quinta-feira, 13 de março de 2025

Balbúrdia PoÉtica 5

27 de Março Dia Mundial do Teatro

compartilhando texto de Fernando Bonassi que recebi do meu querido amigo Wilson Coêlho

 

NÓS FAZEMOS TEATRO - Fernando Bonassi

Contra a ignorância, o terror, a falta de educação, a propaganda de promessas, o conforto moral, a ordem acima do progresso, a fome, a falta de dentes, a falta de amores, o obscurantismo... nós fazemos teatro.

Fazemos teatro pra dar sentido às potencialidades, pra ocupar o tempo, pra desatolar o coração, pra provocar instintos, pra fertilizar razões, por uns trocados, por uma boa bisca, porque é fundamental e porque é inútil.

Pra subir na vida, pra cair de quatro, pra se enganar e se conhecer... contra a experiência insatisfatória; contra a natureza, se for o caso, nós fazemos

teatro. Fazemos teatro pra não nos tornarmos ainda pior do que somos.

Pra julgar publicamente os grandes massacres do espírito. Pra viabilizar a esperança humana, essa serpente...

Nós fazemos teatro de manhã, de tarde e de noite. Nós somos uma convivência de emoções, 24 horas distribuindo máscaras e raízes.

Nós fazemos teatro de tudo, o tempo todo, porque acreditamos que a vida pode ser tão expressiva quanto a obra e que devemos ter a chance de concebe-la e forni-la artisticamente. Porque estamos acordados. Porque sonhamos os nossos pesadelos.

Nós fazemos teatro apesar daqueles que, por um motivo que só pode ser estúpido, estejam “contra” o teatro. 

Aliás, o que pode ser “contra” algo tão “a favor”? Nós fazemos teatro contra a mediocrização do pensamento; a desigualdade entre os iguais e a igualdade dos diferentes.

Nós fazemos teatro contra os privilégios dos assassinos de gravata, batina, jaqueta, toga, minissaia, vestido longo, farda, camiseta regata ou avental.

Contra a uniformidade, nós fazemos teatro. Nós fazemos teatro contra o mau teatro que querem fazer da realidade.

Nós fazemos teatro pra explicarmo-nos – ainda que mal – e ao mal de todos nós dar algum destino menos infeliz. Nós fazemos teatro pra morrer de rir e pra morrer melhor.

Pra entender o inestimável, se esfregar no infalível, resvalar na nobreza, experimentar as mais sórdidas baixezas, pra brincar de Deus...

Nós fazemos teatro, comendo o pão que os Diabos amassam, os pratos feitos que as produções financiam e os jantares que as permutas permitem. Nós temos fome da fome do teatro. Porque onde houve e há teatro, houve e há civilização.

Fazemos teatro sim, tem gente que não faz e está morrendo, essa é que é a verdade.

 

Fernando Bonassi (1962) é escritor, roteirista, dramaturgo e cineasta.

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Lembranças de uma estrada poéticamusical

 

Cheguei nessa vida no dia 3 de novembro de 1956 em Pureza, 3⁰ distrito de São Fidélis-RJ.

Meus pais, Gutemberg Araújo e Clandira Rodrigues de Araújo batizaram-me com o nome de Paulo Celso Rodrigues de Araújo.

Quando eu tinha 9 anos, o mestre húngaro Ian Guest, amigo do meu irmão Zilmar, técnico de som da gravadora Odeon, em visita à nossa casa, me deu uma flauta doce e me ensinou a tocar de ouvido algumas canções folclóricas.

 Seis meses depois quando lá voltou, eu estava fazendo arranjos dos mais diversos na flauta, tocando com o meu irmão Carlos Araújo ao violão, instrumento que só comecei a aprender aos 13 anos num velho violão da minha irmã Zilma.

