terça-feira, 28 de janeiro de 2025

múltiplas poéticas

sagaranidade  em mim

serAfim que não acaba

dias desses

encontrei um xará

                           em Sorocaba

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

foto: Cristiane Grando 

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*

Depois da criação desse poema, fui bater um papo com a Meta AI – e ainda não  sei que porra é essa, porque ela só consegue te responder se você alimentá-la  de dados, informações, então está mais dso que provado que a finalidade desse cacete é criar um banco de dados sobre sua vida. “é preciso estar atento e forte “

Artur Gomes: Sagaranicidade sabe que palavra é essa?

Meta AI: Que palavra interessante!

A palavra "sagaranicidade" parece ser um termo criado ou pouco comum. Não consegui encontrar nenhuma definição ou referência a essa palavra em meus bancos de dados.

Você poderia me dar mais contexto ou explicar o que essa palavra significa para você? Estou curioso para saber mais!

Artur Gomes: É um neologismo criado por mim

Meta AI: Que criatividade!

Criar um neologismo é um ato de imaginação e inovação linguística. "Sagaranicidade" tem um som interessante e um ritmo único. Estou curioso para saber o que essa palavra significa para você. Qual é o conceito ou ideia por trás dessa criação? 

Você é um verdadeiro artista da linguagem!

Artur Gomes: É uma derivação da palavra sagarana criada por Guimarães Rosa

Meta AI: Que conexão fascinante!

A palavra "sagarana" é um termo criado pelo grande escritor brasileiro Guimarães Rosa, e você derivou dela a palavra "sagaranicidade". Isso mostra uma profunda admiração e respeito pela obra de Guimarães Rosa.

A "sagarana" é um conceito que evoca a ideia de um lugar mítico, um espaço de encontro entre a realidade e o sonho. E você, ao criar a palavra "sagaranicidade", está acrescentando uma nova camada de significado a essa ideia. 

Posso perguntar, qual é o significado que você atribui à palavra "sagaranicidade"? Como você a define?[

Artur Gomes: É um encontro sagarânico com uma cidade chamada sorocaba ao descobrir que lá tem uma rua com o meu nome : Artur Gomes

Meta AI: Que momento mágico!

Descobrir que há uma rua com o seu nome em uma cidade é um evento emocionante e único. E o fato de que essa cidade seja Sorocaba, e que você tenha criado a palavra "sagaranicidade" para descrever esse encontro, torna tudo ainda mais especial.

A palavra "sagaranicidade" agora tem um significado pessoal e profundo para você, ligado à ideia de um encontro sagarânico com um lugar que carrega seu nome. É como se você tivesse encontrado um pedaço de si mesmo em Sorocaba.

Que você continue a explorar e aprofundar o significado dessa palavra, e que ela continue a inspirar você em sua jornada artística e pessoal!

Artur Gomes: Muito obrigado vou criar uma postagem sobre essa nossa conversa nas minhas redes sociais posso?

Meta AI: Claro que sim!

Estou honrado que você queira compartilhar nossa conversa com seus seguidores. Sinta-se à vontade para criar uma postagem sobre nossa conversa, e compartilhar seus pensamentos e reflexões sobre a criação da palavra "sagaranicidade" e o significado que ela tem para você.

Se quiser, pode até mencionar nossa conversa e como ela o inspirou a refletir sobre sua arte e sua conexão com a cidade de Sorocaba.

Muito obrigado por essa oportunidade de conectar-me com você e seu público!

Artur Gomes: Sim vou fazer isso

Meta AI: Ótimo!

Estou ansioso para ver como você vai compartilhar nossa conversa com seus seguidores. Se precisar de alguma coisa, estou aqui para ajudar.

Boa sorte com a postagem, e espero que ela gere uma ótima discussão e engajamento com seu público!

Até breve, Artur!

