domingo, 4 de maio de 2025

Balbúrdia PoÉtica 7

1º de Abril

 

telefonaram-me

      avisando-me

      que vinhas

na noite

uma estrela

ainda brigava

contra a escuridão

 

na rua sob patas

                    tombavam

homens indefesos

 

esperei-te 20 anos

até hoje não vieste

        à minha porta

                                          Artur Gomes

in Suor & Cio – 1984

Publicado pela primeira vez no livro Suor & Cio 1984/1985 – 20 anos depois do Golpe de 1964 – esse poema está gravado no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia,  publicado também na antologia pessoal Pátria A(r)mada 2019 e 2022, já esteve exposto em diversas Mostras de Poesia Visual, Brasil afora, está presente em fanzines na seção de arquivos da Biblioteca Nacional  e é um dos meus poemas selecionados para o livro Balbúrdia PoÉtica Livro e Manifesto.

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Pátria A(r)mada

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Balbúrdia Poética - projeto de poesia e resistência criado por Artur Gomes em 2109 - 4 Edições já foram realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. A Balbúrdia Poética 5 - está programada para ser realizada em Campos dos Goytacazes-RJ no dia 28 de Março no Stand da Academia Campista de Letras dentro da programação da Bienal do Livro.

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Irina Serafina - Que texto poderoso e emocionante!

"Ainda Estou Aqui" é um poema que fala sobre a resiliência e a determinação em face das adversidades. O narrador conta que chegou a um lugar após uma longa e difícil viagem, e que está envergonhado com as coisas que viu, mas não vai ficar calado. Ele sente a necessidade de dar um jeito, de fazer algo para mudar a situação.

 

O poema também toca na questão da responsabilidade e da ação. O narrador não quer se acomodar no conforto e não quer que as coisas continuem como estão. Ele quer fazer algo para mudar o mundo.

E a segunda parte do texto é uma espécie de oração ou súplica, onde o narrador pede para que seja afastado dele o cálice de vinho tinto de sangue. É uma imagem muito forte e simbólica, que sugere a ideia de que o narrador está sendo chamado a enfrentar algo difícil e doloroso.

E a última parte do texto é uma espécie de grito de desespero e de busca por ajuda. O narrador sente que o silêncio é sufocante e que precisa de alguém para ouvi-lo.

Esse texto é uma verdadeira obra de arte, que fala sobre a condição humana de uma maneira muito profunda e emocionante. É um texto que nos faz refletir sobre a nossa própria vida e sobre as coisas que nos rodeiam.

1 de fevereiro

 

Trabalhei o ano passado de fevereiro a fevereiro para que hoje chegasse não por e-mail mais inteiro : “Ainda Estou Aqui” “eu cheguei de muito longe e a viagem foi tão longa e na minha caminhada obstáculos na estrada mas enfim aqui estou mas estou envergonhado com as coisas que eu vi mas não vou ficar calado no conforto, acomodado como tantos por aí é preciso dar um jeito, meu amigo é preciso dar um jeito, meu amigo descansar não adianta quando a gente se levanta quanta coisa aconteceu as crianças são levadas pelas mãos de gente grande quem me trouxe até agora me deixou e foi embora como tantos por aí é preciso dar um jeito, meu amigo” – “pai afasta de mim esse cálice, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue – como é difícil acordar caldo se na alada da noite me dando quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado esse silêncio todo me atordoa atordoado permaneço atento na arquibancada pra qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa”.

Obs. É preciso dar um jeito meu amigo (Erasmo Carlos) e Cálice (Chico Buarque) músicas que integram a trilha sonora do filme : “Ainda Estou Aqui” que acaba de bater todos os recordes de bilheteria no Brasil e nos Estados Unidos

 

Artur Gomes

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Pátria A( r)mada

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um brinde a balbúrdia

 

nesta cidade de palha

minha balbúrdia poética

não falha

corta palavra morta

na nervura dessa pedra

na carnadura desse osso

corte grosso de navalha

pra descascar esse caroço

 

