Da Cacumanga para o Mundo: A Caminhada Inspiradora do Poeta
Artur Gomes
Nascido na Fazenda Cacumanga, próxima a Tapera, em uma região rural, o poeta
Artur Gomes teve uma infância marcada pela simplicidade e pelo contato com a
natureza. Ao longo de sua vida, ele foi conduzido por diferentes caminhos,
passando pela escola pública, pela tipografia, jornais e posteriormente, pela
poesia, música, livros e teatro. Foi nesse momento que ele encontrou sua
verdadeira vocação: a arte. Sua obra "Balbúrdia Poética" é um exemplo
de sua habilidade em capturar a essência da vida e da natureza em suas
palavras. Hoje, o poeta Artur Gomes é reconhecido em todo o Brasil por sua
habilidade em inspirar as pessoas com suas palavras e sua presença. Ele é um
exemplo de que, independentemente da origem ou das circunstâncias, é possível
alcançar os objetivos e realizar os sonhos com determinação e talento. E numa
dessas apresentações da "Balbúrdia Poética", no Colégio Estadual
Paulo Roberto de Mendonça, em Ibitioca Campos dos Goytacazes, ele foi
surpreendido com um painel sobre toda a sua trajetória. Ontem, Artur, retornou
à escola para um bate-papo com os alunos e ganhou de presente o mesmo painel
que havia visto alguns meses atrás, um gesto que certamente o tocou
profundamente.
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Dia 27 agosto – 20h
Carioca Bar – Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17 – Parque São Caetano – Campos dos Goytacazes-RJ
Goytacá Boy
musicado e cantado por Naiman
no CD fulinaíma sax blues poesia
2002
ando por São Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara
juntei meu goytacá teu guarani
tupy or not tupy
não foi a língua que ouvi
em tua boca caiçara
para falar para lamber para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choro como a chuva curuminha
mineral da mais profunda
lágrima que mãe chorara
para roçar para provar para tocar
na sua pele urucum de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
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Em 1965 trabalhei como linotipista(minha primeira profissão),
no Jornal A Cidade, em Campos dos Goytacazes. A jornada de trabalho
estabelecida era das 2oh a 1 da madrugada, mas quase sempre ultrapassava às 5
horas da manhã.
Neste ano, estudei contabilidade na Escola Técnica do Comércio, que era situada na Av. Alberto Torres, acredito que o local hoje é o Bar do Cabeça.
Anotações para uma biografia absurda
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quando escrevo e eu mesmo não entendo o significado de uma determinada metáfora lanço a maldita no vento invento outra e vou ao centro do universo e xingo teu nome: garrutio lamparão de bico kabrunco de poema que não me dá sossego
Hoje tem amor
Hoje tem vatapá
Hoje é o dia
Da nação Goytacá
- Jidduks
o coletivo de Arte Cultura Nação Goytacá nasceu na Balbúrdia
PoÉtica 11 - dia 6 de Agosto no Bar do Ernesto - Lapa Rio de Janeiro - Brasil
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Anjo Torto
quando nasci Torquato Neto
veio ler a minha mão
tinha chegado de Teresina
com uma garrafa de cajuína
e um livro na outra mão
e eis o que o anjo me disse
apertando aminha mão
com um poema entre os dentes
vá bicho!
não tenha medo do inferno
seja um poeta moderno
cheire as flores do mal
que a poesia de Baudelaire
vai te salvar no final
Artur Gomes (Kabrunco)
Apesar do país já viver um pleno clima de Carnaval, por aqui
hoje mais um dia de trabalho: leituras estudos ensaios com vistas a Balbúrdia
PoÉTICA5 - Campos VeraCidade –
"usina é usura -
são uns olhos que se estendem
quando em vez a casa grande
são umas vidas escapando
pela chaminé"
Antônio Roberto de Góis Cavalcanti - Kapi
mos
sum
índios
Zhô Bertholini
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LIMÃO NA CARNE VIVA
Sorvo o limão sem frescura,
sem açúcar, sem desculpa.
Ácido como cuspida na cara,
um soco nos dentes, uma dívida impagável.
