Drummundana Itabirina
:
Por Onde Andará Macunaíma
Itabririna pedra que alucina
Federico Baudelaire
Em 1980, lancei o livro: Boi-Pintadinho, anteriormente já havia lançado os livros: Um Instante no Meu Cérebro(1973), Mutações Em Pré-Juízo (1975), Além da Mesa Posta(1977), Jesus Cristo Cortador de Cana(1978), Pai Joaquim Desceu do Céu Para Salvar o Paraíba(1979). Tive poema incluídos na Antologia Ato-5(1979), editada pelo Grupo Uni-Verso, de Campos dos Goytacazes-RJ, sob a coordenação editorial do poeta Prata Tavares.
Em 1975 havia criado e coordenava a Oficina de Teatro da ETFC(Escola Técnica Federal de Campos), que fez sua estreia no palco do Sesc com ma peça Judas O Resto da Cruz, texto de minha autoria. Logo depois, atuei em montagens teatrais como: Fando e Lis, de Fernando Arrabal, Botequim, de Gianfrancesco Guarnieri e O Auto de Elevação da Vila de São Salvador, de Winston Churchil Rangel e 25 Anos de Sonho & Sangue, texto de minha autoria.
Em 1968 fui admitido na Escola Técnica Federal de Campos, para trabalhar como Linotipista na Oficina de Artes Gráficas da Escola Técnica Federal de Campos. A partir de 1975, na ETFC dividia o meu tempo de trabalho entre a Oficina de Tipografia e a Oficina de Teatro, a revelia da direção da Escola, correndo o risco de ser expulso por indisciplina e subversão, como por milagre ou ironia do destino escapei por 5 vezes.
Eis que não sei como, talvez pelas mãos divinas, em 1980 o livro Boi-Pintadinho foi premiado pelo MEC, o que deixou professores e funcionários da ETFC absurdados, por não entenderem, como um livro que é uma contestação direta contra a Ditadura Militar pode ser premiado pelo MEC.
Ê meu boi boi brasileiro
Ê meu boi não tenha medo
Se um dia passa fome
Noutro dia nós come Figueiredo
O meu boi é brasileiro
O meu boi é boi vidente
Tenha calma povo aflito
Que meu boi ainda vai ser
Teu presidente
Levamos de 1980 a 1987, levando o Boi-Pintadinho, pelas ruas
de Campos e outras cidades da região Norte Fluminense como Auto de Teatro
Popular, tendo no elenco alunos da Oficina de Teatro, e componentes da Banda
Marcial da ETFC.
Em 1981, meu parceiro Paulo Ciranda coloca música em fragmentos
do livro Boi-Pintadinho, com ela
vencemos o Festival de Miracema-RJ. Em consequencia uma semana após estávamos fazendo
apresentação na TVE-Rio e em 1982, Paulo Ciranda se apresentou no programa Som
Brasil apresentado por Rolando Boldrin, na TV Globo.
Levanta meu boi levanta
Que é hora de viajar
Acorda boi povo todo
Povo e boi tem de lutar
Paulo Ciranda, no período em que morou em São Paulo e integrou
o grupo musical Terra Sol, o Boi-Pintadinho esteve sempre em no seu repertório e
continua sendo. Por ser um texto focado na cultura popular e encenado na rua, até hoje
em Campos, muitas pessoas conhecem a minha obra a partir do Boi-Pintadinho.
Em 2023 na minha última passagem pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, dirigi Oficina de Teatro de Rua, em parceria com Lucia Talabi e como resultado do trabalho criei o Auto do Boi Macutraia, poema que resulta da investigação que venho fazendo desde 1993 : Por Onde Andará Macunaíma? Que está publicado no livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema – Poesia – Alquimia – Bruxaria.
O Boi Macutraia é uma releitura de Macunaíma, o livro de Mário de Andrade numa fusão com a figura folclórica e hoje lendária chamada Bracutaia, um alagoano, que ficou famoso na praia de Gargaú, litoral de São Francisco do Itabapoana-RJ, devido ao Bar com o seu nome, onde ele criou uma coleção de estranhas garrafas de cachaça, que ele dizia serem afrodisíacas, com marimbondo, cobra, jacaré, tartaruga, escorpião e jacaré.
Em 1975 depois que se tornou matéria do Fantástico, o Ibama começou a aprender os animais que ele
criava em cativeiro, e a multar o bar, o que o obrigou a sair de Gargaú e se
refugiar na Praia Seca, em Buzios, onde faleceu.
Artur Gomes
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