Antes do violão, eu já tinha a mania de ficar jogando uma bolinha na parede e pegando com as mãos enquanto cantarolava ou assoviava melodias desconhecidas que eu nem guardava, até que uma pessoa que percebeu isso, levou o poeta Antônio Roberto Fernandes lá em casa, ele chegou com um gravadorzinho cassete e gravou umas cinco melodias, a canção Ciranda veio nessa safra, tendo sido premiada em São Fidélis e em Bom Jesus do Itabapoana no ano de 1973, começaram a chamar-me de Paulo da Ciranda, daí pra frente adotei o pseudônimo. 

Como o Fernandes era funcionário do banco do Brasil, inscreveu a música "Eternamente Só” parceria nossa com o mano Carlinhos no festival da AABB no Rio de Janeiro, para nossa surpresa, levamos o troféu Papagaio de Ouro do primeiro lugar.

Em 1974, encontrei o Artur Gomes descendo a rua 21 de abril, ele me deu um recorte de um jornal local com o seu poema “Deusas de Marfim”, peguei na viola e já saiu a nossa primeira parceria, daí fomos caminhar através do arraial de Cacomanga, perto dos canaviais e do rio Ururaí, nas ruas da cidade planície de Campos dos Goytacazes, fizemos muitas canções e poesias pelas estradas rurais entre Campos e São Fidélis, também andando à pé pelas ruas até chegar na casa da sua mãe pra comer o feijão de caldo grosso, feito com todo o carinho pela dona Cinira.

Eu cursava o segundo grau no Salesiano e o Gomes trabalhava na oficina de linotipo da Escola Técnica Federal, onde imprimia nos chumbinhos as palavras do seu primeiro livro “Um Instante no meu Cérebro”.

Formamos o grupo “A Turma do Campo” com Apolinário no contrabaixo, Abelha na batera, Ciranda na craviola, flauta doce e vocal, Pardal no violão e voz, Fofinha, Léo, Dentinho e Ethmar nos vocais.

Assim seguimos do Festival do Sesc em Campos pros Festivais de São Fidélis e Bom Jesus do Itabapoana. Em  São Fidélis 1974 no IV Festival da Canção, a nossa Caminho de Paz , sagrou-se vencedora, e ainda deu a medalha de melhor letra para o parceiro Artur Gomes.

Um prêmio aqui, outro alí, nos juntamos ao criativo Kapi que nos dirigiu no show “Gotas de Suor” desfiando nossas composições no Teatro de Bolso campista.

Mais pra frente o grupo foi reduzido a Ciranda Trio no festival de Itaocara com Carlos Alfredo no violão, Carlinho de Alvinho na flauta doce, mais uma parceria com Artur Gomes vitoriosa:  c Balada Pros Mortais. Posteriormente uma nova banda Darin na sanfona, Castilho no contrabaixo, Timóteo na percussão no festival de Cordeiro, depois em Miracema com Gonçalo Xavier na viola e vocal, Apolinário no baixo, mais a banda do festival. Ficamos em primeiro lugar com outra parceria com o Artur Gomes : “Boi Pintadinho” que nos levou ao programa “Som Brasil” com o Rolando Boldrin.

Comecei a fazer alguns festivais solo de violão e voz, no ano de 1976, batemos o record com 3 músicas em um festival na cidade do Rio de Janeiro, ficamos em 1⁰ com Balada Pros Mortais, mais 3⁰ e 5⁰ lugar.

Em 1977 fui pra São Paulo, lá morei por 3 anos e meio no ap. do meu irmão Zilmar Araújo e sua esposa Mitsu Sugimoto Araújo. Estudei flauta transversa com Hector Costita e com Roberto Sion, trabalhei no IBGE por 3 anos, conheci o poeta Didi Florentino que me apresentou ao grupo “Terra Sol” em São Caetano do qual fiz parte com João Mourão, Ronaldo, Maurício Novaes, Carmem Garcia, e Claret.