A boca se contorce, o estômago rebate,
os olhos apertam, o suor brota na testa.
A vida escorre amarga, rindo na ou dá minha cara?
Obrigada, rio de volta, cuspindo sementes.
Não tem água que tire esse gosto,
não tem reza que afaste a acridez.
Ele me encara da fruteira, provocador,
brilhando, verde, inflado de desgraça.
A casca grossa promete, a polpa cumpre:
traição na primeira mordida.
Mastigo mesmo assim e engulo seco.
Dizem que faz bem pra saúde.
Dizem que limpa o sangue.
Mastigo até a língua arder, até
o céu da boca esfolar.
E, quando finalmente o gosto some,
descubro, não com surpresa, que sou
feita do mesmo amargor.
Simone Bacelar
SSA 26/02/2025
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sorte
simone teu nome
passeia na ponta da
língua
no canto de qualquer
boca
nessa vida muito quente
meio louca
saliva água ardente
água pouca
beijo no asfalto
grito incandescente
de quem ainda ama
e clama a coisa justa
no poema incluso
na blusa que inda uso
e se disser te amo
não se assusta
te amar não cansa
te amar não custa
Artur Gomes
não vi sem arte
música teatro poesia
não tentem matar
meu ser anárquico
de raiva ou de tédio
com trabalho burocrático
ordens que não cola
se pisam no meu calo
a poesia berra
vê se me erra
Fulinaíma Sax Blues Poesia
o retorno em breve
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 whatsapp
ela era Bruna
em noite de blues rasgado
soltou a voz feito Joplin
num canto desesperado
por ser primeiro de abril
aquele dia marcado
a voz rasgou a garganta
da santa loucura santa
com tanta força no canto
que até hoje me lembro
daquela musa na sala
com tua boca do inferno
beijando meus dentes na fala
Artur Gomes
Pátria A(r)mada
Desconcertos Editora - 2022
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fulinaíma sax blues poesia
ela era Bruna
em noite de blues rasgado
soltou a voz feito Joplin
num canto desesperado
por ser primeiro de abril
aquele dia marcado
a voz rasgou a garganta
da santa loucura santa
com tanta força no canto
que até hoje me lembro
daquela musa na sala
com tua boca do inferno
beijando meus dentes na fala
Artur Gomes
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Artur Gomes – FULINAIMAGENS
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esse poema foi escrito depois da apresentação que fizemos – em 1º de Abril 2014 no Bar Dona Baronesa de Leny Moraes – em Campos dos Goytacazes-RJ - - publicado no livro Pátria A(r)mada – 2ª Edição - 2022
em Bento Gonçalves Rio Grande do Sul de 1996 a 2016 era realizado o Congresso Brasileiro de Poesia, onde todos os cantos e recantos da cidade por uma semana eram vestidos de poesia, praças, ruas, hospitais, manicômio e principalmente as Escolas.
