grafitarei na tua blusa
minha íntima foto.grafia
meu poema em linha reta
natural antropofagia
enquanto eu for poeta
para esta musa
não faltará poesia ins-piração
concreta sem metáforas
como flechas de cupido
diretas ao coração
Teatro
do Absurdo
o quarteto da hipotenusa
versus o quadrado do quarteto
da hipotenusa a musa no quadrado
do retrato fosse apenas fotografia
mas não sendo hipotenusa
somente musa algaravia
uma palavra mais que estrada
sendo musa multi via
me levou nessa jornada
para fora da bahia
todos os santos mar aberto
no abismo a fantasia
de querer musa entretanto
muito mais que poesia
muitas vezes
descrevo minha musa
num
poema menos lírico
mais
intenso
mais
irônico menos penso
muitas
vezes
quero estar em alfa
mas
estou em beta
a
massa do abstrato
na
argamassa do concreto
minha
musa é linha curva
não
poema em linha reta
algo
no teu ser é fogo aceso
grande
sertão em chamas
no
íntimo teu coração é mar
veredas
do amor primeiro
rio
que ficou por mergulhar
Muitas
vezes
penso a travessia
para outra margem do rio
a terceira de Guimarães
Rosa ou Diadorim quem sabe
lá me espera em verso ou prosa
muitas vezes
traço um itinerário tortuoso
uma trilha torta
que vai dar num beco sem
saída
mas sempre volto
outra musa encontro
o que refaz a minha vida
esfinge agora perto
porto alegre cais do porto
ela me veio assim
em um dia meio torto
uma sexta feira de quase
acalmar os meus instintos
meus teatros absurdos
querendo conhecer Rúbia Querubim
meus Retalhos Imortais do SerAfim
mal sabe ela - esfinge agora perto
é que me instiga o ponto certo
para tirar leite das pedras
nos seios desse deserto
Artur Gomes
https://porradalirica.blogspot.com/
FlorBela ultimamente era quem estava me inspirando como a mulher dos sonhos as vezes ponho poesia em tudo que vejo até nas coisas que me provocam indignação nas coisas também que me excitam me transpiram me piram por não ter o direito de tocá-las aí fica essa distância esse te amo em segredo mas não tenha medo pode doer pode sangrar e feri fundo mas é razão de estra no mundo nem que seja por segundo por um beijo mesmo breve porque te amo no sol no mar na neve
Revirando
A Tropicália
geleia geral arte que renasce
como grão de uma semente
plantada ao chão que Deus me deu
sempre Nu cio
ela moça que mora longe
me lança a flecha do outro lado do rio
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
música da Tropicália
a sinfonia das águas
ouvidos negros milos trumpe nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gude
era uma criança mole como uma gosma de grude
tanto faz como tanto fez
era uma anti-versão de blues
nalguma night noite uma só vez
ouvidos black rumo premeditando o breque
sampa midinight ou aversão de brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando despertas do massificado
ouvidos vais ficando dançarina rara
ao ter-re arte nobre minha musa Odara
ao toque dos tambores ecos suburbanos
elétricos negróides urbanoides gente
galáxias relances luzes sumos pratos
delícias de iguarias que algum deus consente
aos gênios dos infernos que ardem gemem arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte
A Rosa
do Povo
para Drummond, Darcy Ribeiro e Oscar Niemayer in Memória
a rosa de Hiroshima ainda fala
a rosa de Hiroshima ainda cala
Frida e seus cabelos de aço
Picasso pintou Guernica
e quando os generais de Franco
lhe perguntaram:
- foi você quem fez isso? :
ele prontamente respondeu
- não, foram vocês quem fizeram.
Agora trago a Rosa do Povo
para os dias de hoje nesse Templo escuro
quem poderá viver nesse presente?
quem poderá prever nosso futuro?
nem Zeus nem o diabo que os carregue
eu quero um reggae um arte lata
a vida é muito cara nada barata
eu sou Drummundo Curumin - no fundo
Tupã Rebelde não pede arrego
poesia é pra tirar o teu conforto
poesia é pra bagunçar o teu sossego
Artur
Gomes
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