segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

múltiplas poéticas

jura secreta

para Sueli Costa e Abel Silva

 

ainda arde em mim

tudo o que não comi

tudo que ainda não provei

a carne que ainda não lambi

na boca que ainda não bebi

a língua que ainda não beijei

 

só um poema me devora

aquele que ainda não gravei

a poesia que ainda não escrevi

a palavra que ainda não falei

"a jura secreta que não fiz"

o amor que ainda não gozei

 

                      Artur Kabrunco

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

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dia desses escrevi meu testamento

deixei algumas palavras registrando minha indignação e nojo

por ainda ver algumas pessoas defendendo o indefensável

diante tanta exterminação nesse mercado e por não ser jumento não defendo gado

 

Federico Baudelaire

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um barato

a rima

de chão

e asfalto

 

pé ante pé

na passarela

meio fio

ou calçada

 

sem pressa

nos passos

a cidade

atravessa

 

lado a lado

tantas ruas

sem ofício

desocupado

 

só seguindo

entre pontos

nas paradas

encontros

 

meia volta

 volta & meia

liberdade

nos rodeia

 

vida vinda

tudo indo

horizontes

nada finda

 

luz do sol

clarão da lua

o mesmo céu

continua...

 

moro perto

da minha casa

quase dentro

mas vivo muito

mais fora

 

os cigarristas

novembro 2018

poética ING

viva-se


 

concepção editorial

jurema barreto de Souza

zhô bertholimi

 

ilustração: humberto pessoa

projeto gráfico:

 luiza manina / zhô Bertholini

 

a cigarra edições

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santo andré-sp – brasil

acigarra@ig.com.br

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jurema barreto de souza II


por que nada se sabe

sobre a milenar Brasília

antes do dia

21 de abril de 1960?

 

todos os registros

sobre a antiquíssima cidade

foram destruídos

por ordem de jk

 

para que assim

a história de Brasília

começasse com ele

 

Nicolas Behr

In Brasilírica

 Poemas escolhidos

1977-2017


no país

da pandemônia

 

se é corrupto branco rico

e fez parte de algum golpe

de estado

o mandato é de prisão

se é negro pobre favelado

      o mandato é execução

 

Artur Gomes

in Pátria A(r)mada

Desconcertos Editora – 2022

Prêmio Oswald de Andrade

UBE-Rio - 2020

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A folha de papel em branco sobrevoa a transparência diante do espelho onde me espreitam dois grandes olhos  feito jabuticabas de um pomar que inda procuro a palavra escrita ainda não dita de um desejo impuro e a folha branca de papel pousa em tuas mãos como um pássaro não nascido ainda vindo do futuro.

 

Artur Gomes

in o homem com a flor na boca

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HORAS TONTAS VOLTAS

              - torquatianas 

 

I

 

tudo tem sua hora

de barra

de berro

de birra

de briga

 

com deus e o diabo

nessa terra de ninguém

 

II

 

tudo tem sua hora

e agora esta solidão

me tirando o sossego

me fazendo procurar emprego

de poeta ou faquir

 

III

 

tudo tem sua hora

mas nem sempre manda aviso

que chegou pra acontecer

e assim sendo

às vezes perde-se o juízo

e põe-se tudo pra foder

 

IV

 

horas vãs

são irmãs

de horas completas

que nos fazem pensar

que todas são sãs

 

ENTRE UM SORRISO DE DENTES

 

TOR

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

        QUA

                 TO

 

LET´S PLAY

 

um anjo desgarrado

feito coisa qualquer

sujeito mais avoado

 

TOR

QUA

T    O

NETO

80

AÇÃO

 

09 NOV 2024

 

Zhô Bertholini

 

os cigarristas

novembro 2024

 

concepção editorial

jurema barreto de souza

zhô Bertholini

projeto gráfico

luzia maninha

zhô Bertholini

revistacigarra@gmail.com

 

a poesia é a mãe das artes

      e das manhas em geral


o poeta nasce feito
assim como dois mais dois;
se por aqui me deleito
é por questão de depois

 

a glória canta na cama
faz poemas, enche a cara
mas é com quem mais se ama
que a gente mais se depara

 

ou seja:

 

quarenta e sete quilates
sessenta e nove tragadas
vinte e sete sonhos, noites
calmas, desperdiçadas.

 

saiba, ronaldo, acontece
uma vez em qualquer vida:
as teias que a gente tece
abrem sempre uma ferida

 

no canto esquerdo do riso?
no lado torto da gente?
talvez.
o que mais forte preciso
não sei sequer se é urgente.

 

nem sei se eu sou o caso
que mais mereço entender –
de qualquer forma, o A-caso
me deixa tonto. e querer

 

não é sentar, ter na mesa
uma questão de depois:
é, melhor, ver com certeza
quem imagina um mais dois.

 

                        Torquato Neto


                 ibirapitanga

 

o pau brasil

ainda sangra

 

biblioteca

 

entre quatro paredes

 palavras gritam caladas

dentro de livros trancadas

 no silêncio - instante

por não serem faladas

 para esse povo aqui

                    - distante

 

Artur Gomes

leia mais no blog

https://arturgumes.blogspot.com/

 

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