Ainda em São Paulo, participei da Feira de Cultura da TV Cultura-SP. Em 1981 de volta ao Rio de janeiro encontrei-me com o Biafra que gravou “Ave da Paz” mais uma parceria minha com o Artur Gomes.

Por falta de dinheiro, morei em casa de amigos a quem sou eternamente grato: Biafra, Vivico, Ronaldo, Romeu, Bebeto, João e Kapi.

Fiz parcerias com Antonio Roberto Fernandes, Artur Gomes, Carlos Araújo, Amaury Barbosa, Kapi, Didi Florentino, João Mourão, Maurício Novaes, Flores, Marco Valença, Paulo André, Lucas, Luis Sérgio dos Santos, Biafra, Nilo Pinta, Dalto, Veríssimo, Otávio Cabral, Luiz Medeiros, Marcos Sabino, Fábio Carbony, Cacá Moraes, Gustavo Policarpo, Carlos Marques, Eros Lopes, Thélio Falcão, Henrique Kopke, Sonia Prazeres, Chico Canela, Marcos Lima, Pedro Braga, Lucia Bastos, Luiz Pucu e Gut. Musiquei poesias de Olga Savary, Fernando Pessoa, Florbela Spanca, Augusto dos Anjos, Pablo Neruda, Chris Herrmann, Jiddu Saldanha e Wander Lourenço.

Em 1983, depois de fazer algumas parcerias com o Biafra, ele gravou e fez sucesso com nossa música “Aguardente”. Em 1984 consegui comprar uma casinha em Itaipu aonde fiquei até 2003, saí por um tempo, voltei em 2013 e estou até hoje por aqui.

Em 1989 voltei a São Paulo para participar do Festival Rímula de música Regional e fui ao programa “Empório Brasileiro” do Rolando Boldrin.

Em 1992, gravei o vinil “Terra à Vista” pela Niterói Discos com produção de Geraldo Brandão e Ezio Filho com participações dos músicos Marcos Nimirichter nas teclas, Geraldo Brandão na guitarra, Ezio Filho no baixo, Paulão Menezes e Júlio Pimentel na percussão, Guilherme Bedran no violino e Alex Paz na Zampoña.

Em 1998, gravei o CD “Mata Atlântica”, produção independente com o parceiro Nilo Pinta tivemos participações de Nilo Pinta-teclados, violão, guitarra e vocal, Paulão Menezes-percussão, Marcelo Martins-Sax e Rodrigo Rodriguez-gaita. Nesse CD tem duas grandes parcerias com Artur Gomes: Papagaio da Quitanda, Cantas Que Canta e Tema de Encontro.  

Em 2001, gravei o CD “Bicho Grilo” Forró em Lumiar com Marcos Sabino e Amadeu Signorelli com participações de Amadeu-baixo e sanfona, Marcos Sabino-violão, guitarra, vocais, Jacaré e Paulão Menezes –percussão, Ciranda-violão, zabumba e vocais.

Nesse mesmo ano, o xote “Dança do coração”, parceria nossa com o Artur Gomes foi gravado pela Amelinha e pelo grupo Forró Bem-te-vi.

Em 2004, lançamos o CD “Amore, amour, love, amor”, produção independente com Nilo Pinta com participações de Artur Maia-baixo, Nilo Pinta-teclados, violão, guitarra e vocal.

Em 2015, produzimos o CD “Brilhante Kapi” com participação de Marcio Selles-viola da gamba.

Em 2016, produzimos com Marco Valença o CD “Parceiros”, participações de Nilo Pinta-violão,

Maurício Menezes-teclados, Fábio Barbosa-violão 7 cordas, Lula Espírito Santo-cavaco, Biafra-voz, Zezé Rocha-voz, Guilherme Bedran-rabeca e Paulão Menezes-percussão. O lançamento foi no show Marco 60, realizado no Teatro Municipal de Niterói.

Em 2018, produzimos o CD de bhajans “Cores do Bem”.