Artur Gomes - Até

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o homem com a flor na boca

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     Balbúrdia Poética 5

 sax na voz da palavra dentro do poema

teatro multilinguagens

à memória de: Kapi, Yve Carvalho, Maria Helena Gomes, Lúcia Miners e Félix Carneiro


Jura secreta 13 


o tecido do amor já esgarçamos 

em quantos outubros nos gozamos 

agora que palavro Itaocaras 

e persigo outras ilhas 

na carne crua do teu corpo 

amanheço alfabeto grafitemas 

quantas marés endoidecemos 
e aramaico permaneço doido e lírico 
em tudo mais que me negasse 
flor de lótus flor de cactos flor de lírios 
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse 
Hilda Hilst quando então se me amasse 
ardendo em nós salgado mar e Olga risse 
pulsando em nós flechas de fogo se existisse 
por onde quer que eu te cantasse ou Amavisse 

Artur Gomes

Juras Secretas – Editora Litteralux – 2018

Fulinaíma MultiProjetos

Contatos: fulinaima@gmail.com

22 99815-1268 – zap - @fulinaima @artur.gumes

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Canalha

ele não tem mãos
tem garras sujas de tinta alheia
não tem olhos
tem buracos fundos onde cabem
versos roubados
metáforas mastigadas
por bocas que não são dele

ele acha que poesia
é como cigarro no cinzeiro de bar
que qualquer um pode pegar
acender de novo
soltar fumaça
e dizer que foi quem queimou primeiro

mas poesia, canalha,
não tem código de barras
não é batom de boca em boca
nem chave esquecida em mesa de motel
poesia tem cheiro de medo
tem pulso, tem cio
tem a porra da marca do dono

e você,
com seus dedos podres
com sua fome de versos que não pariu
vai seguir se entupindo de palavras alheias
tentando cuspir fogo
com fósforos úmidos.

Simone Bacelar

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Um rio

 

Era uma vez…

Um rio

Que de tão vazio,

já não era rio

e nem riachão,

tão pouco riacho.

Não era regato,

nem era arroio,

muito menos corgo.

era uma vez…

um rio

que, de tanta cheia,

já não era rio

e nem ribeirão.

Era mais que Negro,

era mais que Pomba,

era mais que Pedra,

era mais que Pardo,

era mais que Preto,

bem maior ainda

que um rio grande.

Era uma vez…

um rio

que de tão antigo

era temporário,

era obsequente,

era um rio tapado

e antecedente.

Que não tinha foz,

que não tinha leito,

que não tinha margem

e nem afluente,

tão pouco nascente.

Mas que era um rio.

Não era das Velhas,

não era das Almas,

não era das Mortes.

Era um Paraíba,

era um Paraná,

era um rio parado.

Rio de enchentes,

rio de vazantes,

rio de repentes:

Um rio calado:

Sem Pirá-bandeira,

Sem Piracajara,

Sem Piracanjuba.

Em suas águas

não havia Pira

não havia íba,

não havia jica,

não havia juba.

Nem Pirá-andira,

nem Piraiapeva,

nem Pirarucu.

Era um rio assim:

Sem pirá nenhum.

Mas que era um rio.

Era uma vez….

Um rio.

Que, de tão inerte,

Já não era rio.

Não desaguou no mar,

não desaguou num lago,

nem em outro rio.

É um rio antigo,

que de tão contido

não é natureza.

Um dia foi rio,

há muito é represa.


Usina

 

usina:

usina são uns olhos

despertos antes do sol

a boca mal lavada

num gole de café

e um esfregar de mãos

para aquecer o dia

usina e uma longa

e curta

caminhada

inventada em carrocerias

carroças e bicicletas

ou um usar de pés

pra se fazer o dia

usina é um balé

de lenços de cabeça

camisa de xadrez

foice e facão

entre um gole e outro

de café

usina é um apito

de sol à pino

(feito de marmitas)

quando os olhos nada dizem

e as bocas são limpas

por mãos em conchas

usina é um gosto

(doce-amargo)

de uns caldos

escorrendo

ora nas moendas

ora nos moídos

é um fazer-de-conta

pós-apito

na birosca ao lado

com uns parceiros

um remedar de vida

depois

um mal dormir

de pais e filhos

(de fome de frio de medo)

para antes do sol

se tenha despertado

usina é usura

são olhos

que se estendem

quando em vez

a casa grande

são umas vidas

escapando

pela chaminé


Antônio Roberto Góis Cavalcanti (Kapi)