poema atávico
e se a gente se amasse uma vez só a tarde ainda arde primavera tanta nesse outubro quanto de manhãs tão cinzas nesse momento em Bento Gonçalves Mauri Menegotto termina de lapidar mais uma pedra tem seus olhos no brilho da escultura confesso tenho andado meio triste na geografia da distância esse poema atávico tem a cor da tua pele a carne sob os lençóis onde meus dedos ainda não nasceram algum deus anda me pregando peças num lance de dados mallarmaicos comovido ainda te procuro em palavras aramaicas e a pele dos meus olhos anda perdida em teu vestido
Artur Gomes
Diretor do Departamento Audiovisual
Do Proyecto Cultural Sur Brasil
Fulinaíma MultiProjetos
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poema a(r)mado
todo os dias
capino a esperança
escavando outras palavras
no chão desse quintal
e quando escrevo
com enxada
o poema é mais real
Artur Gomes
Poema do livro Pátria A9r)mada
2ª Edição – Desconcertos Editora – 2022 – Prêmio Oswald de Andrade- UBE-Rio – 2020
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cacomanga
na roça desde cedo comecei a escavar palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais
Artur Gomes
Poema do livro Pátria A9r)mada
2ª Edição – Desconcertos Editora – 2022 – Prêmio Oswald de Andrade- UBE-Rio – 2020
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Afrodite
para a nova Pimenta do Reino
eu falo eu fauno eu fumo
na espuma dos mares
de Zeus ou Vulcano
nos cornos do americano
na pele clara da gema
nas brumas de Ipanema
ou nas Dunas do Barato
na era Atenas me disse
pra Hera nunca dissemos
em grego a deusa do amor
em romano mamilo de Vênus
também a irmã de Helena
que a um outro rei Prometeu
provocando a ira em Menelau
quando soube que Páris sou Eu
Dioniso das festas de Baco
do vinho dos ritos das juras
Afrodite em mim criatura
Bacante que o cosmo me deu
a puta da ilha de Creta
mulher quando o vinho é na cama
a que sabe beber do que ama
sem pensar no que Cronos secreta
Artur Gomes
Poema do livro
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penaçux – 2020
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A
Mostra Visual De Poesia Brasileira, projeto
criado por Artur Gomes, 1983 chega ao seu 42º aniversário, e par
comemorar vamos fazer uma nova Edição durante a realização da Balbúrdia
POÉTICA 6 – Dia 17 Maio – 2025 – 20h na USINA4 Casa das Artes – Rua
Geraldo de Abreu, 4 – Cabo Frio-RJ
Qual é a chave do cansaço?
de que talvez nem tudo valha a pena
sendo a alma grande ou pequena
Qual a chave do destino?
a covardia bate na porta
e parece te convidar para dançar
Não há chave nem porta
apenas um silêncio na aorta
e este conhaque tão comovente...
Qual é a chave do universo?
Jidduks
Abismos
Olhos—duas chamas frias no breu,
tremulam, insondáveis como espelhos partidos.
Abismos onde os pensamentos afundam,
onde o tempo curva os joelhos e implora.
Olhos—poços de luto e de presságios,
onde a noite verte seu aguardente vagabundo.
Neles dorme a verdade retorcida,
como um náufrago sem horizonte.
Há olhos que cospem cinzas de séculos,
outros que sangram silêncios ocres,
e há os que, imóveis como ruínas,
soterram segredos entre sombras e aço.
Mas os teus, frios e fundos,
devoram os gestos, os nomes, as preces,
e me olham como a morte olha um pagão,
sem piedade, sem pressa, sem perdão.
Simone Bacelar
SSA 19/02/2025
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25 Anos de Sonho e Sangue
Balada Pros Mortais
com os dentes cravados na memória
Meu primeiro espetáculo de teatro solo, 25 Anos de Sonho e
Sangue : Balada Pros Mortais, foi inspirado na canção Apalo Seco, de Belchior,
que foi incluída na trilha sonora com Balada Pros Mortais, uma parceria com
Paulo Ciranda, vencedora do Festival de Música de Itaocara em 1976.
Com texto do livro Além da Mesa Posta, lançado em 1977, iniciei
a temporada no Teatro do SESC-Campos, em 1977 e depois circulei pelos palcos de
algumas cidades do Estado do Rio, tendo como parceiro de palco, Jorge Santiago,
hoje doutor em antropologia e professor da Universidade de Lion na França.
Artur Gomes
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Drummundana Itabiritina
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tomou o país de assalto
jogou brazilha no asfalto
com o beijo da amante prostituta
enlamearam os 3 palácios
:
planalto alvorada jaburu
o desejo era lamber botas
da américa do norte
para que ela se apodere
da américa do sul
Artur Gomes
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resposta do SerTão Oculto - Que imagem forte e provocativa!
Você descreve uma cena de violência e corrupção, onde uma
quadrilha armada tomou o país de assalto e enlameou os símbolos do poder. A
imagem do beijo da amante prostituta e da brasileira jogada no asfalto é uma
metáfora para a perda de dignidade e soberania.
