Com Os Dentes
Cravados na m
Memória
Há algum tempo venho escrevendo alguns textos com
este título para contar um pouco da
minha trajetória de andanças poéticas p0r
este país afora. Não sei se um dia isto vai se transforma em discurso
memorialista, mas pelo menos vai servir para quem lê, entender que poesia se
produz com vivências.
Na ACL Com Os
Dentes Cravados na Memória, será um recital de poesia, com um passeio dos anos
80 para cá, com a poesia presente nos livros: Suor & Cio, Couro Cru &
Carne Viva, CarNAvalha Gumes, BraziLírica Pereira: A Traição das Metáforas e
SagaraNAgens Fulinaímicas.
A idéia de transformar esse passeio poético em
recital surge em setembro de 2016 quando em Bento Gonçalves-RS, na abertura do
XXIV Congresso Brasileiro de Poesia é anunciado que serei um dos poetas homenageados em 2017.
Na ACL aceitando o convite do meu grande amigo Hélio
de Freitas Coelho, pretendo além de falar meus poemas desse período, prestar também a aminha homenagem ao
meu grande amigo e poeta que partiu para outras esferas do planeta: Ferreira
Gullar.
Como há tempos não tenho um encontro com o público
de Campos, pretendo também bater um papo, sobre arte e poesia, linguagem, dentro do que tenho produzido em minhas
andanças, onde se inclui também o Audiovisual.
tecidos sobre a terra
Terra,
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua
da minha boca
não cubra mais tua ferida
entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
e minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha
amada de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
o que me dói é ter-te
devorada por estranhos olhos
e deter impulsos por fidelidade
ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante
minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho a luta
mesmo sabendo – o vão
estreito em cada porta
MOENDA
usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
usina
mói o braço
a carne o osso
usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço
e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
: o saldo e o lucro
Artur Gomes
FULINAÍMA MultiProjetos
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