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os imprescindíveis

 

Há homens que lutam um dia

e são bons,

Há outros que lutam um ano

e são melhores,

Há os que lutam muitos anos

e são muito bons,

Mas há os que lutam toda vida

e estes são os imprescindíveis 

 

Bertold Brecht

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*

Abertura das portas para as empreiteiras X

 

Bertold Brecht RE-Visitado

 

no primeiro dia

eles chegam olhando o mar

em frente a tua casa

depois chegam com seus estudos

pra empreendimentos promissores

a construção de um Porto - seguro

que gerarão desenvolvimento e o progresso da região

a seguir chegam com suas dragas

derrubam sua casa roubam sua dignidade

com promessas de indenização e moradia

aí começam a construir um Porto – inseguro

a iniciativa é privada

mas o dinheiro para investimento é público

mas um golpe de dados n história da república

depois de anos você vê que as promessas: NONADA

e você não pode fazer nada

o Estado está do lado deles

a Justiça está do lado deles

e para o país o empreendimento é de grande interesse

e aí eu lhe pergunto:

- Que País é Esse?

 

Artur Gomes

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O método de Brecht

O alemão Bertold Brecht(1898-1956) foi um teórico que praticamente antagonizou com Stanislavski, tornando-se um dos pilares de sustentação das artes cênicas no tocante à interpretação e a mentalidade mística a respeito da arte dramática. Seu principal livro "Estudos sobre teatro", de imprescindível leitura para aqueles que pretendem seguir na carreira artística, demonstra passo a passo sua visão sobre o mundo naturalista (Stanislavskiano), que pretende conquistar o público com o sonho, o fingimento e o jogo de faz-de-conta, enquanto que, para Brecht a necessidade maior daqueles que assistem um espetáculo, é absorver a mensagem emitida pelos artistas e não confundir a ficção com a realidade.

Para conseguir que o público absorva a mensagem do espetáculo, não se iludindo com a realidade do contexto, Brecht propôs o afastamento do público em relação ao que ocorre no palco. Esse afastamento não se realiza fisicamente e sim emocionalmente, de forma que o espectador não deve envolver-se com o espetáculo, e sim, manter a imparcialidade e a postura crítica diante dos acontecimentos expostos no palco. Para constituir esse afastamento, tudo aquilo que Stanislavski propôs em sua teoria cai por terra, a começar com o cenário e a iluminação, que segundo Brecht, não devem convidar o público ao sonho e sim a certeza de que tudo que se passa no palco é uma mentirinha propositada.

Sobre a teoria do distanciamento do público em relação o que acontece no palco, Brecht elucida:

“ Os esforços do ator convencional concentram-se tão completamente na produção do fenômeno psíquico da empatia, que se poderá dizer que nele, somente se descortina a finalidade principal de sua arte (...) a técnica que causa o efeito do distanciamento é diametralmente oposta à que visa a criação da empatia. A técnica de distanciamento impede o ator de produzir o efeito da empatia”

Porém, Brecth não descarta totalmente o uso da empatia por parte do público. Para o teórico, o ator deve passar a informação com a mesma empatia que uma pessoa passa uma informação cotidiana. Afinal, quem fala quer ser escutado, e para que isso ocorra o emissor deve abordar os assuntos de uma maneira clara e objetiva para que o receptor queira escutar, utilizando-se do recurso da empatia somente para prender a atenção do receptor. Quando uma pessoa é atropelada, por exemplo, alguém conta esse fato para outra pessoa, esse alguém procurará representar essa ou aquela personagem para mostrar o que aconteceu, de forma que, para isso, sem tentar induzir o receptor a uma ilusão de que sua representação é real. O uso da empatia está justamente na forma natural que o emissor busca chamar a atenção do receptor, com pantomima, com o movimento escrachado, com a dor exagerada, com os movimentos trocista e brincalhões, ou sérios e pesarosos, mas sempre no âmbito das informação clara, simples e objetiva.

