Bolero
Blue
beber desse conhac
em tua boca
para matar a febre
nas entreanhas entredentes
indecente é a forma
que te como bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é que a fome desse beijo
furta qualquer outra palavra presa
como caça indefesa
dentro da carne que não sai
Este poema ficou por 6 anos, sendo gestado nas entranhas
entredentes para ser parido. Em 1996 na primeira vez que fui a Bento Gonçalves,
para o Congresso Brasileiro de Poesia, a convite do seu criador o poeta e
jornalista Ademir Antônio Bacca, conheci a musa que o inspirou, na época
estudante de Arquitetura. Ficamos por um
longo tempo trocando Metáforas de Fogo, através de cartas incendiárias.
Até que numa madrugada de 2002 num dos bares de Bento, que
frequentávamos, durante a realização do
evento, ele nasceu cara a cara olho no olho escrito num guardanapo. Essa passagem está em versos no poema A Poesia
Pulsa, do livro O Poeta Enquanto Coisa – Editora Penalux – 2020.
Artur Gomes
www.personasarturianas.blogspot.com
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