E a frase "o desejo era lamber botas da América do Norte
para que ela se apodere da América do Sul" é uma crítica contundente à
subserviência e ao imperialismo. É uma denúncia da forma como os interesses
econômicos e políticos de outras potências podem influenciar e dominar os
países da região.
Essa é uma poesia de protesto, que busca chamar a atenção para
as injustiças e desigualdades que afetam o Brasil e a América Latina. É uma voz
que clama por dignidade, soberania e justiça.
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Balbúrdia PoÉtica 7Balburdiar : Eis O Verbo
Dia 23 – maio – 19:30h
Santa Paciência – Casa Criativa
Rua Barão de Miracema, 81 – Campos dos Goytacazes-RJ
Performance Teatro.Poesia
com Artur Gomes + Estefany
Nogueira + Jonas Menezes + Paulo Victor Santanna
Lançamento do livro
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
Roda de Conversa
com Artur Gomes + Tetê Peixoto + Fernando Rossi
Poesia Ali Na Mesa
com a poesia de diversos poetas brasileiros
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Balbúrdia PoÉtica
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Fulinaíma MultiProjetos
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*
Adão Ventura + Ademir Assunção + Angel Cabeça + Armando
Liguori Junior + Aroldo Pereira + Artur Gomes + Belchior + Caetano Veloso + Celso
de Alencar + César Augusto de Carvalho + Clara Baccarin + Dalila Teles Veras + EuGênio
Mallarmè + Federika Lispector + Federico Baudelaire + Ferreira Gullar + Gigi
Mocidade + Irina Sefarina + Jorge Ventura + José Facury Heluy + Jidduks + Jurema Barreto + Karlos Chapul +
Lau Siqueira + Lira Auxiliadora Lima de Castro + Luis Turiba + Mário Faustino +
Mário Quintana + Martinho Santafé + Marcelo Atahulpa + Mônica Braga + Nicolas
Behr + Noélia Ribeiro + Oswald de Andrade + Paulo Leminski + Pastor de Andrade
+ Ricardo Vieira Lima + Rosana Chrispim + Rúbia Querubim + Sady Bianhcin + Sebastião
Nunes + Sérgio de Castro Pinto + Simone Bacelar + Silvana Guimarães + Tanussi
Cardoso +Torquato Neto + Wélcio de
Toledo + Yara Fers + Zhô Bertholini + Vivane Mosé
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nesta cidade de palha
minha balbúrdia poética
não falha
corta palavra morta
na nervura dessa pedra
na carnadura desse osso
corte grosso de navalha
pra descascar esse caroço
Rúbia Querubim
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algumas pessoas
mergulhadas em poesia
me confundem com hélio letes
mas não uso lâmina
de punhal ou canivete
bem que eu queria
as duas faces da gilete
gigi assim me disse
:
Federico
não seja mais que Baudelaire
para fazer o que quiser
beijar a boca que vier
deitar rolar na cama com mulher
freira que seja pra comer
puta santa gay legbtqi+
na transa tanto faz
desde que se goze com prazer
Federico Baudelaire
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*
O Mesmo Abismo
Acorda sempre no mesmo horário,
mas não é o relógio — é a corda.
Há algo que o puxa de dentro pra fora,
como se o próprio corpo fosse um casulo vencido.
A cama é um túmulo em prestação.
Desperta com olhos que não pediram pra abrir.
Mais um dia. O mesmo.
Mas o que é o mesmo, senão a forma mais sutil do nada?
Levanta-se como quem cumpre pena.
A cozinha o espera com a indiferença dos objetos.
O pão. A xícara. O café.
Símbolos de um pacto não assinado,
mas renovado toda manhã.
Morde o pão com a resignação de um animal domesticado,
e engole o silêncio junto com a borra amarga.
A água do chuveiro escorre sem pressa —
não há para onde ir que já não seja onde se esteve.
O vapor sobe como uma alma sem rumo,
e no espelho, o rosto…
ah, o rosto.
Esse estranho conhecido que repete feições
com a fidelidade dos condenados.
Veste-se como quem encena um papel.
E quem escreveu esse roteiro?
Deus? O acaso? A covardia?
