domingo, 29 de setembro de 2024

Balbúrdia Poética 4

não me peçam

poeminha agradável

com apalavra amaciante

meu ofício é liberdade

eu não sou comerciante 

*

eu sempre madrugo Jiddu as tentações não me deixam sossegado e a madrugada me ins-pira ouço as 7 sereias do longe lá em nova granada de espanha cada aranha tece a sua teia eu teço cada palavra quando a musa me arranha como bem disse hygia ferreira as sagaranagens fulinaímica são  heranças do mestre  guima  que recebi do sagarana em itaguara das minas



 nonada

 

ela me inspira

me transpira

me transborda

estico a corda

para alinhar o plumo

no rumo certo do poema

a seta no foco

o poema em linha torta

para entortar a linha reta

na argamassa do abstrato

no abstrato do concreto

sou

um vampiro bêbado de sangue

assassinei os alpharrábios

para inventar meu alphabeto

 

Artur Gomes

https://arturgomesgumes.blogspot.com/


Ofício de Poeta

 

franzir a noite

é o mesmo que bordar o dia

costuro o tempo

com linha de pescar

moinhos de vento

entre o franzir e o bordado

escrevo um desenredo

e vou foto.grafando

filmando poesia

na solidão dos meus brinquedos

 

Artur Gomes

O Homem Com A Flor Na Boca

Editora Penalux - 2023

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nasci em agosto

a contragosto

pai não me disse

       mãe também

o preço da vida

o remédio pra ferida

o custo em cada missa

           pra dizer amém

 

Artur Gomes

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Poema Sujo
Ferreira Gullar - (fragmento)

turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos

menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas

azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia

(Trecho de Poema Sujo, de Ferreira Gullar).


aqui na boa viagem do recife pensei jiddu carregando seus chapéus em cabo frio nas tardes dos saberes e sabores nômades mas esqueci que hoje ele está nas minas de são joão del rey do ouro preto na noite que conheci gigi ela me trocou por artur gomes e o descarado nem me agradeceu mas o que eu queria dizer é que hoje apresentei jiddu para diana neves uma estudante de teatro que está terminando licenciatura no iff em campos dos goytacazes e concluindo o seu tcc com foco na palhaçaria

 

Federico Baudelaire

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art pop

 

macunaíma

ilumina o lobisomem

na selva de new York

 

o rato roeu ea roupa

do gênio da art pop

 

nosso samba popular

não precisa ser estar

cantando rock

 

geleia geral

 

a coisa por aqui

não mudou nada

 

embora sejam outras

siglas no emblema

 

espada continua a ser espada

poema continua a ser poema

  

pessoa

 

não tenho pretensões

de ser moderno

nem escrevo poesia

pensando em ser eterno

 

veja bem na minha língua

as labaredas do inferno

e só use o meu poema

com a força de quem xinga

 


II

rente a pele

contra o muro

eu te grafito no escuro

 

quero um poema que revele        

poesia em sua pele  


Artur Gomes

In Couro Cur & Carne Viva – 1987

Pátria A(r) mada 2022

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fome é tema de ensaio fotográfico com ossos à venda em bandejas

 

come osso menina

come osso menino

não há mais metafísica no mundo

do que comer osso

 

no açougue ou no mercado

 osso de graça já foi dado

 hoje é vendido hoje é comprado come osso maria

 come osso mané

come osso joão

com arroz e feijão quebrado

porque nesse país sem nome

 temos que comer osso

 para matar a nossa fome


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 carioca

 

baby
vamos passear
por São Conrado 
pela orla de Ipanema
olhar os dois irmãos
a gente salta pra fora do poema
dá um beijo na Rocinha
e faz amor no Alemão

 

transa o sol Copacabana

num domingo da semana

depois das Dunas do Barato

ouvindo um disco da Gal

convida Marisa Mym Mesma

para as Pimentas do Reino

no altar do Reino de Zeus

 

depois uma noite na Lapa

como sempre a cara a tapa

até espantar  fariseus

encontrar no Amarelinho

 poetas  veraCidade

que não matam  em nome de Deus

 

Artur Gomes

Do livro O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux – 2010

Prefácio Igor Fagundes

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Mais perguntas chegando sobre o livro Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim. Desta vez da minha querida amiga Eugenia Henriques e me remetem outras possíveis facetas do Vampiro que eu mesmo não tinha ainda atentado pra elas.  Como o livro é escrito por 12 personagens a resposta para Eugenia pode ser verdadeiramente positiva, ou pelo menos estar presente nas entrelinhas das metáforas.

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Irina ontem me perguntou se eu estava bem. Em relação a segunda sim, acho que o ofício de poeta me refaz. Enquanto isso Irina vem e vai como uma rima levada pelo vento sem tempo de captar

 

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               falsidade me irrita

contra toda moral fascista

da ignorância

nudez ampla geral irrestrita

            em abundância

 

https://www.facebook.com/giginua


Balbúrdia Poética 4

 

cerveja agora

só beb0 sem álcool

lendo poema sujo

e do palco  não fujo

 

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Lady Gumes não dorme no ponto

Se digo vamos ela me diz: pronto

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ruidurbanos não tem planos

mas rasga os panos

de qualquer corpo na cidade

https://www.facebook.com/ruidurbanos



sistema fascista do face

proíbe publicações nesse grupo

por 29 dias - motivo: foto da capa da antologia Carne Viva

Antologia de Poesia Erótica organizada por Olga Savary, lançada em 1986

https://www.facebook.com/groups/1002716243126137



Apesar da saúde da máquina corporal meio baqueada vamos chegando aos 7.6. Com 51 deles dedicados a poesia, jornada iniciada em 1973 com o lançamento do livro Um Instante No Meu Cérebro, livro com poemas dedicados aos ídolos musicais da época e a máquina linotipo, na Oficina de Artes Gráficas da Escola Técnica Federal de Campos, onde trabalhei de 1968 a 1985.


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