Artur Gomes
poeta.ator.vídeo
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por Federika Lispector - texto escrito em 2016
Artur Gomes
é um poeta ímpar, o conheci quando estudei na então Escola Técnica Federal de
Campos, e ele era Coordenador da Oficina de Artes Cênicas, isso lá pelos idos
de 1987. Na época ele montava com alunos da Oficina o espetáculo teatral: A
Ciranda do Boi Cósmico, uma encenação de teatro de rua, inspirada no folclórico Boi Pintadinho. Desde então me encantei com o seu múltiplo trabalho, imprimindo poesia nas mais diversas
plataformas.
Com a
Oficina de Artes Cênicas da ETFC criou a sua marca com o Teatro de Improviso,
encenando mais de uma centena de Espetáculo, no período em que lá esteve de
1975 a 2002. Com Poesia Falada até hoje percorre o Brasil soltando o verbo nos
mais diferentes espaços, para os mais diversos tipos de público.
De 2007 para
cá, depois de colocar sua poesia no papel, no teatro, em tecidos, em vitrines
etc, passou também a se utilizar do áudio visual como plataforma para a
disseminação da sua voz poética, e já soma uma centena de vídeos.poesia
espalhados pelo youtube facebook. Minha
fascinação pelo seu trabalho, se dá, não apenas por tudo o que foi escrito
acima, mas sobre tudo pela qualidade e criatividade da sua linguagem, onde a
procura da palavra certa, é sempre o veio condutor do seu processo de criação.
Por ser
inquieto, busca outras palavras, e cria palavras novas como: Fulinaíma,
Fulinaímicas, Fulinaimânicas, Fulinaimagem. Ou: Sagarânica, Sagarínica,
SagaraNagens. Numa nova edição do Dicionário do Aurélio, com certeza estes
neologismos não poderiam faltar.
O seu último
livro SagaraNAgens Fulinaímicas, como bem escreveu Tanussi Cardoso, é "um
rio de palavras", que escorrem caudalosamente de sua escrita direto para o
infinito do papel, e dele para as nossas indagações, porque sua poesia impregnada de metáforas,
não nos deixa em outros estado emocional a não ser se perguntar onde foi que
encontrou tanta invenção poética.
Atualmente
Artur Gomes, dirige o Curso de Artes Cênicas - O Espelho, no SESC Campos-RJ, com
foco de pesquisa no Teatro do Absurdo de Fernando Arrabal, onde pretende até
dezembro apresentar o espetáculo: A Nossa Casa É Um Teatro. Dirige também
atualmente o Departamento de Áudio Visual do Proyecto Cultural Sur Brasil,
instituição que desde 1996 realiza em Bento Gonçalves-RS o Congresso Brasileiro
de Poesia.
Um Instante
no Meu Cérebro - 1973
Mutações em
Pré-Juízo - 1975
Além da Mesa
Posta - 1977
Jesus Cristo
Cortado de Cana - Cordel - 1979
Boi
pintadinho - 1980 - 1981
Suor &
Cio - 1985
Couro Cru
& Carne Viva - 1987
20 Poemas
Com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção Com Sabor de Campos - 1990
CarNAvalha
Gumes - 1995
BraziLírica
Pereira: A Traição das Metáforas - 2000
SagaraNAgens
Fulinaímicas – 2016
Juras
Secretas – 2018
Pátria A(r)mada
– 2019
O Poeta
Enquanto Coisa 2020
Pátria A(r)mada
– 2ª edição revista e ampliada 2022
tem inédito:
O Homem Com A Flor Na Boca : Deus Não Joga Dados
https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/
Em música lançoua em 2002 o CD Fulinaíma Sax Blues Poesia
e tem uma dezena de parceiros espalhados pelo Brasil. Em 2002 lançou o CD Fulinaíma Sax Blues Poesia, e com seu parceiro mais constante Paulo Ciranda, prepara para 2017 o lançamento do CD Balada Pros Mortais.
Para mim que
admiro imensamente a sua obra poética é difícil escolher um poema para
exemplificar a sua produção, mas acabei escolhendo este do seu inédito Juras
Secretas.
o tecido do amor já esgarçamos
em quantos outubros nos gozamos
agora que palavro Itaocaras
e persigo outras ilhas
na carne crua do teu corpo
amanheço alfabeto grafitemas
quantas marés endoidecemos
e aramaico permaneço doido e lírico
em tudo mais que me negasse
flor de lótus flor de cactos flor de lírios
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse
Hilda Hilst quando então se me amasse
ardendo em nós salgado mar e Olga risse
olhando em nós flechas de fogo se existisse
por onde quer que eu te cantasse ou Amavisse
*Federica
Lispector
Assessora de Imprensa na FULINAÍMA
MultiProjetos
https://centrodeartefulinaima.blogspot.com/
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