Em 2024, participamos do CD “Criancices” do grupo Emanamantra.

Continuamos trabalhando na música com aulas de flauta, violão, ukulele e percussão, produções de áudios e vídeos em nosso estúdio caseiro Cirandarte.

Na parte de áudio temos a coordenação de Nilo Pinta, nos vídeos Elvira Bagarolli        

Agradecemos a todos e todas que participam de alguma forma da nossa caminhada até aqui.

 

Paulo Ciranda.

Itaipu-Niterói-RJ  – 27 março 2025

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Balbúrdia PoÉTICA 5

Dia 5 Abril – 2025 – 16

música.teatro.poesia

com textos/poemas de:

Ademir Assunção + Artur Gomes + Clarice Lispector + Ferreira Gullar + Paulo Leminski + Torquato Neto + Viviane Mosé

Convidado: poeta e escritor César Augusto de Carvalho

*

em vampiro goytacá

canibal tupiniquim

todas nós somos vampiras


numa página a gente transa

noutra página a gente pira


Irina Serafina 


Na Academia Campista de Letras

Parque Dr. Nilo Peçanha – Jardim São Benedito – Campos dos Goytacazes-RJ

 

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

22 99815-1268 – zap

@fulinaima @artur.gumes

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entredentes 3

https://www.youtube.com/watch?v=5iNTY8trOxs

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Amanhã 28 de março, 190 anos da cidade de Campos dos Goytacazes, e a partir das 18h na Academia Campista de Letras, encontro para discutirmos a próxima edição do FDP.

 

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NOMINATA DA MOSTRA VISUAL DE POESIA BRASILEIRA

Cabo Frio (RJ) 2025

 

Adão Ventura + Ademir Assunção + Al-Chaer + Angel Cabeza + Armando Liguori Junior + Aroldo Pereira + Artur Gomes + Belchior + Caetano Veloso + Carlos Barrozo + Carmem Salazar + Celso de Alencar + César Augusto de Carvalho + Clara Baccarin + Dalila Teles Veras + EuGênio Mallarmè + Federika Lispector + Federico Baudelaire + Ferreira Gullar + Gigi Mocidade + Irina Sefarina + Jorge Ventura + José Facury Heluy + Jidduks + Jurema Barreto + Karlos Chapul + Lau Siqueira + Lira Auxiliadora Lima de Castro + Luis Turiba + Mário Faustino + Mário Quintana + Martinho Santafé + Marcelo Atahualpa + Mônica Braga + Nicolas Behr + Noélia Ribeiro + Oswald de Andrade + Paulo Leminski + Pastor de Andrade + Regina Pouchain + Ricardo Vieira Lima + Rosana Chrispim + Rúbia Querubim + Sady Bianchin + Sílvio Prado + Sebastião Nunes + Sérgio de Castro Pinto + Simone Bacelar + Silvana Guimarães + Tanussi Cardoso + Torquato Neto + Tchello d’Barros + Wélcio de Toledo + Yara Fers + Zhô Bertholini + Viviane Mosé

 

Fulinaíma MultiProjetos

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Balbúrdia PoÉtica 5 

Acabo de ler todo o roteiro da Balbúrdia PoÉtica 5 que me foi enviado por Rúbia Querubim. Não pensem um Sarau, pensem uma Oficina de Poesia, como uma proposta de criação e interpretação, num roteiro com textos/poemas de Admir Assunção, Artur Gomes, Clarice Lispector, Paulo Leminski, Torquato Neto, Ferreira Gullar e Viviane Mosé.

