Primeiro
de uma série está no AR - é só clicar no link baixar e navegar pelo coração do
mato dentro - Gratidão mais uma vez ao grande amigo e parceiro Jiddu Saldanha,
amizade e parceria que começou quando nos conhecemos em 1992 quando ele estava
chegando de Curitiba no Rio de Janeiro.
Novo e-Books, esse eu fiz para o Artur Gomes, o
poeta mais escrachado da geração 1970!
Acompanho a trajetória desse poeta a pelo menos 30
anos. Fizemos um e-Book arqueológico, o leitor vai garimpar seu vasto mundo na
internet... http://bit.ly/PoemasParaTodasAsHoras
Dani-se
morreale
se ela me pisar nos calos
me cumer o fígado
me botar de quatro
assim como cavalo
galopar meus pelos
devorar as vértebras
Dani-se
se ela me vier de unhas
me lascar os dentes
até sangrar o sexo
me enfiar a faca
apunhalar meus olhos
perfurar meus dedos
Dani-se
se o amor for bruto
até mesmo sádico
neste instante lírico
se comédia ou trágico
quero estar no ato
e Dani-se o fato
deste sangue quente
em tua boca dos infernos
deixa queimar os ossos
e explodir os nossos
poemas físicos pós modernos
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
leia mais no blog
https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/
suspenso
no Ar
não penso
atravesso
o portão da tua casa
o corpo em fogo
a carne em brasa
tudo arde
nas cinzas das horas
no silêncio da tarde
vou entrando sem alarde
sem comício
como o pássaro
que acaba de cantar
em pleno hospício
você pensa que escrevo em rua reta ou estrada
sinuosa para você poesia é verso do inverso ou avesso de uma prosa? escrevi
pscanalítica 67 em mil novecentos e sessenta e sete numa madrugada de setembro
outubro quando visitei meu pai no henrique roxo e vi vespasiano contra a parede
dando cabeçadas no manicômio mais uma vida exterminada e no fim das contas
noves fora nada tudo o que eu queria dizer naquela hora explode agora quando
atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa sem pensar
estética estrutura estilo de linguagem sinto o desejo entre os teus mamilos a
espera do beijo da esfinge que devora
Artur Gomes
PoÉticas ArturiAnas
Fulinaimicamente –
TranspoÉticas
Coletânea Poetas Vivos – Artur Gomes
cacomanga 2
ali nasci
minha infância
era só canaviais
ali mesmo aprendi
conhecer os donos de fazenda
e odiar os generais.
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POETARIADO
EM CARNE VIVA!
Seria horrivelmente interessante, levando a
expressão ao pé da letra, ver poetas na rua declamando poemas em carne viva.
Sem tentar depelar nenhum poeta ou escritor, e levando para o campo da poesia,
a metáfora “carne viva” remete à
própria função da poesia: desvelar os mistérios do mundo. Depelar o corpo da
palavra, revelar seu mistério.
Muitos não conseguem transformar seus versos em
bisturis. Outros fazem dessa habilidade sua marca:
TROVA
MEU coração é tão hipócrita
que não janta
e
mais imbecil
que ainda canta:
ou
viram no ipiranga
às margens plácidas
uma bandeira arriada
num país que não levanta.
Não, esse poema não foi escrito nos tempos atuais,
foi publicado há muitos anos no livro Couro
Cru & Carne Viva (Damadá,
1987) escrito por Artur Gomes, o convidado
do Canal do Poetariado que acontece na próxima 2ª. Feira.
Artur Gomes é
poeta, ator, videomaker e produtor de oficinas e atividades culturais. Nesse
bate-papo, experimentaremos, junto com Tchello d´Barros e Ademir Assunção, seu
bisturi poético.
Acho que você não deve perder.
Agende-se.
Clique no link:
https://youtu.be/qyCSwzGZ9lk
Bom programa!
Cesar Augusto de Carvalho
poema
atávico
e se a gente se amasse uma vez só
a tarde ainda arde primavera tanta
nesse outubro quanto
de manhãs tão cinzas
nesse momento em Bento Gonçalves
Mauri Menegotto termina
de lapidar mais uma pedra
tem seus olhos no brilho da escultura
confesso tenho andado meio triste
na geografia da distância
esse poema atávico tem
a cor da tua pele
a carne sob os lençóis
onde meus dedos
ainda não nasceram
algum deus
anda me pregando peças
num lance de dados mallarmaicos
comovido
ainda te procuro em palavras aramaicas
e a pele dos meus olhos anda perdida
em teu vestido
Artur Gomes
Do livro O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
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https://fulinaimargem.blogspot.com
O
poeta é um fingidor
chove aqui dentro
mais do que lá fora
eu tenho pressa
de olhar teus olhos
nesse mar de angra
o pau brasil sangra
enquanto isso
ela passeia no egito
entre templos sagrados
dessas múmias quânticas
me perdoa
o poeta é um fingidor
mas eu não sou Fernando Pessoa
Artur Gomes
por onde andará Macunaíma?
