Artur Gomes – 50 Anos de Poesia
Memória e Resistência – Uma
Trajetória Multilinguagens
Com os Dentes Cravados Na
Memória
Em 23 de setembro de 1973, quando ainda trabalhava como linotipista, na Oficina de Artes Gráficas da então, Escola Técnica Federal de Campos, lancei o meu primeiro livro de poesia: Um Instante no Meu Cérebro, prefaciado pelo meu querido amigo Dr. Renato Marion de Aquino.
A poesia que dá título ao livro descreve o funcionamento de uma Linotipo, a máquina que me fez apaixonar pela Tipografia quando de 1961 a 1964 cursei o Ginásio Industrial na Escola Técnica de Campos, ainda situada na Rua Tenente Coronel Cardoso, hoje sede da UNIPLU.
A poesia desse livro, em sua maior parte é dedicada aos meus ídolos da época: Janis Joplin, Jimmi Hendrix, Joe Cocker e Led Zepelin. Eu frequentava a casa de Luiz Ribeiro, (eterno parceiro) e muitas tarde dos anos de 1972 passamos ouvindo rock ou assistindo os ensaios da sua banda Lúcia Lúcifer.
Em 1973 mesmo classifiquei uma canção para o Festival de Música de São Fidélis. Para defende-la criei um trio com dois alunos do curso de Eletrotécnica: meus caros amigos/irmãos: Romeu Carvalho e Ronaldo Bastos e fomos ensaiados pelo saudoso Anoeli Maciel.
Nossa apresentação no Festival em São Fidélis, não foi lá grande coisa, mas ali conheci Paulo Ciranda, que viria a se tornar o grande parceiro musical dessa minha trajetória.
Mas isso é assunto para a
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Artur Gomes - 2023 50 Anos de Poesia
Memória e Resistência
Uma Trajetória
MultiLinguagens
Com Os Dentes Cravados Na
Memória – II
Onde e Quando Começou Minha Paixão pela MPB
Em 1967/1968 passei um ano entre Rio de Janeiro e Brasília, dentro do Quartel da Cavalaria – Dragões da Independência. Ali mesmo pela TV assistimos ao Festival Internacional da Canção, (TV Globo), onde ouvi pela primeira vez Milton Nascimento cantando Travessia, parceria dele com Fernando Brant.
Logo depois, assistimos o emblemático Festival da Record, lançando para o estrelato,
Edu Lobo, Gilberto Gil, Chico Buarque e Caetano Veloso. E em 1968, Geraldo
Vandré é consagrado com o seu hino anti-ditadura: Para Não Dizer Que Não Falei
de Flores, uma parceria com Teo de Barros.
Ali estava sacramentada definitivamente
a minha paixão pela MPB, que permanece viva até os dias atuais. Quando voltei
do exército em maio de 1968, fui convidado a ocupar a vaga de linotipista na Oficina
de Artes Gráficas da então Escola Técnica Federal de Campos , (ETFC), o que
aconteceu a partir de 1 de julho daquele mesmo não.
Em 1973 quando lancei o
livro Um Instante No Meu Cérebro, ainda morava na Fazenda Santa Maria de
Cacomanga. EM 1974, passamos a morar em Campos, na Rua José Perlingeiro Junior,
22, no Parque Jockey Clube, e em um dos passeios que costumava fazer pelo
centro da cidade, re-encontrei Paulo Ciranda e lhe apresentei 2 letras que
havia acabado de escrever.
Uma semana depois, ele me
mostrou as duas já musicadas: Deusas de Marfim e Caminho de Paz. Classificamos as
duas no IV Festival de Música de São Fidélis e vencemos o Festival com Caminho
de Paz, interpretada na voz de Vitor Meireles (Pardal), e eu ainda ganhei a
medalha de Melhor Letra.
O Festival de Música de São
Fidélis, era realizado na época, pela Secretaria de Turismo, que tinha como
titular Mauri Simão, um grande entusiasta da cultura musical na cidade. A
partir de então, ganhamos um grande fã na cidade, o advogado Fidélis Pereira.