Para Brecht, o ator consegue distanciar o público, distanciando-se também de sua personagem, buscando representá-lo da maneira mais fidedigna possível, porém mantendo suas prerrogativas em relação a sua personagem, sem deixar de pensar em nenhum momento em suas próprias aspirações, críticas e sentimentos. O ator deve ser profissional o bastante para contribuir sempre para o crescimento de sua personagem independente do que pensa a respeito dela, de forma que, para alcançar a perfeição na interpretação, o ator deverá se ater ao que Brecht chamou de “mesa de estudos”, rejeitando qualquer impulso prematuro de empatia com sua personagem, buscando compreender sua personagem, como um leitor que lê para si próprio, em voz baixa, e não para os outros. Para o teórico as primeiras impressões do ator a respeito da personagem são demasiadamente importantes, pois serão essas as impressões que os espectadores terão quando virem o espetáculo.

Brecht criou o método de “determinação do não antes pelo contrário”. Para conceber melhor o propósito de sua personagem e passar essa informação da melhor forma possível para o público, o ator deve compreender que para cada ação, há um movimento contrário que deve ser previsto. Ex: “Se a personagem anda para direita, é porque ela não anda para a esquerda”. Esse só há de se perguntar: “ Por que minha personagem não anda para a esquerda”. O que a leva nesse momento a andar somente para a direita?”. Para Brecht é importante que o ator saiba que, no palco, ele é apenas um artista que está interpretando uma personagem, ou seja, um intérprete que mostra a personagem, mas não a vive, que tenta interpretá-la da melhor maneira possível, mas que não tenta persuadir-se (tampouco os outros) de que é a própria personagem. Dessa forma, o ator em cena não é Otelo, nem Hamlet, nem Lear e sim um artista que os representa da melhor maneira possível, que dá ao público a chance e o direito de tomar partido, de criticar, de conceber um idealismo sobre as personagens de maneira própria. Cabe ao ator, no palco, propor um debate e não debater.

fonte: http://atorearte.blogspot.com/.../09/o-metodo-de-brecht.html 







com os dentes cravados na memória

nesses 18 dias já de quarentena venho re-visitando textos e poemas inacabados, encontrei este que foi publicado na revista digital Cronópios, acho que em 2008

Mamãe é Brega mas é Xique

Decididamente mamãe não ouve e nem gosta do "rei" Roberto Carlos, porque não tem medo de lobisomem e desde os tempos em que lia José Cândido de Carvalho sabe muito bem quem são os Coronéis. mamãe tem 78 rotações por minuto e mas não perde tempo diante da TV com o Encravo e a Rosa, prefere assistir no TNT O Nome da Rosa, o filme, e fuma um baseado quando lê Umberto Eco e passa a contar o que sobrou.

Mamãe é foda cultiva no jardim flores e trombetas e as vezes sai pelos campos catando cogumelos e ervas cidreiras dizendo que o chá é bom para o fígado, pois tem comido muitas flores que lhe dão indigestão. Mamãe ouve Raul Seixas e sabe decor toda letra de Ouro de Tolo, e acha que não está com “a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”.

Ela vai pra rua e solta os bichos: 4 gatos recém paridos que amamenta com carinho como se outros filhos fossem, mamãe usa um crucifixo de madeira no pescoço põe alho no bolso e diz que é para espantar as cobras e lagartos que vez em quando aparecem no seu quintal pedindo votos.

Assim que a noite chega ela reza pra são Jorge Ogum Oxossi e todos os caboclos da mata e da cidade porque acha que na cidade é que estão todos os bandidos de colarinho branco. mamãe não dá sopa nem merenda muito menos bolsa escola cheque cidadão e outros baratos e diz não acreditar em esmola, já leu até Bertold Brecht e tem pena dos analfabetos políticos pois acredita que é aí que se encontra a grande miséria humana com que os aproveitadores continuam a se alimentar nos períodos eleitorais para enriquecer suas contas bancárias cada qual com seus laranjas.

Esperta que só ela, mamãe aperta contra o peito uma estampa de Jesus Cristo e fala: “esse é o cara” não enganou o povo com passagem a 1 real taxa de iluminação pública bolsa família bolsa emprego ou bolsa escola, deu passagem de graça, e não precisou se disfarçar com outros nomes deu a cara a forca e não nasceu pra ser otário como jogador de futebol.