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hoje
nesse tempo frio
me perdi de vista
bem na beira mar
quase beira rio
Federika Lispector
o
curral das merdavilhas
o brasil já foi ilha de vera cruz
e nunca foi ilha
já foi terra de santa cruz
e nunca foi santa
hoje ninguém mais se espanta
com o volume das trapaças
no curral das merdavilhas
Artur Fulinaíma
https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/
entretanto
musicado por Paulo
Ciranda
eu tenho sede
eu tenho fome
eu tenho sede de canto
eu tenho fome de conto
assim quando me encontro
ou desencontro
canto e conto
a música do desconcerto
o conto do desencanto
e no entanto confesso
que não sou triste
um poema ainda existe
pra me animar do desconforto
para me salvar do entretanto
pra me acertar no desconcerto
Artur Gomes
leia programação no blog
https://centrodeartefulinaima.blogspot.com
O Pau
Brasil sangra
Amazônia clama por socorro
o fogo queima e o mundo
gira feito carrapeta
armar o país de livros
única forma de salvação para o planeta
olha o tesouro que acaba de chegar aqui na Estação
353. com este poema do livro Pátria A(r)mada 2ª Edição.
valeu Luis Turiba - grande amigo poeta e parceiro
Deus não joga dados
mas a gente lança
sem nem mesmo saber
se alcança
o número que se quer
mas como me disse mallarmè
:
- vida não é lance de dedos
A vida é lança de dardos
Deus não arde no fogo
mas eu ardo
Artur Gomes
Pátria A(r)mada –
Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio 2020
2ª Edição – 2022
Desconcertos Editora – São Paulo-SP
https://arturgumesfulinaima.blogspot.com/
Goytacá
Boy
musicado e cantado por Naiman
no CD fulinaíma sax blues poesia
ando por São Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara
juntei meu goytacá teu guarani
tupy or not tupy
não foi a língua que ouvi
em tua boca caiçara
para falar para lamber para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choro como a chuva curuminha
mineral da mais profunda
lágrima que mãe chorara
para roçar para provar para tocar
na sua pele urucum de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
Gravado em vídeo pelo autor integra a Mostra Arte
de Toda Gente – FUNARTE_Rio – 2021 – Curadoria: Tchello d´Barros
https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/
quando te tocar
é pra alvoroçar os teus cabelos
eriçar teus pelos
molhar os teus mamilos de saliva
com essa língua viva
aqui na minha boca
quando
te roçar
é pra
deixar-te louca
endurecer
teus dedos
gozar em
samba/enredo
se eu
te cantar sem medo
toda loucura é pouca
quando
eu provar da carne
te enfiando
a língua
nessa
garganta rouca
te engolindo
ainda
até
findar o coito
e não
dormir de toca
Artur Gomes
https://suorecio.blogspot.com/
Juras
secreta 62
tenho estado
entre o fio e a navalha
perigosamente – no limite
pulando a cerca da fronteira
entre o teu estado de sítio
e o meu estado de surto
só curto a palavra viva
odeio uma língua morta
poema que presta é linguagem
pratico a SagaraNAgem
na esquina da rua torta
Artur Gomes
Juras Secretas
Edititora Penalux – 2018
https://braziliricapereira .blogspot.com/
o poema as vezes é sabre
lâmina fina como o vento
ou folhas suspensas
sobre um verde
quase água
quase pluma
levita sobrevoa se espraia
na voragem do dia
como os dedos da moça
ao atiçar o clic
no instante exato da fotografia
Artur Gomes
Alice
para Alice Melo Monteiro Gomes
A música está no bico dos pássaros
na pétala da lamparina
no caracol dos teus cabelos
no movimento dos músculos
no m das tuas mãos
nada mais sagrado
do que teus olhos acesos
para me iluminar na escuridão
Artur
Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux - 2020
https://centrodeartefulinaima.blogspot.com/
discípulo
de Rimbaud
minha tv pifou
nem tenho ido ao cinema
meu filme está carne da palavra
esse poema é trágico
me lembra infância lá na cacomanga
televisão nunca tivemos
era rádio de pilha depois de bateria
meu pai criava porcos
para vender na primavera
e complementar o seu salário
que nem o mínimo era
carteira de trabalho nunca teve
como administrador de uma fazenda
com mais de 1000 alqueires de terra
com produção agropecuária
canavieira e cerâmica industrial
esse é um poema em linha reta
nem seu por quê e para que
me tornei poeta discípulo de Rimbaud
talvez só para escrever
que no Brasil mesmo depois da Abolição
Escravidão nunca terminou
Artur Gomes
Balbúrdia Poética
https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com
ela tem o olhar
sobre a ponte do conhecimento
de Darcy Ribeiro - primeiro grafou
o meu poema com sua bela grafia
depois pintou a ponte
com óleo sobre tela
e fez com que o meu olhar
fosse de encontro à sua arte
do outro lado da janela
Artur Gomes
5 - Abril - 2023 - para Bruna Barreto
leia mais no blog
https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/
A flor dos meus delírios
tem cheiro de poesia
relâmpagos de Iansã
incêndio no meio dia
Netuno em polvorosa
me disse em verso e prosa
que ela vem com o frescor da maresia
e eu serei o seu Ogum
anjo da guarda e companhia
hoje mesmo distante
esse preamar me incendeia
ondas espumas explodem na areia
tempestades trovoadas ventania
e nem sei se estando perto
calmaria
Artur Gomes
Xingando poesia a convite de Marcelo Sampaio,
na Abertura da VIII Conferência Municipal de Cultura de Campos
era uma vez um mangue
e por onde andará Macunaíma
na sua carne no seu sangue
na medula no seu osso
será que ainda existe
algum vestígio de Macunaíma
na veia do seu pescoço
tá no canto da sereia
no rabo da arraia
nos barracos da favela
nos becos do matadouro
na usina sapucaia?