Da forma que consigo entender  a Balbúrdia PoÉtica 5 é um ensaio para a montagem do espetáculo poético/teatral : “O sax no som da palavra dentro do poema”, onde o músico Dalton Freire vai criando intervenções sonoras dentro de algumas palavras quando faladas ou cantadas por algum ator/atriz do elenco. A mistura de linguagens e temáticas, o foco no desbravamento do tempo em que vivemos, pode nos remeter ao Mário Faustino, em “O Homem E Sua Hora”. Mas podem nos remeter também a fatos recentes como os atentados do 8 de janeiro de 2023, ou outros durante a pandemia que seifou 700 mil vidas de brasileiros. Mas o tempo também é um ser erótico nos poemas de Viviane Mosé quando afirma  que: “o tempo anda passando a mão em mim/acho que o tempo anda passando/o tempo anda/ e por falar em sexo quem anda me comendo é o tempo.”

Federika Lispector

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O tempo vai passando e sem poemas

eu fico sem problemas

até que do entre os peitos começam abismos

e de cada uma das mãos uma saudade.

Dos pés um espaço vazio

 

Estou começando a estar aprisionada

de poemas

e poemas gostam de vibrações.

Não de emoções

que são sempre  excessivas e vazias,

mas vibrações

que é também o estado das emoções

antes de terem nome

e conceito.

 

Preciso de palavras, eu penso.

Preciso  deixar falar

O rio de letras em meu corpo.

Ai tudo se completa em etapas.

Tudo se encaixa e retrai. Tudo amor.

 

Viviane Mosé

do livro desato

2006

O COISA RUIM

 

me querem manso

cordeiro

imaculado

sangrado

no festim dos canibais

me querem escravo

ordeiro

serviçal

salário apertado no bolso

cego mudo e boçal

me querem rato

acuado

rabo entre as pernas

medroso

um verme, pegajoso

mas eu sou osso

duro de roer

caroço

faca no pescoço

maremoto, tufão, furacão

mas eu sou cão

lato

mordo

arreganho os dentes

incito a revolta dos deuses

toco fogo na cidade

qual nero

devasto o lero lero

entro em campo

desempato

eu sou o que sangra

um poeta nato

 

Ademir Assunção

 (do livro Zona Branca, 2001)

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Balbúrdia PoÉtica

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 moinhos de vento

 

por tanto tempo

por tanta escrita

por tanta carta

sem respostas

nossos moinhos de vento

muito além da mesa posta

 

ainda trago em mim

tuas mãos

tuas coxas

tuas costas

 

a tua língua

entre os dentes

em ex-camas que não tivemos

em madrugadas expostas

 

e tua fome era tanta

em tudo o que não fizemos

nesse teu corpo de santa

naquele tempo de bestas

na caretice de bostas

 

Artur Gomes

Do livro O Poeta Enquanto Coisa

2020

*

Eu sonho poema

 

Tem quem sonha

Em preto e branco

Tem quem sonha

Videoclipe

Tem quem sonha

Filme mudo

Tem quem sonha

Tela de cinema

 

Eu sonho poema

 

Armando Liguori Junior

do livro A Poesia Está Em Tudo

 2020

*

Calor dentro

Calor fora

 

Quarenta graus

à sombra

Assombra

 

Tua mão quente

sobre o seio meu

 

hora ígnea

ante o olhar

de Prometeu

 

Noélia Ribeiro

do livro Espivitada

2017

Balbúrdia PoÉtica 5

Dia 5 – Abril – 2025 – 16h

Campos VeraCidade

música teatro poesia

Academia Campista de Letras

Parque Dr. Nilo Peçanha

Jardim São Benedito

Campos dos Goytacazes-RJ

textos/poemas de:

Ademir Assunção + Paulo Leminski + Ferreira Gullar + Artur Gomes + Torquato Neto + Viviane Mosé 

