Em 2023 fui homenageado no Sarau Gente de Palavra pilotado pelos dois grandes amigos César Augusto de Carvalho e Rubens Jardim. Agora nos juntamos ao grupo Gente de Palavra e ao coletivo Rubens Jardim para realizarmos a Balbúrdia Poética 4, em homenagem a memória de Rubens Jardim e Luis Mendes.
conversa de encruzilhada
nos búzios sobre a mesa
vejo suas fotografias
tantas vezes
reli teus livros
dói no peito
tanta saudade
Xangô me disse
quem nasce da pedra não morre
vocês estão vivos
para sempre na lavra : eternidade
Dia 3 dezembro 19h
Patuscada – Rua Luis Murat, 40, São Paulo-SP, Brasil
Curadoria: Artur Gomes e César Augusto de Carvalho
meta metáfora no poema meta
como alcançá-la plena
no impulso onde universo pulsa
no poema onde estico plumo
onde o nervo da palavra cresce
onde a linha que separa a pele
é o tecido que o teu corpo veste
como alcançá-la pluma
nessa teia que aranha tece
entre um beijo outro no mamilo
onde aquilo que a pele em plumo
rompe a linha do sentido e cresce
onde o nervo da palavra sobe
o tecido do teu corpo desce
onde a teia que o alcançar descobre
no sentido que o poema é prece
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Litteralux - 2018
em dezembro lançamento segunda edição
ampliada
aguardem mais informações
https://www.youtube.com/watch?v=wIlxWXBaRW8&t=7s
engenho
minha terra
é de senzalas
tantas
enterra em ti
milhões de outras
esperanças
soterra em teus
grilhões
a voz que tenta –
avança
plantada em ti
como canavial
que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho à luta
mesmo sabendo – o
vão
- estreito em cada
porta
Artur Gomes
Suor & Cio –
1985
Carne Viva –
Antologia de Poesia Erótica – Org. Olga Savary – 1986
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Balbúrdia Poética 4
Dia 3 - dezembro - 19h
Patuscada -Rua Luis Murat, 40, São Paulo, SP, Brazil
para Rubens Jardim e Luis Mendes in memória
Curadoria - Artur Gomes e César Augusto de Carvalho
conversa de encruzilhada
os búzios sobre a nessa vejo tuas fotografias tantas vezes reli teus livros no peito dói tanta saudade : Xangô me disse : quem é da pedra não morre vocês estão vivos para sempre na palavra : eternidade
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https://fulinaimagens .blogspot.com/
Balbúrdia Poética 4
Dia 3 - dezembro - 19h
Patuscada -Rua Luis Murat, 40, São Paulo, SP, Brazil
para Rubens Jardim e Luis Mendes in memória
Curadoria - Artur Gomes e César Augusto de Carvalho
entre os lençóis
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Olga Savary - poeta, poetisa não
No blog Mostra Visual de Poesia Brasileira, estamos prestando uma homenagem a memória e a poesia de Olga Savary, por toda a sua luta em favor da poesia no Brasil. Fomos vizinhos de 1983 a 1987, quando morei no final da Rua Gomes Carneiro e início da Visconde de Pirajá em Ipanema e ela na Sá Ferreira em Copacabana.
Foram incontáveis as madrugadas que varamos saboreando vinhos e conversando sobre tudo que diz respeito a poesia. Inúmeras vezes fomos juntos aos ensaios da Mangueira, sua grande paixão. O Carnaval de 1984 assistimos pela TV em seu apartamento, jogando baralho até o raiar dia.
Gratidão eterna.
Aceita-se contribuições
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https://arturgumesfulinaima.blogspot.com
Em 1984 poemas meus foram publicados na Antologia Carne Viva, organizada por Olga Savary, considerada a primeira Antologia de poesia erótica publicada no Brasil, com a presença de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant´Anna.