Tudo nele é pontual:
a comida ao meio-dia, o descanso às três,
o tédio bem dividido em partes simétricas.
Cada tarefa é um gesto litúrgico
em honra a um deus que não se revela.
A rotina é a missa,
e ele é sacerdote e oferenda.
Às vezes, ao entardecer,
sente uma vertigem sutil —
como se o chão, por um segundo,
quisesse lhe contar um segredo.
Mas não diz.
E o silêncio volta a ocupar tudo.
Janta sem apetite,
como quem prova a própria ausência.
E a noite se arrasta,
não como bicho, mas como prece:
“que tudo mude…
mas só depois que eu dormir.”
Deita, enfim.
E o lençol é uma pergunta mal feita.
Dormir?
Ou apenas fingir que há fuga?
Pois viver assim é como ser página
de um livro que nunca avança.
Está lá — impresso, inevitável —
mas ninguém lê.
Simone Bacelar
2025
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anjo de 7 faces
ou
cabrunco de 7 faces
“quando nasci o anjo torto/torquato veio ler a minha mão tinha chegado de
teresina com uma garrafa de cajuína e um
livro na outra mão ”
Artur
Gomes
como bem disse Wilson Coêlho, no texto “cavoucando a terra” para o prefácio
do livro “Itabapoana Pedra Pássaro
Poema”, a poesia de Artur Gomes é fricção/atrito/movimento, “poesia no
pau-de-arara no melhor sentido da poiesis”. no poema ele me come assim como na vida real
tantas vezes sim.
ele me provoca
me invoca
me incorpora
enfia toda palavra
nos porões das coxas
passeia o litoral das costas
da nuca
ao cóccix fricção
ação movimento
o poema voa pelos
poros pele ao sabor do vento
beija lambe
morde minha carne trêmula
coloca um trema no meu ( ) tranqüilo
como quem constante
sempre come aquilo
desconcerta
desconforta
não tendo como fugir
me entrego
intensa/inteira
como a mulher aos pés da porta
Irina Serafina
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Artur Kabrunco Fulinaíma -
Que poesia sensual e intensa!
A forma como você descreve a relação entre o poema e o seu
corpo é verdadeiramente única e cativante.
A imagem do poema como uma força que provoca, invoca e
incorpora você é uma metáfora poderosa para a forma
como a arte pode nos afetar e transformar.
A descrição da palavra como uma entidade que se move pelo seu
corpo, passeando pelo litoral das costas, da nuca ao cóccix, é uma imagem
sensual e íntima que sugere uma conexão profunda entre o poema e o seu corpo.
A menção à fricção, ação e movimento é uma celebração da
energia e da vitalidade da poesia.
E a forma como você descreve a entrega ao poema, como uma mulher aos pés da porta, é uma imagem de rendição e abandono que sugere uma conexão profunda e apaixonada com a arte.
A assinatura "Irina Serafina" é um toque delicado
que sugere uma conexão com a tradição poética e a arte.
Essa poesia é um verdadeiro manifesto da sua conexão com a
arte e a palavra.
Parabéns!
Irina
Serafina
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Balbúrdia PoÉtica
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eles
tentaram
além de nos calar/apagar
um espaço/tempo
do país onde nascemos
viemos dos
40 50 60 70 80 90 2000
o que vivemos
o que fizemos
o que fazemos
onde estamos
o que faremos
pra onde iremos
o que sabemos
incomoda/desconforta
conhecimento liberta
é porta aberta
e não um vão estreito
em cada
porta
balbúrdia no meio do caminho
poema na veia
sangue quente
beijo no asfalto
carNAvalha
seja herói
seja marginal
poema que me valha
bacanal
onde é que fica?
cara de cavalo
debaixo da bandeira
de hélio oiticicca
pastor de andrade
in Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
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a João de Farias Pimentel Neto (Netinho)
a cor de pólvora que não explode
barril de pólvora mansa
apesar do pavio da tromba
a coruja
são todos ouvidos
os teus olhos
de vigília.
olhos acesos,
luzeiros
de sabedoria.
olhos atentos
à geografia
do dentro.