Joilson Bessa me disse
Kapiducéu já ensaia
Macunaíma vem vindo
no Auto do Boi Macutraia
Artur Gomes
Fragmento
do prefácio do livro O Homem Com A Flor Na Boca
Artur Gomes, este homem com a flor na boca, anda a
espalhar o veneno agridoce de sua poesia, numa obra em que não há fronteiras
entre o artista, o cidadão, o personagem, o eu poético, a obra. Seu livro não é
um objeto, mas um produto interno e nada bruto. A obra é sempre muito maior que
o livro, pois este, matéria assim como o homem, finda. A obra, esse totem que
se pode cultuar no altar da memória, está sempre presente. E é disso que o
poeta fala: do tempo presente, do homem presente, da vida presente.
Parafraseando Drummond, com O Homem Com A Flor Na Boca, “não nos afastemos, não
nos afastemos muito”, vamos de mãos dadas com a poesia de Artur.
Adriano Carlos Moura
Professor de Literatura – IFFluminense, Campos dos
Goytacazes-RJ – Poeta, Ator, Dramaturgo
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https://arturgumes.blogspot.com/
minha madrinha se chamava cecília nunca soube onde minha mãe
a conheceu por muitos anos morou na rua sacramento ao lado do colégio estadual
nilo peçanha primeiro endereço que conheci nesta cidade antes de estudar no
grupo escolar 15 de novembro de onde muitas vezes assisti desfilar a mocidade
louca ao lado do meu padrinho benedito que inventou deixa que eu chuto meu
guardião absoluto
Artur Gomes
Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
no princípio era fábula depois veio o verbo logo depois a
ficção e aí começou a invenção bem depois das sagaranagens antes fulinaimargens
depois das fulinaimânicas atrás das fulinaímicas nem circo nem tarde de mímica
apenas alguma paisagem na janela da viagem quando lia o lado b me transmutando
em alquimia na voragem da vertigem na vertigem da voragem
Artur gomes
Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
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cacos de ossos
sonhos estilhaçados
no chão
palavras dilaceradas
carne incinerada
ditadura cão
reflexo no espelho
do poema
NÃO
Artur Gomes
Vampiro Goytacá/Canibal Tupiniquim
https://arturgumes.blogspot.com/
Arte: Tchello d'Barros
meu coração marisco
pele de ostra em tua areia
em tarde de sol à pino
em noite de lua cheia
Artur Fulinaíma - foto.poesia
https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/
metáfora
meta dentro
meta fora
que a meta desse trem agora
é seta nesse tempo duro
meta palavra reta
para abrir qualquer trincheira
na carne seca do futuro
meta dentro dessa meta
a chama da lamparina
com facho de fogo na retina
pra clarear o fosso escuro
Artur Gomes
Balbúrdia Poética
nas
entre/linhas
no desenho da estrada que atravesso tem um corpo
adormecido esperando por um beijo. Eu te desenho e você não vê a geografia
corporal em cada traço. Eu te coloco dentro do poema e teu corpo treme nas
entre linhas do desejo. Desenho teus olhos no espelho e você não vê nas águas o
reflexo da alga que brotou no mar sob a luz da madrugada.