Carne Proibida
o preço atual
proíbes que me comas
mas pra ti
estou de graça
pra ti
não tenho preço
sou eu quem me ofereço
a ti
músculo & osso
leva-me à boca
e completa o teu almoço
Artur Gomes
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https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/
A poesia pulsa
para
Tanussi Cardoso e Ademir Antônio Bacca
aqui
a poesia pulsa
na veia
no vinho
no peito
no pulso
na pele
nos nervos
nos músculos
nos ossos
posso falar o que sinto
posso sentir o que posso
aqui
a poesia pulsa
nas coisas
nos códigos
nos signos
os significantes
os significados
aqui
a poesia pulsa
na pele da minha blusa
na íris dos olhos da minha musa
toda vez que ela me usa
nas iguarias de Bento
quando trampo mais não troco
quando troco mas não trapo
nas pipas
nos vinhedos nos arcos
nas madrugadas dos bares
sampleando
bolero in blues
rasgado num
guardanapo
o poema pra Juliana
escrito na cama do quarto
no copo de vinho
na boca de Vênus
na bola da vez da sinuca
sangrada pelo meu taco
aqui
a poesia pulsa
nos cabelos brancos da barba
nas gargalhadas de Bacca
na divina língua de Baco
Artur
Gomes
poema escrito em Bento Gonçalves-RS -outubro de
2015 e publicado no livro O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
Congresso Brasileiro de Poesia
Em setembro de 1990 eu estava na cidade Paulista de Registro, participando do Encontro: Brasil Cultura & Resistência, evento organizado pela UBE-SP. Depois dos afazeres dia, me recolhi ao quarto do Hotel e enquanto escrevia o poema EntreDentes, inspirado em uma piracicabana que havia conhecido durante o dia, ouço batidas na porta. Era Ademir Antônio Bacca, que me presenteava com alguns exemplares da Coletânea Poesia do Brasil, e me convidava para a primeira edição do Congresso Brasileiro de Poesia que iria ser realizado em Nova Prata-RS.
Minha agenda de trabalho não me permitiu ir as duas primeiras edições do evento em Nova Prata. Em 1996 o Congresso Brasileiro de Poesia passa a ser realizado em Bento Gonçalves-RS, e lá estava eu pela primeira vez, e nem poderia imaginar que dali cresceria uma amizade que me permitiu durante os 20 anos de evento realizado em Bento até 2016, a propor e criar ações com poesia multilinguagens que me abriria percepções que mantenho na minha escrita até os dias atuais.
O Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves, foi aos pocuos se transformando na maior festa da poesia brasileira contemporânea e latino americana. Um encontro de poetas de múltiplas línguas e linguagens, que se revezavam, em performances, nas Escolas, nas praças, no saguão da prefeitura, no próprio hotel onde ficávamos hospedados, nos hospitais e no hospício.
Sem dúvida, Ademir Antônio Bacca, é um dos maiores promotores da poesia no Brasil e o Congresso Brasileiro de Poesia, foi em sua trajetória aos poucos se tornando a grande Balbúrdia Poética. E essa maravilhosa ideia do Jiddu Saldanha em homenageá-lo nesse e-book tem todo o meu apoio e aplauso.
meu santo daime um querubim e leve federico baudelaire de volta pra iriri meus cardápios são familiares a tempos estou em greve de sexo o e endomoniado e satânico não me dá sossego nem com poema de fernando pessoa já apelei até para a bahia de todos os santos jorge amado ogum oxumaré fiz despacho pra iansã na boa viagem flores pra yemanjá e o bendito não sossega apela pra rúbia de nada vale ela também não quer mais o rejeitado lá mergulhando em suas águas
Federika Lispector
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https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/
afio ainda mais a carNAvalha em cada trilha em cada tralha fora
do trilho pra não ser atropelado por algum trem descarrilhado o poema ainda
mais faca amolada cada palavra um tiro oculto
sem bala perdida só bala encontrada
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da oficina de teatro
quando mudei pra Itabira
depois de Iriri
agora mudo por aqui
sem federika ou querubim
quase morto de desejos
sem uma alma para um beijo
peço clemência ao serafim
vou me mandar pra porto rico
deixo no ar esta pergunta:
qual das duas eu levo
com qual das duas eu fico
Federico
Baudelaire
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