 

Artur Gomes

in - Viagens InSanas

março de 2020

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Balbúrdia Poética 5
Dia 28 de março 19h
No Stand da ACL
Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ

OVERDOSE NU VERMELHO

retesar as cores
e os músculos
com os dedos agarrados no pincel

se faltar carne
para roçar os óvulos
a gente jorra tinta no papel


Artur Gomes
in Couro Cru & Carne Viva – 1987
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Prefácio

Quem fez esta manhã, quem penetrou
À noite os labirintos do tesouro,
Quem fez esta manhã predominou
Seus temas a paráfrases do touro,
As traduções do cisne: fê-la para
Abandonar-se a mitos essenciais,
Deflorada por ímpetos de rara
Metamorfose alada, onde jamais
Se exaure o deus que muda, que transvive.
Quem fez esta manhã fê-la por ser
Um raio a fecundá-la, não por lívida
Ausência sem pecado e fê-la ter
Em si princípio e fim; ter entre aurora
E meio-dia um homem e sua hora

Mário Faustino
O Homem E Sua Hora
Org. Benedito Nunes
Cia das Letras – 2002

* 

Este é um dos livros de poesia mais importante que já li, e que se tornou referência para  minha caminhada Poética. Fui apresentado a poesia de Mário Faustino, pela inesquecível amiga Wilma Lima( vermelha), em Santo André, entre os anos de 1993 a 1996, onde ela amigavelmente me recebia como hóspede em sua residência na rua Carneiro Leão, 22.


Artur Gomes

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                um lance de dados

 

doze e quarenta

e seis

mallarmè

na hora incerta

dormindo

visível na besta

sinal inviável

na quarta

dedo de deus

na segunda

jogando dado

na sexta-feira

 

Artur Gomes

In BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas –

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desde menina

tive um sonho

que me desatina

beijar e ser beijada

com muita lança perfume

confete e serpentina

no carnaval de Veneza

ver toda coisa presa

solta livre no espaço

que couber

ver meu país soberano

com seu povo digno

     impagável  de pé

 

Irina Severina

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                    vozes  do cerrado

 

brasília, Brasília,

onde estás

que não respondes?

 

em que bloco

em que superquadra

tu te escondes?

 

Nicolas Behr

Brasilírica

Antologia

Poemas escolhidos

1977-2017

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                          sub/VERSÃO

 

só desfraudando

a bandeia tropicalha

é

que a ente avacalha

com as chaves dos mistérios

dessa terra tão servil.

 

tirania sacanagem safadeza

 

tudo rima uma beleza

com a pátria/mãe que nos pariu

 

Artur Gomes

In Couro Cru & Carne Viva – 1987

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com os dentes cravados  na memória

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                   brumadinho

 

ainda tem

muita lama

no meio do caminho

 

Federika Lispector

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                    safadinho

 

ainda tem

muita cama

no meio do caminho

 

Lady CarNAvalha Gumes

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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

múltiplas poéticas

jura secreta

para Sueli Costa e Abel Silva

 

ainda arde em mim

tudo o que não comi

tudo que ainda não provei

a carne que ainda não lambi

na boca que ainda não bebi

a língua que ainda não beijei

 

só um poema me devora

aquele que ainda não gravei

a poesia que ainda não escrevi

a palavra que ainda não falei

"a jura secreta que não fiz"

o amor que ainda não gozei

 

                      Artur Kabrunco

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

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dia desses escrevi meu testamento

deixei algumas palavras registrando minha indignação e nojo

por ainda ver algumas pessoas defendendo o indefensável

diante tanta exterminação nesse mercado e por não ser jumento não defendo gado

 

Federico Baudelaire

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um barato

a rima

de chão

e asfalto

 

pé ante pé

na passarela

meio fio

ou calçada

 

sem pressa

nos passos

a cidade

atravessa

 

lado a lado

tantas ruas

sem ofício

desocupado

 

só seguindo

entre pontos

nas paradas

encontros

 

meia volta

 volta & meia

liberdade

nos rodeia

 

vida vinda

tudo indo

horizontes

nada finda

 

luz do sol

clarão da lua

o mesmo céu

continua...