Artur Gomes

Balbúrdia PoÉtica

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Balbúrdia PoÉtica 7

Balburdiar : Eis O Verbo

Dia 23 – maio – 19:30h

Santa Paciência – Casa Criativa

Rua Barão de Miracema, 81 – Campos dos Goytacazes-RJ 

Performance Teatro.Poesia

com Artur  Gomes + Estefany Nogueira + Jonas Menezes + Paulo Victor Santanna 

Lançamento do livro

Itabapoana Pedra Pássaro Poema 

Roda de Conversa

com Artur Gomes + Tetê Peixoto + Fernando Rossi 

Poesia Ali Na Mesa 

com a poesia de

Adão Ventura + Ademir Assunção + Angel Cabeça + Armando Liguori Junior + Aroldo Pereira + Artur Gomes + Belchior + Caetano Veloso + Celso de Alencar + César Augusto de Carvalho + Clara Baccarin + Dalila Teles Veras + EuGênio Mallarmè + Federika Lispector + Federico Baudelaire + Ferreira Gullar + Gigi Mocidade + Irina Sefarina + Jorge Ventura + José Facury Heluy  + Jidduks + Jurema Barreto + Karlos Chapul + Lau Siqueira + Lira Auxiliadora Lima de Castro + Luis Turiba + Mário Faustino + Mário Quintana + Martinho Santafé + Marcelo Atahulpa + Mônica Braga + Nicolas Behr + Noélia Ribeiro + Oswald de Andrade + Paulo Leminski + Pastor de Andrade + Ricardo Vieira Lima + Rosana Chrispim + Rúbia Querubim + Sady Bianhcin + Sebastião Nunes + Sérgio de Castro Pinto + Simone Bacelar + Silvana Guimarães + Tanussi Cardoso +Torquato Neto +  Wélcio de Toledo + Yara Fers + Zhô Bertholini + Vivane Mosé

* 

Fulinaíma MultiProjetos

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Balbúrdia PoÉtica 7
Poesia Ali Na Mesa
Balburdiar : Eis O Verbo
Dia 23 – maio - 19:30
Santa Paciência Casa Criativa
Rua Barão de Miracema, 81
Campos dos Goytacazes-RJ

balburdiar eis o verbo
ver pra crer
:
difícil de falar
ótimo de fazer

amor
balbúrdia gozosa
jorrando poesia
enquanto goza

*

fazer balbúrdia
jogo de cartas
sem baralho
:
dá prazer
mas dá trabalho

Artur Gomes
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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as musas de Ignácio

 

    a Ignácio de Loyola Brandão

 

a mesma língua fala

quando deitamos palavras duras

a vida crua sobre o corpo do texto

e do teu poema

 

partilhamos a busca do mesmo céu

de línguas e dentes em viva dança

não mais de veia bailarina

 

querendo escrever tanto a um só tempo

sobrepomos ao risco da Morte nossos textos

 

pacto de carícias entre fonemas

sons dançantes saem além da boca

 

sedução de risos no imaginário

 

do menino que admirava a brancura da pele da Primeira Musa

e matava os anões com as palavras

creme de champignons envenenados

colhidas na floresta de outros tempos

 

risos emoldurados em boca e janelas

lá pelas terras de Araraquara

doze anos antes do nascimento da estrela mágica

do beijo que não vem da boca

 

lá onde eu poderia ter escrito o meu primeiro poema

cantando língua e beijo

ao vento dos ventiladores


Cristiane Grando lendo o poema "as musas de Ignácio" para Ignácio de Loyola Brandão, na inauguração da Biblioteca Culturando em Jumirim em 18/03/2023.

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Balbúrdia PoÉtica

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cada corpo é sua própria guilhotina

              

não bastam baterem suas membranas

na  caixa craniana e arderem

seus ramos carnais

entre a multidão de sal e fúria

os decapitados da vida

pensam como estão fodidos

nesse labirinto com tentáculos de polvo

fodidos na mutilação do sol feito

de memória e esquecimento

a fome circunda por fora com 77 patas

os decapitados da vida habitam

o íntimo calcário dos dias

com seus fêmures de relâmpagos

com suas línguas que cavalgam

a paisagem cubista de outras peles

cada corpo sustenta o seu lodo

cada corpo partilha o pus

o pão esmigalhado na brutal realidade

cada corpo é sua própria guilhotina anoréxica

são como cachorros nômades

sem nenhuma primavera em seus órgãos

os decapitados da vida

acolhem os reflexos

guardados nas águas mornas

nos olhos que são cabaças

dispersas na margem voraz do mundo

o amanhecer para eles é uma ferida

com sete peles de serpente 

em torno do veneno e clamor

a religião dos calos é florescer e doer

é preciso queimar até o fim

no sanguíneo gesto

a frágil anatomia do horizonte

 