A notícia sobre a nossa
vitória em São Fidelis, chegou pela voz do radialista Nicolau Louzada, que
integrou a Comissão Julgadora do referido Festival, e logo fomos convidados
para a Festa de Fim de Ano, do também radialista Ismael Luis(Bolinha), realizada
no Clube de Regatas Campista, onde pela primeira vez em Campos, nos
apresentamos acompanhados pelo grupo Turma do Campo, composta por Paulo Ciranda,
Vitor Meirelles, Apolinário, Leozinho, Abelha e Inês.
E logo depois se inicia a minha incursão pelos palcos de Campos dos Goytacazes, no Teatro de Bolso, com o musical Gotas de Suor, produzido e dirigido por Kapi.
Assunto para a próxima postagem
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Artur Gomes – 50 Anos de Poesia
Memória e Resistência
Uma Trajetória Multilinguaens
Com Os Dentes Cravados Na Memória – III
Em 1975 lancei o meu segundo livro de poesia: Mutações Em Pré-Juízo, com prefácio de Marcos Wagner Coutinho, com quem passei inúmeras tarde na varanda de sua casa, conversando sobre literatura, música, poesia e o nosso cotidiano na Escola Técnica Federal de Campos.
Havia começado a rascunhar alguns textos e poemas para um próximo livro, que ainda não tinha encontrado o título, quando Deneval Azevedo Filho, me propõe fazer uma adaptação para o Teatro, e assim nasceu a peça Judas – O Resto Da Cruz, encenada no Teatro de Bolso, em julho de 1975.
Em 1975 também começo a cooptar estudantes da ETFC para uma Oficina de Teatro, e realizamos a segunda montagem de Judas – O Resto Da Cruz, no Teatro do SESC, com direção de Ronaldo Pereira, e alguns meses depois realizamos uma outra montagem no Centro Cultural de Macaé, com uma concepção cênica de Newton Rabello.
As parcerias com Paulo
Ciranda seguiam ao sabor do vento, e em 1976, foram desaguar em outros
Festivais.
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Artur Gomes – 2023 – 50 Anos de Poesia
Memória e Resistência – uma
Trajetória Multilinguagens – Com Os Dentes Cravados na Memória - IV
Em 1975 com Ponto de Luz, parceria com Vitor Meirelles(Pardal) e Bento Mineiro, vencemos o Festival de Música do SESC Campos.
Aqui preciso abrir um
parêntese para descrever um acidente que aconteceu comigo em 1967 e que foi aos
poucos me direcionando para outros caminhos em direção a Arte. Mas deixo essa
questão para os apontamentos que tenho feito para o livro de memória: Da Nascente A Foz – Um Rio de Palavras.
Em 1976, com Balada Pros Mortais, parceria com Paulo Ciranda, vencemos o Festival de
Música de Itaocara-RJ e posteriormente o Festival Universitário realizado no
Rio pela Universidade SESRIO.
Interpretei o personagem Fando, da peça Fando e Lis, de Fernando
Arrabal, contracenando com Maria
Helena Gomes, direção de Orávio de
Campos Soares, no Teatro do SESC.
Me encontrava escrevendo alguns poemas e textos para o livro Além da Mesa Posta, que seria lançado em 1977, foi quando ouvi primeira vez a música Apalo Seco de Belchior e os versos “tenho 25 anos de sonho e de sangue e de América do Sul por força desse destino um tango argentino me vai bem melhor que um blues”, soaram como uma pedrada na cuca e vieram de encontro ao que estava escrevendo na época:
Tenho mais de 25 mil
perguntas
Tenho mais de 25 mil cartas
sem respostas
Tenho um futuro à minha
frente
Um presenta às minhas
custas
E o um passado às minhas
costas
Eu tenho sangue nas veias
Não tenho estrela na testa
A vida vale o quanto custa
E poesia é o que me resta.
Daí, peguei o material já escrito e criei o monólogo – 25 Anos de Sonho e Sangue, que algumas
vezes de forma solo e outras contracenando com
Jorge Pessanha Santiago, encenei no Teatro do SESC Campos, Teatro São João,
em São João da Barra e em Santa Maria Madalena.
Vale lembrar que Jorge Pessanha Santiago(Baiano), na época era estudante do curso Técnico na Escola
Técnica Federal de Campos e hoje é doutor em Antropologia, professor titular da
Universidade de Lion, na França.
Em Santa Maria Madalena
conheci Eurídice Hespanhol Macedo, amor à primeira vista e musa de algumas
poesias que escrevi para concluir o livro Além
da Mesa Posta.
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