdico
poeta não se priva do povo
assim como a gema do novo
a simples clara do ovo
um beijo na escritura
poeta
é país
não é ilha
restrita a qualquer família
não pertence ao pó nem a filha
é
posta em mesa profana
para o banquete das letras
poema – linguagem humana
não se detém nas gavetas
Artur Gomes
Obs. Em 1992 este poema foi lido por Hygia Calmon Ferreira, no momento da sua defesa da tese de Doutorado: As 7 Sereias do Longe, sobre a obra de Guimarães Rosa, propondo a publicação do livro de poemas Magma, que as filhas do autor não permitiam ser editado. Alguns anos depois o Magma com os 94 poemas de Guimarães Rosa foi publicado pela editora Nova Fronteira
Neste mesmo ano de 1992, volto a UNESP de São José do Rio
Preto, para difigir uma Oficina de Criação Poética, a convite da turma de
estudantes de Letras, que há via conhecido em Batatais-SP, que me foram
apresentados pela Hygia, entre elas Mariana de Piracicaba, para quem em 1990
escrevi o poema: ENTRE/Dentes
*
As 7 Sereias no Longe
para Hygia Calmon Ferreira
nem veredas nem nonada
tudo DADA tudo ista
o poema nasce em mim
de forma bem imprevista
poema um beijo na boca
os olhos zuis como lua
nós dois amantes da rua
comendo jabuticaba
no presépio Santo Antônio
em uma Nova Granada
nenhuma alma presente
As 7 Sereias no Longe
As 7 musas - mar à vista
na febre do diamante
nas asas do continente
meto
meu metal cateto
na
carnal hipotenusa
o poema arranha aranha na blusa
desconcerta a matemática
no roteiro dos 5 sentidos
“As 7 Sereias do Longe”
ainda cantam em meus ouvidos
Artur Gomes
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SagaraNAGens
Fulinaímicas
guima meu mestre guima
em mil perdões eu vos peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste
da hygia ferreira bem casta
aqui nas bandas do leste
a fome de carne é madrasta
ave palavra profana
cabala que vos fazia
veredas em mais sagaranas
a morte em vidas severinas
tal qual antropofagia
teu grande serTão vou cumer
nem joão cabral severino
nem virgulino de matraca
nem meu padrinho de pia
me ensinou usar faca
ou da palavra o fazer
a ferramenta que afino
roubei do mestre drummundo
que o diabo giramundo
é o narciso do meu Ser
Artur Gomes
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Sagaranagens Fulinaímicas
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Em 1996 encenei com a bailarina Nirvana Marinho, a performance poética.teatral: Magma: O Planeta Onde O Poema Dança. Tinha perdido o contado com a Hygia depois que a partir de 1993, passei a usar correio eletrônico. Mas através do seu (irmão), professor Wagner Calmon Ferreira, soube que ela continuava suas pesquisas em São José do Rio Preto.
E Nirvana Marinho seguiu para Lion, onde foi
concluir seus estudos em dança contemporânea, focados na obra da grande mestra Pina Bausch.
Em 2013 estava dirigindo Oficina de Produção Cine
Vídeo, no SESC Campos, quando recebi o convite do Dr. Gino Bastos, para integrar
o elenco do Circuito Cultural de Arte Entre Povos. Tinha estado em Bom Jesus do
Itabapoana-RJ em 2012, fazendo intervenções com poemas de Pablo Neruda, a
convite de Paula Bastos(irmã do Dr. Gino), e colega de trabalho no IFF.
Foi uma travessia por 13 cidades, do Estado do Rio,
Espírito Santo e Minas Gerais, onde passamos pela cidade de Itaguara. Lá além
de Oficina de Poesia, fiz algumas intervenções poéticas em espaço culturais da
cidade, bem como em todas as outras cidades que passamos. Como em Pedra
Dourada, também em Minas que me deixou saudades.
Em Itaguarera,
João Guimarães Rosa, viveu por 2 anos, depois que concluiu curso de medicina em Belo Horizonte-MG e
antes de escrever Grande Sertão Veredas. Itaguara mantém vivo, e muito bem
cuidado um pequeno museu em homenagem a sua memória e a sua passagem por lá.
*
Em 2015, lanço em edição artesanal, (50 exemplares), produzido por um dos meus primeiros diretores de Teatro, Winston Churchil Rangel o livro SagaNAgens Fulinaímicas, com prefácio de Tanussi Cardoso. Os lançamentos acontecem no FDP em Campos dos Goytazes e em Bento Gonçalves-RS, na livraria do Maneco, durante a programação do Congresso Brasileiro de Poesia, com intervenções poétgicas minhas e da minha querida May Pasquetti.Em 2018 publico boa parte dos poemas do SagaraNAgens
Fulinaímicas no livro Juras Secretas editado pela Penalux, e o poema ganha
música de Reubes Pess.
Artur Gomes
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Sagaranagens Fulinaímicas
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*
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