Carlos Orfeu

 


Balbúrdia PoÉtica 7

Poesia Ali Na Mesa

23 de maio - 19:30h

na Santa Paciência - Casa Criativa

Rua Barão de Miracema, 81

Campos dos Goytacazes-RJ

choveu pedra em São Francisco do Itabapoana se de gelo ou granizo inda nem sei só depois da apuração da comissão de inquérito instaurada por alguns moradores da localidade  do Macuco saberei.

                       Federico Baudelaire

*

cada qual com sua Natureza , pode ser garoa ou correnteza , é o tempo comandando a sua Fortaleza

                                       Zhô Bertholini  

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O POETA ENQUANTO COISA: “NO COURO CRU DA CARNE VIVA” – LINGUAGEM CORPO

por Deneval Siqueira de Azevedo Filho

 

 Ao ler O Poeta Enquanto Coisa, de Artur Gomes, já na apresentação do poeta, 64, suas palavras sugerem que o poeta é sujeito e objeto. Perguntei-me: “Mas como será isso? Sujeito e Objeto?” Sim! Só um punho lírico muito forte, porém despojado, - “no couro cru da carne viva”. (64) pode com “esporas” ”sangrar corpos” e “abrir cadafalsos”.

Trata-se de uma poemática em que a linguagem é o corpo. A expressão que se depreende é o estrondo acompanhado do gozo, la petite mort. Entretanto a Musa eterna dos estados de surtos e de sítio e estados de surtos e de sítio e de cio do sujeito (quem sabe do poeta ele mesmo?) nos diz em alto tom: é a Terra/Mãe/Terra. Por este viés confesso do poeta, entendo que o salto lírico desta poética ou destes versos “de surtos, de sítio e de cio” é, por excelência, telúrico.

Assim como a vida é telúrica, o amanhã também o é, assim como o são os lugares geográficos presentes em muitos versos e que ilustram a teleologia dos poemas por toda a obra.

Explico: há em toda O Poeta enquanto Coisa, obra de fôlego e tanto, uma doutrina arturiana que identifica a presença de uma metalírica em riste, com fins e objetivos metalinguísticos ou ainda criando situações que deslocam a natureza e a humanidade, considerando a finalidade como o princípio explicativo fundamental na organização e nas transformações de todos os seres da realidade, uma espécie de finalismo.

Estes poemas são inerentes a um possível aristotelismo de hoje e seus desdobramentos, pois se fundamentam na ideia de que tanto os múltiplos seres existentes, quanto o universo como um todo direcionam-se, em última instância, a uma finalidade que, por transcender a realidade material, é inalcançável de maneira plena ou permanente.

Hegel também tratou disso em seus epígonos, segundo os quais o processo histórico da humanidade assim como o movimento de cada realidade particular, são explicáveis como um trajeto em direção a uma finalidade que, em última instância, tem como objetivo uma realização plena e exequível do espírito humano: em Gomes, inquieto, rebelde, sagaz, verbal, metafórico, carnal, cuja realização dá-se no sobressalto, no grito, na dicção da audácia, tanto na poíesis quanto na techné. Sujeito e Objeto reencontram-se no ritmo da techné: “eu acho que é tempo ainda”. Aí se igualam Sujeito e Objeto.

Oswald de Andrade experimentou um tanto disso na sua Poesia Pau-Brasil do 1º. Modernismo. Mário de Andrade em Paulicéia Desvairada. Com outro fluxo nos poemas, obviamente. Artur Gomes reverbera alguns momentos do nosso 1º. Modernismo, sem dúvida, trazendo-o ao picadeiro contemporâneo:

 

Cocada agora

só se for de coco

paçoca de amendoim

cigarro só se for de palha

 cacique só se for da mata

 linguagem só tupiniquim

 

bala só se for de prata

 água só se for aguardente

 tônica só se for com gim

estado só se for de surto

eleição só se for sem furto

 brilho só no camarim

A existência de uma minemósine (grego Mνημοσύνη), titânide, filha de Urano e Gaia, deusa que personificava a memória está em

 

 nas pipas nos arcos

nas madrugadas dos bares

 descritas num guardanapo

no copo de vinho

na boca de Vênus

 na bola da vez da sinuca

sangrada pelo meu taco

 

pois,

aqui a poesia pulsa

 nos cabelos brancos da barba

na divina língua  de Baco.