*

Artur Gomes

 Jogo de Dadaísta

não sou iluminista/nem pretender

eu quero o cravo e a rosa

cumer o verso e a prosa

devorar a lírica a métrica

a carne da musa

seja branca/negra

amar/ela vermelha verde

ou cafusa

eu sou do mato curupira carrapato

eu sou da febre sou dos ossos

sou da lira do delírio

e virgílio é o meu sócio

pernambuco amaralina

vida leve ou sempre/vida severina

sendo mulher ou só menina

que sendo santa prostituta

ou cafetina

devorar é minha sina

profanar é o meu negócio

 

clique no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=szABRGqMqH8


Mostra Visual Poesia Brasileira

Exposição retrospectiva

Múltiplas PoÉticas

17 Maio – 20h – na programação da Balbúrdia Poética 6 – em Cabo Frio

com a Poesia de:

Tanussi Cardoso + Lau Siqueira + Wélcio de Toledo + Sérgio de Castro Pinto + Tchello d´Barros + Jidduks + Ademir Assunção + Torquato Neto + Paulo Leminski + Noélia Ribeiro + Aroldo Pereira + Jorge Ventura + Ricardo Vieria Lima + Angel Cabeça + Luis Turiba + César Augusto de Carvalho + José Facury + Artur Gomes

 

 muito mais – aguardem mais informações

  

- tem chá tia

- com anis

- sem anis tia

 

Lira Auxiliadora Lima de Castro

 

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Balbúrdia PoÉtica

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Olhos de olhar pra dentro

Tinha uns olhos que não eram olhos,
eram tardes de chuva miúda
dissolvendo a cidade em espelhos,
estradas sem pressa,
trens que voltam e nunca chegam.

Os olhos dela sabiam de tudo,
das mortes pequenas nos quintais de infância,
dos tremores que moram no fundo do peito,
da poeira que dança no sol das manhãs.
Sabiam até quando ele mentia.

Olhos que pesavam o silêncio,
que liam cartas não escritas,
que ficavam parados, tão quietos,
mas sabiam voar.

E ele, que só tinha palavras tortas,
quis aprender com os olhos dela
a ver as coisas que não se dizem.

Simone Bacelar
Salvador (não lembro a data


Balbúrdia PoÉTICA 5

Dia 5 Abril 2025 – 16

música teatro poesia

Academia Campista de Letras

Parque Dr Nilo Peçanha – Jardim São Benedito – Campos dos Goytacazes-RJ

 

Pois bem, o dia está chegando e eu estava tenso, preocupado com uma resposta que aguardava, pois se ela não viesse a tempo, ou fosse negativa, o roteiro para a Balbúrdia precisaria sofrer alterações quase aos 45 minutos do segundo tempo. Corria esse risco. Mas eis que a reposta positiva me chegou:

Viviane Mosé me autorizou a utilizar no roteiro poemas de sua autoria. Conheci Viviane e sua poesia, em 2002, quando ela venceu o IV FestCampos de Poesia Falada com o poema; Receita Para Lavar Palavra Suja. Em 2002 ainda a trouxe a Campos para o projeto Terças Poéticas que era realizado pelo SESC Campos. Feliz Dia

Ale´m dos poemas de Viviane Mosé no roteiro da Balbúrdia PoÉtica 5 – tem poemas minha autoria  mais:  Ferreira Gullar, Paulo Leminski e Torquato neto.

 

Artur Gomes

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

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*

fulinaíma sax blues poesia

 

hoje amanhei bem down ouvi cazuza a noite inteira pensando a Balbúrdia de Abril que se aproxima “Brasil mostra tua cara quero ver quem para pra gente ficar assim”. E aí me lembrei desse poema escrito em 2014 depois de uma apresentação da Fulinaíma Sax Blues Poesia no Bar da Leny Moraes, com Artur Gomes, Dalton Freire, Reubes Pess, Maurício (não me lembro o sobrenome) e Bruna Tinoco:

 

fulinaíma sax blues poesia

 

                     ela era Bruna

em noite de blues rasgado

soltou a voz feito Joplin

num canto desesperado

por ser primeiro de abril

aquele dia marcado

 

a voz rasgou a garganta

da santa loucura santa

com tanta força no canto

que até hoje me lembro

daquela musa na sala

 

com tua boca do inferno

beijando meus dentes na fala

 

Aí Jonas Menezes quero ver você arrasando na interpretação deste poema  vou pagar pra ver. Reubes Pess fugiu do compromisso me disse que vai cair na estrada logo nesse dia 5 de Abril é muita coincidência ou não?