és uma concha.
um encouraçado.
monja em voto de silêncio.
os olhos da coruja
saltam aos olhos
a olhos vistos
a zebra
A Manoel Jaime Xavier Filho e Silvino Espínola
a zebra
é a edição
extra
de um cavalo
que virou
notícia
as cigarras
são guitarras trágicas.
plugam-se se/se/se
nas árvores
em dós sustenidos.
kliping recitam a plenos pulmões.
gargarejam
vidros
moídos.
o cristal dos verões.
Sérgio de Castros Pinto
in o cristal dos verões
escrituras – 2007
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II
os estados unidos da américa preparam-se para
a nobre tarefa de compostagem
de humanos em
muito pouco espaço de
tempo a
humanidade estará
programada para ser mais-valia
post mortem
composto
orgânico
produto disputado na cadeia
alimentar
incomparável na fertilização do
capital financeiro
quem ainda acreditará em fogo
fátuo e boitatá
quem contará histórias á noitinha
para crianças
feitas de espanto e
aceitação do mistério
medo bom do escuro
?
tola acalentei uma ideia mais edificante para
aquilo que será meu corpo morto
cadáver estelar
resíduo soprado no cosmo
expectativa
menos aviltante
Dalila Teles Veras
in opções para morrer no espaço
patuá – 2024
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Balbúrdia PoÉtica
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o rio se encheia
e adoece o dia
as margens
vontades
parece de repente
não é
carrega
traz e leva
fés e podridões
abarrotado de
(in)certezas e
dores inúteis
afirma
mineiramente
o engano de querer
dominá-lo
a ilusão de poder
decifrá-lo
sem mudar o curso
Rosana Chrispim
in Caderno de Intermitências
patuá – 2017
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Balbúrdia PoÉtica
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No seio da floresta
ao som dos meus passos
agita-se meu Fauno.
Deusas iradas observam
ariscos pássaros que trago
em mãos banhadas de luz.
Boca toca os frutos
que ele, um tanto servo
um tanto senhor, me oferta.
Ao entardecer
não sei se atende meu chamado
ou me deixo inebriar
pela poesia que da mágica flauta
vibra.
Deponho o arco, as flechas
deixo-me roçar amante
na primeira estrela que nasce.
Fora de meus domínios está ser coração
possuo apenas sua música
e a sombra de cetim
com a qual me cobre a madrugada.
Jurema Barreto de Souza
in SILÊNCIO ESCRITO
alpharrabio edições– a cigarra edições
2024
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Balbúrdia PoÉtica
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é ela mica bela
a mulher dos sonhos
que me acorda sempre
de um sono atávico
um delírio pleno
uma vertigem calma
na viagem metafórica
dessa noite quântica
em que meus dedos sonham
tua pele clara
tua alma atlântica
esse pássaro raro
que me acende a lâmpada
Artur Gomes
in O Homem Com A Flor Na Boca
Litteralux – 2023
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Balbúrdia PoÉtica
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Libertação
libertar
palavra
como
soltar a fera
o
cão danado
desmedir
o verso
como
descartar o peso
não
mais mordaças
ou
ranger de dentes
só
a voz, a chave para o salto
o
voo da ave fugidia
e
ao fim das formas
do
horror do claustro
ousa,
ousa, minha poesia:
o
medo é uma prisão
e
eu acabo de sair dela
Jorge
Ventura
balbúrdia
no meio do caminho
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Balbúrdia
PoÉtica
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Balbúrdia
PoÉtica
no
meio do caminho
Balbúrdia
PoÉtica 6
Dia
1º de Abril no Rio
Onde
você estava e o que fazia no dia 1º de Abril de 1964?
Eu estava na aula de História na antiga Escola Técnica de Campos, o professor Antônio Carlos de Carvalho (botinão), não sabia se dava aula, ou prestava atenção no radinho de pilha colocou em cima da mesa. Colou o ouvido ao radinho e de repente deu um grito: “meus amigos estamos livres do comunismo”. Assim recebi a notícia do golpe de 1964.
Artur
Gomes
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