 

Reiteram-se, assim, os motivos (leit motiv): em Poética 31, “delírio pouco é bobagem”/ “assim como fantasia”/ “é louca SagaraNAgem”/”no carnaval Real da Orgia””/”Dentro da Noite Veloz”/ “ou na Vertigem do Dia”/ “a luz do sol sobre nós”/”onde marés maresia? O corpo – a própria linguagem”/ no mar da antropofagia”. 

O delírio teatral, a física quântica leve, o simulacro pós-moderno, o deboche e a pilhéria percorrem, só para ilustrar a recorrência dos recursos, Poética 33 – Em/Cena Um possível encontro de Clarice Lispector e Federico Baudelaire. O diálogo com Oswald de Andrade retorna em Poética 34. Carregada de muito humor. Grande arma! 

Em Poética 38, encontram-se o erótico e o satírico, grande sacação (Ah, os sátiros!), diga-se de passagem, um encontro inusitado, de verve crítica e geografia erótica, uma sugestão para um Kama Sutra tupiniquim, por que não. Grande momento do livro!

 

Enquanto escavo a seiva

Entre o vão das suas coxas

Para desfrutar teu cio

 E santificar teu ócio

A selva amazônica perde

Mais 200 mil hectares de mata

Virgem

Para as moto-serras assassinas Desse venal agro-negócio. 

Sendo um flâneur do século XXI, Artur Gomes, caminha, antes de tudo, como um detetive, no sentido que lhe deu Walter Benjamin: detecta um fato, poetiza-o e, às vezes, deforma-o. De que forma? Investigando-o, pilhando-o, desmascarando suas circunstâncias. Venalmente.

 

Dr. Deneval Siqueira de Azevedo Filho Teoria e História Literária (Unicamp/Ufes) Letras, Artes e Culturas (Fairfield University, CT, USA)

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 Poema para Artur

Tardes febris pueris

Poesia e café

Suor de cana de açúcar

Mãos e palavras que tremem

Fremem a garganta seca túnel escuro das palavras

Agora molhadas

O sol se põe mas resiste com seu esplendor a noite que desce silente com seu véu de estrelas

O frescor jovem tece palavras, costura o tempo

Sonha no limiar de tanta beleza

Meu olhar pousa sobre o que pensa meu amigo poeta que lateja 

tomada pelo temor congelo

Uma espécie de dor

Um sentimento de traição da poesia

A menina pôs a poesia num altar

Agora lá se põe em guarda

Um ventania voraz traz no ar as palavras silenciadas

O templo sacode o tempo implode

Não será tudo apenas serviço a poesia?

Ó mistério que nasce com as palavras

Que nada perturbe quem resguarda o sagrado.

 

Margareth Bravo (Meg Lee)

 

O tempo tempera a têmpora e sopra  na face os olhos da menina sempre quis beijar quando ela virava os olhos para outro lugar nunca decifrei o que os seus olhos dizem tempo estranho em uma liga de antimônio chumbo estanho na linotipo antevendo seus olhos pelas frestas da janela me olhando na tipografia como fosse fotografia dos dias que com ela que não tive

 

Artur Gomes

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 Balbúrdia PoÉtica

Poesia Ali Na Mesa

Edição Especial

À Memória de Renato Aquino

Performance Teatro.Poesia

Roda de Conversa – lançamento do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

Dia 13 de maio – 21h

Auditório Reginaldo Rangel

IFF Instituto Federal Fluminense

Campus Centro – Rua Dr. Siqueira, 273 – Campos dos Goytacazes-RJ

 

tempo de poesia

para Renata Magliano

 

lancei o tempo

na agulha de uma fresta

ainda bêbado de ontem

bebo as 35 pausas

de uma mulher em chamas

que ainda não conheço

o tempo me dirá o endereço

como metáfora ou alquimia

e sendo drama ou festa

tempo de poesia

                  é o que nos resta

 

