Teatro do Absurdo
O quarteto da hipotenusa
versus o quadrado do quarteto
da hipotenusa a musa do quadrado
fosse apenas o retrato na fotografia
mas não sendo hipotenusa
somente musa algaravia
uma palavra mais que estrada
sendo musa multi-via
me levou nessa jornada
para fora da Bahia
todos os santos mar aberto
no abismo a fantasia
de querer mus entretanto
muito mais que poesia
e ela vai pintando
o homem com a flor na boca
com seus pincéis de aquarela
poema que só é possível
pelas lentes dos olhos dela
na balada ou no bolero
nossas letras se entrelaçam
pele corpo carne sangue pelos
poros entre tintas entre tantos
anos que foram pintados
sobre papéis de cartas em fogo
sob o sol chuva verão inverno
quando qualquer das estações
é primavera
meta metáfora no poema
meta
como alcançá-la plena
no impulso onde universo pulsa
no poema onde estico prumo
onde o nervo da palavra cresce
onde a linha que separa a pele
é o tecido que o teu corpo veste
como alcançá-la pluma
nessa teia que aranha tece
entre um beijo outro no mamilo
onde aquilo que a pele em prumo
rompe a linha do sentido e cresce
onde o nervo da palavra sobe
o tecido do teu corpo desce
onde a teia que o alcançar descobre
no sentido que o poema é prece
e ela era uma estudante de arquitetura
que pintou poemas no cachorro louco e escavou imagens em Brazilírica
Pereira : A Traição das Metáforas - e quero dizer que ainda arde tua manhã na
minha tarde a tua noite no meu dia tudo em nós que já foi feito com prazer
ainda faria.
Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
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