 

moro perto

da minha casa

quase dentro

mas vivo muito

mais fora

 

os cigarristas

novembro 2018

poética ING

viva-se


 

concepção editorial

jurema barreto de Souza

zhô bertholimi

 

ilustração: humberto pessoa

projeto gráfico:

 luiza manina / zhô Bertholini

 

a cigarra edições

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santo andré-sp – brasil

acigarra@ig.com.br

facebook

jurema barreto de souza II


por que nada se sabe

sobre a milenar Brasília

antes do dia

21 de abril de 1960?

 

todos os registros

sobre a antiquíssima cidade

foram destruídos

por ordem de jk

 

para que assim

a história de Brasília

começasse com ele

 

Nicolas Behr

In Brasilírica

 Poemas escolhidos

1977-2017


no país

da pandemônia

 

se é corrupto branco rico

e fez parte de algum golpe

de estado

o mandato é de prisão

se é negro pobre favelado

      o mandato é execução

 

Artur Gomes

in Pátria A(r)mada

Desconcertos Editora – 2022

Prêmio Oswald de Andrade

UBE-Rio - 2020

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A folha de papel em branco sobrevoa a transparência diante do espelho onde me espreitam dois grandes olhos  feito jabuticabas de um pomar que inda procuro a palavra escrita ainda não dita de um desejo impuro e a folha branca de papel pousa em tuas mãos como um pássaro não nascido ainda vindo do futuro.

 

Artur Gomes

in o homem com a flor na boca

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HORAS TONTAS VOLTAS

              - torquatianas 

 

I

 

tudo tem sua hora

de barra

de berro

de birra

de briga

 

com deus e o diabo

nessa terra de ninguém

 

II

 

tudo tem sua hora

e agora esta solidão

me tirando o sossego

me fazendo procurar emprego

de poeta ou faquir

 

III

 

tudo tem sua hora

mas nem sempre manda aviso

que chegou pra acontecer

e assim sendo

às vezes perde-se o juízo

e põe-se tudo pra foder

 

IV

 

horas vãs

são irmãs

de horas completas

que nos fazem pensar

que todas são sãs

 

ENTRE UM SORRISO DE DENTES

 

TOR

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

                 TO

 

LET´S PLAY

 

um anjo desgarrado

feito coisa qualquer

sujeito mais avoado

 

TOR

QUA

T    O

NETO

80

AÇÃO

 

09 NOV 2024

 

Zhô Bertholini

 

os cigarristas

novembro 2024

 

concepção editorial

jurema barreto de souza

zhô Bertholini

projeto gráfico

luzia maninha

zhô Bertholini

revistacigarra@gmail.com

 

a poesia é a mãe das artes

      e das manhas em geral


o poeta nasce feito
assim como dois mais dois;
se por aqui me deleito
é por questão de depois

 

a glória canta na cama
faz poemas, enche a cara
mas é com quem mais se ama
que a gente mais se depara

 

ou seja:

 

quarenta e sete quilates
sessenta e nove tragadas
vinte e sete sonhos, noites
calmas, desperdiçadas.

 

saiba, ronaldo, acontece
uma vez em qualquer vida:
as teias que a gente tece
abrem sempre uma ferida

 

no canto esquerdo do riso?
no lado torto da gente?
talvez.
o que mais forte preciso
não sei sequer se é urgente.

 

nem sei se eu sou o caso
que mais mereço entender –
de qualquer forma, o A-caso
me deixa tonto. e querer

 

não é sentar, ter na mesa
uma questão de depois:
é, melhor, ver com certeza
quem imagina um mais dois.

 

                        Torquato Neto


                 ibirapitanga

 

o pau brasil

ainda sangra

 

biblioteca

 

entre quatro paredes

 palavras gritam caladas

dentro de livros trancadas

 no silêncio - instante

por não serem faladas

 para esse povo aqui

                    - distante

 

Artur Gomes

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memorial dos ossos

memorial dos ossos   espora essa palavra amolada dessas que cortam a carne no primeiro toque espora em meu sentido rock não um mero truque a...