fosse apenas uma palavra reta
carinho afeto e uma que ainda falta
nesse novo alfabeto que procuro tateio no escuro outras palavras
signos signi ficar signi ficando signi ficado na hipotenusa do quadrado do
cateto no silêncio que muitas vezes ouvi da flauta do hermeto nas trinta e
cinco pausas de renata persigo a trilha em movimento pés descalços sobre a mata
e as palavras brotam cachoeiras água corrente vem da fonte como sementes desejadas
de brotar
Artur Gomes
https://fulinaimargem.blogspot.com/
mallarmè me deu o toque
para Filipe Barbosa Buchaul Gomes
poesia é pau é pedra
palavra sem retoque
quem conhece o lance de dados
não joga com dado lance
não troca flecha por lança
nem armadura por bodoque
quem sabe que vida é fedra
não teme a hora do toque
nem quanto custa ler Roberto Piva
e ouvir Fil Buc com a sua banda de
Rock
O Homem Com A Flor Na Boca
https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/
Sarau Gente de
Palavra homenageia Artur Gomes
Fragmento
do prefácio do livro O Homem Com A Flor Na Boca
Leia
mais em https://fulinaimagens.blogspot.com/
Em FULINAIMAGEM 14 o tom de
diário se instaura com inscrição de data do acontecimento rememorado e
transborda na escrita de si em que se revela o papel que a poesia e o teatro
desempenham na escritura de seu trajeto como autor: “a minha relação poesia
teatro poesia é visceral vital para o que escrevo como quem encena a
necessidade do corpo como expressão”. Artur Gomes, este homem com a flor na boca, anda a espalhar o
veneno agridoce de sua poesia, numa obra em que não há fronteiras entre o
artista, o cidadão, o personagem, o eu poético, a obra. Seu livro não é um
objeto, mas um produto interno e nada bruto. A obra é sempre muito maior que o
livro, pois este, matéria assim como o homem, finda. A obra, esse totem que se
pode cultuar no altar da memória, está sempre presente. E é disso que o poeta
fala: do tempo presente, do homem presente, da vida presente. Parafraseando
Drummond, com O Homem Com A Flor Na Boca, “não
nos afastemos, não nos afastemos muito”, vamos de mãos dadas com a poesia de
Artur.
Adriano Carlos Moura
Professor de Literatura – IFFluminense, Campos dos
Goytacazes-RJ – Poeta, Ator, Dramaturgo
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