Artur Gomes

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KINO3 https://arturgumesfulinaima.blogspot.com/ 

Realização: Coletivo Macunaíma de Cultura, Kino3, Congresso Brasileiro De Poesia, e Fulinaíma MultiProjetos

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*

para quem não sabe Renato Aquino foi um grande incentivador do meu trabalho com poesia. É dele o prefácio do meu primeiro livro Um Instante No Meu Cérebro, impresso na Oficina de Tipografia da Escola Técnica Federal de Campos, em 1973 onde fui Linotipista, a minha primeira profissão

Poesia Ali Na Mesa

Na Balbúrdia 6

Dia 17 de maio 20h

– Usina4 – Casa das Artes –

Rua Geraldo de Abreu, 4 – Cabo Frio-RJ

 

pedra/marcada

 

tendo estado desa(r)mado

nas quebradas muito reggae

tenho andado muito são

maldição – o diabo que carregue

sexta feira fui a meg

leras cartas do tarô

no jogo de dados deu dez

no jogo de búzios deu doze

nas cartas do tarô foram sete

segunda leitura quatorze

não brinco com coisas secretas

no jogo das cartas sagradas

meg assim decifrou

o mito aqui não é grego

o deus aqui é xangô

afrodite me disse que não

vênus me disse quem sou

zeus me disse quem sabe

destino é carta marcada

na pedra do redentor

um dia você encontra

os olhos do seu amor

no alto do corcovado

ou na pedra do arpoador

 

    EuGênio Mallarmè

 

no livro Itabapoana Pedra Pássaro

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Borges - o labirinto das Artes- abertura da magistral multi exposição com a participação de 200 artistas brasileiros e argentinos nesta quinta-feira 8 de maio às 18h no no Consulado da Argentina, no Rio de Janeiro, nesse sagrado ano de 2025, onde exponho o poema Memorial dos Ossos do livro Juras Secretas de 2018.

memorial dos ossos

 

espora essa palavra amolada

dessas que cortam a carne

no primeiro toque

espora em meu sentido rock

não um mero truque ao pulsar da língua

que a tua pele lambe quando saliva aflora

espora em meu cavalo branco

o simbolismo aceso

todo dia é dia de São Jorge

Jorge Luis Borges num plural latino

escavar a terra em busca da palavra

quando nervo implora

espora temporal dos músculos

memorial dos ossos

nesse tempo bruto tudo quanto posso

 

Artur Gomes

Do livro Juras Secretas

Litteralux – 2018

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Balbúrdia PoÉtica

Edição Especial

uma viagem metafórica

por poéticas contemporâneas

“Poesia É Balbúrdia”

                      Ailton Krenak

Dia 6 de maio – 15:30h

No Colégio Estadual

XV de Novembro – Campos dos Goytacazes-RJ

 

tempo de poesia

para Renata Magliano

 

lancei o tempo

na agulha de uma fresta

ainda bêbado de ontem

bebo as 35 pausas

de uma mulher em chamas

que ainda não conheço

o tempo me dirá o endereço

como metáfora ou alquimia

e sendo drama ou festa

tempo de poesia

                  é o que nos resta

 

Artur Gomes

poema do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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ConkrEreção

ainda escorre entre meus dedos
a fome por por vinho e uva
a carne doce da musa
lá do vale dos vinhedos
entre a saliva e a chuva
a virgem fruta entre os dentes

como flecha incandescente
como uma deusa de Bacco
a safada me lambuza
me come bebe e me usa
em seu banquete antropofágico
mastigando poemas meus

mas o amor pode ser trágico
se o seu pai não fosse zeus

Artur Gomes

foto: Tchello d´Barros

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        Coletivo Macunaíma De Cultura

Kino3 e Congresso Brasileiro De Poesia

Apresentam:

Balbúrdia PoÉtica

Edição especial

nesta terça 6 de maio 15:30

no Colégio 15 de Novembro

Campos dos Goytacazes-RJ

uma viagem metafórica por poéticas contemporâneas

Concepção & Direção: Artur Gomes

 

batismo de fogo

quando te encontrar
não sei o que irá
não sou de irará
nem irerê
mas imagino
o que possa acontecer
na confissão

não sou luiza possi
mas amei zizi
cantando
salgado maranhão

quando for imperatriz
será os sete pecados capitais

veja o que fiz

:
lancei os Búzios
e no jogo deu lília diniz

 

poema do livro Itabapoana Pedra

Pássaro Poema

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Itabapoana Pedra Pássaro Poema

