sábado, 21 de outubro de 2023

O Homem Com A Flor Na Boca


O Homem Com A Flor Na Boca com o livro e a caneta nas mãos - Sarau Cultural - As Multiliguagens no Palácio - Ocupação Poética - Palácio da Cultura - Campos dos Goytacazes-RJ - foto : Antônio Filho

 Lançamento em São Paulo dia 29 de novembro no Sarau Gente de Palavra Lançamento em Campos no sarau de dezembro  - aguardem informação da data

 

absinto

impossível

te sentir mais do que já sinto

 

Artur Gomes

O Homem Com A Flor Na Boca

leia mais no blog

https://coletivomacunaimadecultura .blogspot.com/



Sistema Único De Poesia - SUP

com uma câmera nas mãos
um livro no chão
e um poema na cabeça
vamos filmar o poema
antes que desapareça

quem me vê assim
tão comportado
não sabe o que se passa
aqui no centro

não sabe
desse vulcão
em erupção
nesse serTão
do mato dentro

Itamarna é uma cidade morna quase cinza sem brilho mesmo assim pelas noites passeiam por ali vaga-lumes vagabundos com suas asas de lâmpadas lamparinas Irina também passeia por ali pelas madrugadas vestida de quase nada

inútil pensar Irina
vestida de serpentina
como fez Cinzia Farina
em seu poema visual
era uma tarde de chuva
num sonho de carnaval

impossível pensar Clarice em tudo ela me disse que detesta carnaval e assim só de pirraça quero ser seu mestre/sala pra mudar a sua fala e a lançar no temporal

come vento menina
come vento
não há mais metafísica no mundo
do que comer vento

Artur Gomes
leia mais no blog Coletivo Macunaíma de Cultura
https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/

Teatro do Absurdo 8

a mulher  que come livros – cena 1

 

Federico - come vento menina come vento. não há mais metafísica no mundo do que comer vento

Clarice - prefiro chocolate

Federico - mas isso aí é um livro

Clarice - não faz mal, é como se fosse

Federico - como se fosse é muito vago

Clarice - pode ser vago pra você mas para mim não é

Federico - você é muito estranha

Clarice - estranha por quê?

Federico - parece até que come livros!

Clarice - e o quê você tem com isso? te incomoda?

Federico - calma, não precisar se irritar!

Clarice - mas quem disse que estou irritada?

Federico - do jeito que você fala!

Clarice - e você queria que eu falasse como?

Federico - normal

 

Clarice - mas eu falo normal como eu falo esse é o meu normal de falar.  Se não está gostando dá licença, e para de fazer perguntas.

Federico - grossa!

Clarice - não gosto de muitas perguntas. sou assim mesmo

Federico - mas não precisa xingar!

Clarice - e quem foi que xingou?

Federico - se não xingou foi quase

Clarice - me deixa em paz. que eu quero terminar de comer meu livro

Federico - é doida, comer seu livro?

Clarice - modo de dizer. já te disse sou assim mesmo

Federico - assim mesmo como?

Clarice - gosto de comer livros, romances, ficção, principalmente  poesia

Federico - quero dizer que ainda arde tua manhã em minha tarde

Clarice - nem vem que não tem

Federico - nem tem o quê?

Clarice - essa cantada barata

Federico - tua noite no meu dia

Clarice - vai insistir?

 

Federico  - tudo em nós que já foi feito com prazer ainda faria

Clarice - o que nós já fizemos? tá doido?

Federico - quero dizer que ainda é cedo ainda tenho um samba/enredo

Clarice - fique sabendo que prá mim é tarde

Federico - tudo em nós é carnaval é só vestir a fantasia

Clarice - detesto carnaval

Federico - quero ser teu mestre sala e você porta/bandeira. quando chegar a quarta-feira a gente inventa outra folia

Clarice - você quer fazer o favor de me deixar de comer meu livro

Federico - vai me dizer que não gostou?

Clarice - detestei.  cantada barata igual a essa eu já ouvi de um monte

Federico - duvido!

Clarice - então fica aí com a sua dúvida por quê quanto a isso eu não tenho nenhuma. e me dá licença que eu vou terminar de comer meu livro

(lendo o livro)

 

 Federico - come chocolate menina, come chocolate. não há mais meta física no mundo do que comer chocolate.



Sarau Cutural – As Multilinguagens

Ocupação Poética – no Palácio da Cultura

 27 outubro 19h

 

 

Clara Abreu : esquete: DANINHA

 

texto, direção e performance: CLARA ABREU

Clara Abreu : Uma em cada quatro mulheres que já viveram um relacionamento, sofreram violência exclusivamente dos parceiros.

 

Esse é o eixo norteador da Esquete Teatral, dando enfoque em sua característica conjugal e abordando fases do relacionamento abusivo. DANINHA, como é nomeada a cena, pretende informar e desenvolver reflexões a cerca deste problema social e, infelizmente, comum.

Clara Abreu, 25 anos, atriz

Início da prática aos 15, pelo Curso Livre de Teatro, atualmente Licencianda em Teatro pelo Instituto Federal Fluminense. Em parceria com a Santa Paciência Casa Criativa ofertou oficinas teatrais para crianças e adolescentes. Melhor Direção pelo trabalho autoral, DANINHA, na Semana da Arte na Universidade Cândido Mendes, indicação ao de Melhor Atriz pelo Festival SATED, em 2019, no Teatro de Bolso Procópio Ferreira, onde no mesmo estreou trabalhos, neste ano de 2023, como Anti Amor, A Última Festa, O Julgamento de Lúcifer e Conversas com Chocolate.


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