faroeste lamparão
para torquato neto – in memória
“agora não se fala mais
agora não se fala nada”
quando saí de casa
ia dar um tiro na cara do delegado
mas estava desarmado
estão me colocando em histórias
dos tempos do não sei onde
como se eu durando kid
comesse a filha do conde
nunca comi amarela
em cinema mexicano
muito menos a ruiva
do faroeste americano
disseram que eu tive caso de amor
que se tornou pernambucano
quando encontrei o poeta
no trailer do Ricardinho
foi me falando de mansinho
como se trampa uma batalha
pra não cair na armadilha
da grana palavra cilada
agora não se fala mais
agora não se fala nada
Godot da Muritiba
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www.arturkabrunco.blogspot.com
que a cia das letras ainda não publicou
pedaladas ao mar
quando invento
pringolino vai balançando
ao sabor do vento
as mambucabas
quando chegaram em santa clara
traziam pimentas caiçara
conchas vermelhas de Ubatuba
salsinhas de Itaquatiara
miçangas azuis de São Luiz do Paraitinga
trilhas da serra de Paranapiacaba
muitas garrafas de pinga
para as mesas do interventor
Godot não perdia tempo
metia a boca na moringa
pensando que era um coringa
dos bailes do Imperador
ira tomar banho em Guaxindiba
enrolado nos trapos do enxugador
Federico Baudelaire
www.fulinaimicamente.blogspot.com
Pátria A(r)mada
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