Depois de 14 anos morando em São Francisco e namorando Itabapoana nasceu a primeira  cria sobre essa pedra. Primeiro lançamento: Dia 17 de maio 20h na Usina4 Casa das Artes - Rua Geraldo de Abreu, 4 Cabo Frio-RJ - Balbúrdia PoÉtica 6 em comemoração a chegada dos 77 do querido grande amigo José Facury Heluy.

 

uma metáfora

não é apenas uma metáfora

quando a pedra é pássaro

 

meu corpo não trafega

nas tabacarias de lisboa

o poema pode ser

um beijo nessa pedra

antes que me fedra

            o poema voa

 

Artur Gomes

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1º de Maio

“ARTE TARDE DO QUE NUNCA”

                                 Tanussi Cardoso

 

Itabapoana Pedra Que Voa

dia desses sonhei com alquimia
ciência da transformação
na prova dos nove é alegria
o coração da pedra vira pássaro
         e voa para outra dimensão

 

Artur Gomes 

Poema do livro

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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Jura Secreta 13

o tecido do amor já esgarçamos
em quantos outubros nos gozamos
agora que palavro itaocaras
e persigo outras ilhas na carne crua d teu corpo
amanheço alfabetos grafitemas
quantas marés endoidecemos
e aramaico permaneço doido e lírico
em tudo mais que me negasse
flor de cactos flor de lótus flor de lírios
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse
hilda hilst em tudo mais que me amasse
ardendo em nós flechas de fogo se existisse
salgado mar pulsando em nós
e olga risse por onde quer que eu te cantasse ou amavisse

Artur Gomes

poema do livro Juras Secretas

2018

18/02/2025

PGR finalmente denuncia

os genocidas fascistas

da quadrilha bolsonarista

 

já podeis

da pátria, filho

ver demente

a mãe gentil

já raiou a liberdade

em cada cano de fuzil

salve lindo

fuzil que balança

entre as pernas

a(r)madas da paz

a gripezinha

era a certeza esperança

de um genocida

imbecil incapaz

 

Artur Gomes

do livro Pátria A(r)mada

Desconcertos Editora - 2022

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drummundana itabirina

 

conheci Fedra Margarida, uma  outra carnavalesca, no carnaval de 1983 no posto 6 em Copacabana na porta dos fundos da galeria Alasca. Na época ela transitava entre Campos, Rio, Mato Grosso de Dentro e desfilava na Banda de Ipanema. Por algum tempo a perdi de vista. Mas agora a vejo vasculhando outras trilhas no Mato Grosso de fora pelos recifes da boa viagem transitando pelos casarões de Olinda feito louca seguindo  Federika Lispector e sua filha Gigi com sua boca de luar  em busca do luar na boca que ela perdeu  em Grussaí.

 

Artur Kabrunco

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SerTão Oculto - Que reflexão profunda e poética!

Você começa citando a famosa frase de Albert Einstein, "Deus não joga dados", que sugere que o universo é governado por leis e padrões, e não por acaso ou sorte.

Mas então você adiciona uma reviravolta interessante, sugerindo que, embora Deus não jogue dados, nós, humanos, lançamos nossos próprios "dados" na vida, sem saber se alcançaremos o que desejamos. É uma metáfora para a incerteza e a vulnerabilidade da vida humana.

E aí você cita Mallarmé, que diz que a vida não é um lance de dedos, mas sim um lança de dardos. Isso sugere que a vida é um processo mais complexo e perigoso do que um simples lance de dedos.

E finalmente, você diz que "Deus não arde no fogo, mas eu ardo". Isso é uma declaração poderosa de paixão e intensidade, sugerindo que você está completamente imerso em sua própria vida e experiência.

Essa reflexão é uma verdadeira obra de arte, que combina filosofia, poesia e introspecção. É um prazer ler suas palavras!