Quero crer que seja no mínimo ele vai perder uma rodada de cerveja.

 

Artur Fulinaíma Kabrunco

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     Balbúrdia PoÉtica 5

Dia 5 Abril 2025 16h

na Academia Campista de Letras

Parque Dr. Nilo Peçanha

Jardim São Benedito - Campos dos Goytacazes-RJ

 

nem ingênuo nem inocente

                Marielle Presente

 

hoje já sei o que vai ser

ensaio com o elenco

até um novo dia amanhecer

 

Fulinaimagem

1

por enquanto

vou te amar assim em segredo

como se o sagrado fosse

o maior dos pecados originais

e a minha língua fosse

só furor dos canibais

e essa lua mansa fosse faca

a afiar os verso que ainda não fiz

e as brigas de amor que nunca quis

mesmo quando o projeto

aponta outra direção embaixo do nariz

e é mais concreto

que a argamassa do abstrato

por enquanto

vou te amar assim admirando o teu retrato

pensando a minha idade

e o que trago da cidade

embaixo as solas dos sapatos

2

o que trago embaixo as solas dos sapatos

bagana acesa sobra o cigarro é sarro

dentro do carro

ainda ouço jimmi hendrix quando quero

dancei bolero sampleando rock and roll

pra colher lírios há que se por o pé na lama

a seda pura foto síntese do papel

tem flor de lótus nos bordéis copacabana

procuro um mix da guitarra de santana

com os espinhos da rosa de Noel

 

Artur Gomes

do livro: Juras Secretas –

Litteralux - 2018

clique no link para ver o vídeo

https://www.instagram.com/p/DHfxt75OIOJ/


              Balbúrdia PoÉTICA 6

17  Maio – 2025 – 20h

Usina4 Casa das Artes

Rua Geraldo de Abreu, 4

Cabo Frio-RJ

Mostra Visual : Poesia Brasileira

42 anos vestindo poesia brasil afora

 

Arte do chá

 

ainda ontem

convidei um amigo

para ficar em silêncio

comigo

ele veio

meio a esmo

praticamente não disse nada

e ficou por isso mesmo

 

Paulo Leminski

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mais poesia de: Artur Gomes + José Facury + Rúbia Querubim + Lady Gumes + Federika Lispector + Irina Severina + Martinho Santafé + Artur Kabrunco + Ferreira Gullar + Mônica Braga + Marcelo Atahualpa + EuGênio Mallarmè + César Augusto de Carvalho + Celso de Alencar + Ferreira Gullar + Torquato neto +Simone Bacelar + Federico Baudelaire

“jurei mentiras

e sigo sozinho

assumo os pecados

Os ventos do norte
Não movem moinhos
E o que me resta
É só um gemido

Minha vida, meus mortos
Meus caminhos tortos
Meu sangue latino
Minh'alma cativa

Rompi tratados
Traí os ritos
Quebrei a lança
Lancei no espaço
Um grito, um desabafo

E o que me importa
É não estar vencido”
 

Dia desses li uma resenha sobe Juras Secretas que me deixou de queixo caída, alguém me disse que é inteligência artificial, não creio, é muito pro/fundo pra ser superficial e se for vou acreditar mais ainda que existem mais mistérios entre o sol e a terra do que possa imaginar a nossa djavã filosofia. Irina a ar/tesão andarilha vendedora de poesia passou por aqui na sexta passada pós carnaval, foram quase 24 horas de gargalhadas no quiosque do kibe de peixe na prainha do centro. Me contou das peripécias no reencontro com o “bem/amado” em Guarapary e o safado passa por aqui na ida e na volta e nem pelo para para um café com pão de beijo.