Artur Gomes
Toda
Nudez Não Será Castigada
roberta agora
só se for cainelli
bruna só se for polleto
vestido
pode ser a pele
que encobre
a nudez do esqueleto
o beijo agora
só se for ao vivo
e-mail só se for inteiro
fantasia
só se for de tanga
camila agora
só se for pitanga
e carnaval
a gente transa
em fevereiro
Artur Gomes Gumes
fosse Alice essa menina
brincando à flor da pele
ou com
a pele em flor
de
purpurina
na menina dos meus olhos
flores
do mal
ou
bem-me-quer
seria eu um mar de abrolhos
pra molhar esses dois olhos
que me olham sem querer
Federico Baudelaire
sejamos pornográficos como
Carlos Drummond de Andrade
Em face dos últimos acontecimentos
Oh! sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).
Por que seremos mais castos
Que o nosso avô português?
Oh ! sejamos navegantes,
bandeirantes e guerreiros,
sejamos tudo que quiserem,
sobretudo pornográficos.
A tarde pode ser triste
e as mulheres podem doer
como dói um soco no olho
(pornográficos, pornográficos).
Teus amigos estão sorrindo
de tua última resolução.
Pensavam que o suicídio
Fosse a última resolução.
Não compreendem, coitados
que o melhor é ser pornográfico.
Propõe isso a teu vizinho,
ao condutor do teu bonde,
a todas as criaturas
que são inúteis e existem,
propõe ao homem de óculos
e à mulher da trouxa de roupa.
Dize a todos: Meus irmãos,
não quereis ser pornográficos
o fotógrafo é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é foto
a realidade aqui presente
Artur Gomes
foto.poesia
da série: Litoral de São Francisco de Itabapoana
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Subversiva
A poesia
Quando chega
Não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Desconhece o Estado e a Sociedade Civil
Infringe o Código de Águas
Relincha
Como puta
Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.
E promete incendiar o país.
Poema Obsceno
Façam a festa
cantem e dancem
que eu faço o poema duro
o poema-murro
sujo
como a miséria brasileira
Não se detenham:
façam a festa
Bethânia Martinho
Clementina
Estação Primeira de Mangueira Salgueiro
gente de Vila Isabel e Madureira
todos
façam
a nossa festa
enquanto eu soco este pilão
este surdo
poema
que não toca no rádio
que o povo não cantará
(mas que nasce dele)
Não se prestará a análises estruturalistas
Não entrará nas antologias oficiais
Obsceno
como o salário de um trabalhador aposentado
o poema
terá o destino dos que habitam o lado escuro do
país
– e espreitam,Ferreira
Gullar
a
navalha na carne
pode cortar
pode doer pode sangrar
e ferir fundo
prefiro a dor do prazer
do que o riso
sub imundo
Federika Lispector
anti/bíblica
não vou guardar os sábados
em nome de Jesus
e me deixar crucificada numa cruz
que simboliza dor
aos sábados eu pratico a Arte
de fazer Amor
Federika Lispetor
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Toda Nudez Não Será Castigada
O face tem censurado e deletado postagens com a
explicação de serem spam. na verdade não sei o que isso significa, quando
sabemos que o verdadeiro motivo é provocado pelo "falso moralismo"
que alastra com relação a arte erótica, seja ela em que linguagem se expressa
ou o espaço onde está exposta. Apresentamos aqui o link de um blog com a poesia
de Artur Gomes onde você poderá ler poesias que tem sido censurada e denunciada
aqui no face. Que tenham todos uma boa leitura e uma bela viagem .
Toda Nudez Não Será Castigada
Artur Gumes
aldeia
carioca
para Marko Andrade
ando entre a espada
o revólver e a navalha
o couro cobre a carne
como pano da mortalha
o grito preso na boca
e o relógio de músculos
move o sangue no asfalto
o beijo de cinzas
na quarta/feira antes do carnaval
subo os dois irmãos
o são conrado o vidigal
desce por um beco os farpados
deparo com o vinagre
os cacos de vidros quebrados
o brejo na curva
em frente os arcos da lapa
o samba que foi proibido
rasgaram a pedra do sal
Artur Gumes
poética
27
paixão é tudo
entre teu corpo e o poema
a faca desliza
amolada
entre a casca e a pele da fruta
quando sair para o banho
acenda a luz do abajour
aos pés da cama
e deixe que eu escreva nos lençóis
as palavras selvagens
que baudelaire nos ensinou
Artur Gomes
Sarau Gente de Palavra
Dia 26 novembro – 19h
*
Balbúrdia Poética 4
Dia 3 dezembro 19h
*
Patuscada – Livraria Bar & Café
Rua Luis Murat, 40 – São Paulo SP
Encontro de Poetas para celebrar a
Vida
Terra
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua da minha boca
não cubra mais tua ferida
entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
e minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha
amada de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
o que me dói é ter-te
devorada por estranhos olhos
e deter impulsos por fidelidade
ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante
minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho a luta
mesmo sabendo – o vão
estreito em cada porta
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
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