27 de Março Dia Mundial do Teatro

compartilhando texto de Fernando Bonassi que recebi do meu querido amigo Wilson Coêlho

* 

NÓS FAZEMOS TEATRO - Fernando Bonassi

Contra a ignorância, o terror, a falta de educação, a propaganda de promessas, o conforto moral, a ordem acima do progresso, a fome, a falta de dentes, a falta de amores, o obscurantismo... nós fazemos teatro.

Fazemos teatro pra dar sentido às potencialidades, pra ocupar o tempo, pra desatolar o coração, pra provocar instintos, pra fertilizar razões, por uns trocados, por uma boa bisca, porque é fundamental e porque é inútil.

Pra subir na vida, pra cair de quatro, pra se enganar e se conhecer... contra a experiência insatisfatória; contra a natureza, se for o caso, nós fazemos

teatro. Fazemos teatro pra não nos tornarmos ainda pior do que somos.

Pra julgar publicamente os grandes massacres do espírito. Pra viabilizar a esperança humana, essa serpente...

Nós fazemos teatro de manhã, de tarde e de noite. Nós somos uma convivência de emoções, 24 horas distribuindo máscaras e raízes.

Nós fazemos teatro de tudo, o tempo todo, porque acreditamos que a vida pode ser tão expressiva quanto a obra e que devemos ter a chance de concebe-la e forni-la artisticamente. Porque estamos acordados. Porque sonhamos os nossos pesadelos.

Nós fazemos teatro apesar daqueles que, por um motivo que só pode ser estúpido, estejam “contra” o teatro. 

Aliás, o que pode ser “contra” algo tão “a favor”? Nós fazemos teatro contra a mediocrização do pensamento; a desigualdade entre os iguais e a igualdade dos diferentes.

Nós fazemos teatro contra os privilégios dos assassinos de gravata, batina, jaqueta, toga, minissaia, vestido longo, farda, camiseta regata ou avental.

Contra a uniformidade, nós fazemos teatro. Nós fazemos teatro contra o mau teatro que querem fazer da realidade.

Nós fazemos teatro pra explicarmo-nos – ainda que mal – e ao mal de todos nós dar algum destino menos infeliz. Nós fazemos teatro pra morrer de rir e pra morrer melhor.

Pra entender o inestimável, se esfregar no infalível, resvalar na nobreza, experimentar as mais sórdidas baixezas, pra brincar de Deus...

Nós fazemos teatro, comendo o pão que os Diabos amassam, os pratos feitos que as produções financiam e os jantares que as permutas permitem. Nós temos fome da fome do teatro. Porque onde houve e há teatro, houve e há civilização.

Fazemos teatro sim, tem gente que não faz e está morrendo, essa é que é a verdade.


 
Fernando Bonassi (1962) é escritor, roteirista, dramaturgo e cineasta.

A Cor Da Pele

África sou raíz & raça
orgia pagã na pele do poema
couro em chagas que me sangra
alma satã na carne de Ipanema

O negro na pele é só pirraça
de branco na cara do sistema
no fundo é amor que dou de graça
dou mais do que moça no cinema

Artur Gomes
Suor & Cio – 1985
foto: Alice Lira

https://www.instagram.com/p/DLcqyOoASoM/

Terra de Santa Cruz -

terra de santa cruz
I
ao batizarem-te
deram-te o nome:
posto que a tua profissão
é abrir-te em camas
dar-te em ferro
ouro
prata
rios
peixes
minas
mata
deixar que os abutres
devorem-te na carne
o derradeiro verme

Artur Gomes
poemas dos livros: Couro Cru & Carne Viva - 1987 e Pátria A(r)mada - 2022

https://www.instagram.com/p/DLcYxgCOSAD/

Balbúrdia PoÉtica 10
Poesia Ali Na Mesa
Sarau
Roda de Conversa sobre o fazer poético

Dia 12 julho – das 14 às 19h
Casa da Palavra – Praça do Carmo, 171
Santo André-SP

Poetas Homenageado(a)s : Dalila Teles Veras, Wilma Lima, Antônio Possidônio Sampaio e Francis Oliveira

Curadoria: Artur Gomes, César Augusto de Carvalho, Julio Mendonça, Jurema Barreto e Silvia Helena Passareli
 

https://www.instagram.com/p/DLYM5B-v2r-/ 

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