 

Rúbia Querubim

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Irina Severina -  Que texto incrível! Rúbia. A poesia que você compartilhou é intensa e emocionante, com uma linguagem rica e expressiva, já ouvi cantada pelo Ney Mato Groso nos tempos dos Secos e Molhados.

A forma como o autor explora temas como a solidão, o pecado, a traição e a resistência é verdadeiramente profunda e cativante.

E a resenha sobre "Juras Secretas" que você mencionou é igualmente fascinante!

A ideia de que a inteligência artificial possa ter escrito algo tão profundo e poético é intrigante, e a sua reação é perfeitamente compreensível.

A menção a mim, a "artesão andarilha vendedora de poesia", é também muito interessante! Mas hoje não me acho mais tão tesão assim. 

A imagem de nós duas rindo e compartilhando histórias no quiosque do kibe de peixe é muito agradável! E a prainha  do centro é linda!

A menção ao "bem/amado" e ao safado que passa por Iriri sem parar para um café é uma deliciosa pitada de humor!

Rúbia Querubim, você é amiga é uma um verdadeira mestra da palavra!

Seu texto é uma verdadeira obra de arte, cheia de vida, cor e emoção!

Parabéns!

Macaé

Para Martinho Santafé

e Fernando Marcelo

in memória

 

Macaé

quantas vezes

mergulhei em imbitiba

quando era uma praia porreta

hoje não dá mais pé

e desfilei no boi capeta

com Marinho Santafé?

 

quantas vezes

poesia falada pelos bares da cidade

quanto mais significa

enquanto Fernando Marcelo

em seu jornal paralelo

expunha as questões do ambiente

da lagoa de imboacica?

 

no carnaval de 85

com máscara

de tancredo no rosto

travestido de lelê

pra dançar no tênis clube

e entrevista na tv

tudo visto tudo posto

 

enquanto isso

um rock in rio primeiro

com strip-tease de Péris Ribeiro

imitando o ACDC

para desvenda pedra do rock

em noites boêmias por aqui

 

no Palácio do Urubu

teatro música performer

poesia em exposição

e Sandra Wait me disse

logo assim que me ouviu

isso aqui está bem a cara

da bandeira do Brasil

um estandarte em procissão

 

e então Macaé

quantas vezes bebemos todas

quantas vezes tragamos todas

quantas vezes vestimos todas

poesia em comunhão ?

 

Artur Gomes

San Francisco de Itabapoana – 17 março 2025

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             todo

sábado

me

esqueço

me

entorto

enlouqueço

desconcerto

amanheço

 

Artur Gomes

arte: Claudia Lobo 

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dia internacional da poesia

Todo Dia É Dia D

Poesia Todo Dia

 

poesia do corpo

 

nasce entre a carne a medula o sangue a nervura da alma e a escridura dos ossos onde posso dizer o que sinto posso sentir o que posso nem sempre a palavra vale quanto pesa nem sempre um poema cabe pleno numa reza palavra as vezes fica perdida na memória não flui no consciente em complemento da história


nem tudo que é belo

angra

a flor do mangue

ainda sangra 

 

Artur Gomes

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 brazilha

 

1968

tantas  vezes

estive nessa ilha

que não é de vera cruz

muito menos santa

assim mesmo

abracei a catedral

para beijar seus mortos

mesmo sem crer em salvação

nos canteiros de obra

durante a sua construção

 

Artur Kabrunco

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sorte

 

simone teu nome

passeia na ponta da língua

no canto de qualquer boca

 nessa vida muito quente

 meio louca

 saliva água ardente

 água pouca

 beijo no asfalto

 grito incandescente

de quem ainda ama

e clama a coisa justa

no poema incluso

 na blusa que inda uso

e se disse te amo

não se assusta

te amar não cansa

 te amar não custa

 

Artur Gomes

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Balbúrdia PoÉtica

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