jura secreta
para Sueli Costa e Abel Silva
ainda arde em mim
tudo o que não comi
tudo que ainda não provei
a carne que ainda não lambi
na boca que ainda não bebi
a língua que ainda não beijei
só um poema me devora
aquele que ainda não gravei
a poesia que ainda não escrevi
a palavra que ainda não falei
"a jura secreta que não fiz"
o amor que ainda não gozei
Artur Kabrunco
Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
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dia desses escrevi meu testamento
deixei algumas palavras registrando minha indignação e nojo
por ainda ver algumas pessoas defendendo o indefensável
diante tanta exterminação nesse mercado e por não ser jumento não defendo gado
Federico Baudelaire
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um barato
a rima
de chão
e asfalto
pé ante pé
na passarela
meio fio
ou calçada
sem pressa
nos passos
a cidade
atravessa
lado a lado
tantas ruas
sem ofício
desocupado
só seguindo
entre pontos
nas paradas
encontros
meia volta
volta & meia
liberdade
nos rodeia
vida vinda
tudo indo
horizontes
nada finda
luz do sol
clarão da lua
o mesmo céu
continua...
moro perto
da minha casa
quase dentro
mas vivo muito
mais fora
os cigarristas
novembro 2018
poética ING
viva-se
concepção editorial
jurema barreto de Souza
zhô bertholimi
ilustração: humberto pessoa
projeto gráfico:
luiza manina / zhô Bertholini
a cigarra edições
caixa postal 214 – cep 09015-970
santo andré-sp – brasil
facebook
jurema barreto de souza II
por que nada se sabe
sobre a milenar Brasília
antes do dia
21 de abril de 1960?
todos os registros
sobre a antiquíssima cidade
foram destruídos
por ordem de jk
para que assim
a história de Brasília
começasse com ele
Nicolas Behr
In Brasilírica
Poemas escolhidos
1977-2017
no país
da
pandemônia
se é corrupto branco rico
e fez parte de algum golpe
de estado
o mandato é de prisão
se é negro pobre favelado
o mandato é
execução
Artur Gomes
in Pátria A(r)mada
Desconcertos Editora – 2022
Prêmio Oswald de Andrade
UBE-Rio - 2020
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A folha de papel em branco sobrevoa a transparência diante do espelho onde me espreitam dois grandes olhos feito jabuticabas de um pomar que inda procuro a palavra escrita ainda não dita de um desejo impuro e a folha branca de papel pousa em tuas mãos como um pássaro não nascido ainda vindo do futuro.
Artur Gomes
in o homem com a flor na boca
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HORAS TONTAS VOLTAS
- torquatianas –
I
tudo tem sua hora
de barra
de berro
de birra
de briga
com deus e o diabo
nessa terra de ninguém
II
tudo tem sua hora
e agora esta solidão
me tirando o sossego
me fazendo procurar emprego
de poeta ou faquir
III
tudo tem sua hora
mas nem sempre manda aviso
que chegou pra acontecer
e assim sendo
às vezes perde-se o juízo
e põe-se tudo pra foder
IV
horas vãs
são irmãs
de horas completas
que nos fazem pensar
que todas são sãs
ENTRE UM SORRISO DE DENTES
TOR
QUA
QUA
QUA
QUA
QUA
QUA
QUA
TO
LET´S PLAY
um anjo desgarrado
feito coisa qualquer
sujeito mais avoado
TOR
QUA
T O
NETO
80
AÇÃO
09 NOV 2024
Zhô Bertholini
os cigarristas
novembro 2024
concepção editorial
jurema barreto de souza
zhô Bertholini
projeto gráfico
luzia maninha
zhô Bertholini
a poesia é a mãe das artes
e das manhas em geral
o poeta nasce feito
assim como dois mais dois;
se por aqui me deleito
é por questão de depois
a glória canta na cama
faz poemas, enche a cara
mas é com quem mais se ama
que a gente mais se depara
ou seja:
quarenta e sete quilates
sessenta e nove tragadas
vinte e sete sonhos, noites
calmas, desperdiçadas.
saiba, ronaldo, acontece
uma vez em qualquer vida:
as teias que a gente tece
abrem sempre uma ferida
no canto esquerdo do riso?
no lado torto da gente?
talvez.
o que mais forte preciso
não sei sequer se é urgente.
nem sei se eu sou o caso
que mais mereço entender –
de qualquer forma, o A-caso
me deixa tonto. e querer
não é sentar, ter na mesa
uma questão de depois:
é, melhor, ver com certeza
quem imagina um mais dois.
Torquato Neto
ibirapitanga
o pau brasil
ainda sangra
biblioteca
entre quatro paredes
palavras gritam caladas
dentro de livros trancadas
no silêncio - instante
por não serem faladas
para esse povo aqui
-
distante
Artur Gomes
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