sábado, 31 de maio de 2025

Balbúrdia PoÉtica 10 - Edição Especial



Balbúrdia PoÉtica

Por Onde Andará Macunaíma?

Edição Especial

Dia 30 de junho no C. E. Paulo Roberto D. Mendonça em Ibitioca – Campos dos Goytacazes-RJ

Com o Trio Balbúrdico: Artur Gomes, Estefany Nogueira e Paulo Victor Santana

Concepção & Direção: Artur Gomes

 

O sax na voz da palavra dentro do poema

*

o impulso aqui não é pouco o espírito grita dentro do corpo deliro feito louco de tanta sede e fome como quem não vive em paz como quem não come há muitos séculos atrás

 

Artur Gomes

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Fotos: Nilson Siqueira 


BalBúrdia PoÉtica 10

Poesia Ali Na Mesa

Casa da Palavra – Santo André-SP

Dias 12 de julho das 14 às 19h

Praça do Carmo, 171

Curadoria:

Artur Gomes, Cesar Augusto de Carvalho, Julio Mendonça, Jurema Barreto e Silvia Helena Passarelli

Homenagens:

Poesia Viva: Dalila Teles Veras

a memória de Antônio Possidônio Sampaio, Francis de Oliveira e Wilma Lima

exposição - livros - roda de conversa - performances - homenagens

*

Balburdiar : Eis O Verbo

Balbúrdia significa desordem barulhenta; vozearia, algazarra, tumulto. É isso que se propõe realizar na Casa da Palavra, em Santo André, em 12 de julho.

Projeto do multiartista Artur Gomes que passa por diversas cidades brasileiras, especialmente no eixo Rio – São Paulo, a Balbúrdia Poética chega a Santo André propondo ser um local de reflexões, trocas e muita poesia.

Poetas confirmados:

Abel Coelho + Ademir Demarchi + Alessandro de Paula + Antonio Carlos Pedro +Armando Liguori Jr. + Arnaldo Afonso + Augusto Contador Borges + Beth Brait Alvim + Betty Vidigal + Carlos Galdino + Carolina Montone + Cleber Baleeiro + Décio Scaravelli + Danihell TW + Dilène Barreto + Dione Barreto + Elcio Fonseca +Franklin Valverde + Urbanista Concreto + Ieda Estergilda Abreu + Ingrid Morandian + Jane Arruda de Siqueira + Julio Bittar + Junior Belle + Luisa Silva de Oliveira + Luiz Henrique Gurgel + Marcelo Brettas + Marise Hansen + Paulino Alexandre + Remisson Anicetto + Roberto Bicelli + Rosana Venturini + Roza Moncayo + Vera Barbosa + Vlado Lima

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essa África nos meus olhos

 e navegar é minha sina

 em toda febre todo fogo

 que incendeia o continente

 nos teus olhos de menina

 eu sou um poeta e nunca fui a China

mas vermelho é o meu sangue

 desde que nasci

 

Artur Gomes

poema  do livro Suor & Cio

1985



 Eu nunca fui a grande aposta

 

Minha família não me achava a mais inteligente

na verdade, até hoje não acham

Meus professores nunca viram em mim um futuro brilhante

 

Eu sempre fui aquela menina

com notas medianas

beleza mediana

com pouco amigos

que frequentava poucos lugares

 

Mas eu sempre sonhei em ser essa mulher

independente, segura, cheia de si

 

Eu nunca sonhei em me casar

usar véu, entrar numa igreja vestida de branco

 

Eu não gosto de igrejas, muito menos de branco hahaha

e sinceramente com tão poucas pessoas que eu convidaria

não ocuparia uma fileira sequer hahaha

 

É engraçado né?

parece que eu vivo a vida que eu sempre sonhei

 

Amo meu trabalho

me mudei pra cidade que eu queria

construí essa mulher forte e independente

 

Fui a primeira da minha família a me formar na faculdade

conheci pessoas incríveis

fui a shows dos meus artistas favoritos

 

Nadei no mar até anoitecer

inclusive foi no mar que eu aprendi a nadar

e perder o medo e o frio na barriga de quando não dá mais pé

 

Durante a minha vida eu amei loucamente pessoas que nunca beijei

e também beijei pessoas que eu nunca consegui amar

 

E por mais que pareça que eu já tenha vivido 98 anos

na verdade não cheguei nem na metade disso

 

E o que mais me assusta é saber que um dia eu não vou estar mais aqui

sim, eu tenho medo de morrer

 

Eu tenho tanto medo de não poder mais te olhar nos olhos

de não poder mais sorrir e chorar

de não poder mais usar a minha voz pra te emocionar

 

Eu tenho tanto medo de nunca mais pisar num palco

de nunca mais sentir esse frio na barriga...

 

Uma vez um professor de teatro me disse

que o meu papel é fazer a plateia reagir

não importa se vão te vaiar ou te aplaudir

a plateia só não pode dormir

 

Então... por favor... reaja!

 

Ellen Souza

 

Quem pagará o enterro e as flores

Se eu me morrer de amores?

Quem, dentre amigos, tão amigo

Para estar no caixão comigo?

Quem, em meio ao funeral

Dirá de mim: - Nunca fez mal...

Quem, bêbedo, chorará em voz alta

De não me ter trazido nada?

Quem virá despetalar pétalas

No meu túmulo de poeta?

Quem jogará timidamente

Na terra um grão de semente?

Quem elevará o olhar covarde

Até a estrela da tarde?

Quem me dirá palavras mágicas

Capazes de empalidecer o mármore?

Quem, oculta em véus escuros

Se crucificará nos muros?

Quem, macerada de desgosto

Sorrirá: - Rei morto, rei posto...

Quantas, debruçadas sobre o báratro

Sentirão as dores do parto?

Qual a que, branca de receio

Tocará o botão do seio?

Quem, louca, se jogará de bruços

A soluçar tantos soluços

Que há de despertar receios?

Quantos, os maxilares contraídos

O sangue a pulsar nas cicatrizes

Dirão: - Foi um doido amigo...

Quem, criança, olhando a terra

Ao ver movimentar-se um verme

Observará um ar de critério?

Quem, em circunstância oficial

Há de propor meu pedestal?

Quais os que, vindos da montanha

Terão circunspecção tamanha

Que eu hei de rir branco de cal?

Qual a que, o rosto sulcado de vento

Lançará um punhado de sal

Na minha cova de cimento?

Quem cantará canções de amigo

No dia do meu funeral?

Qual a que não estará presente

Por motivo circunstancial?

Quem cravará no seio duro

Uma lâmina enferrujada?

Quem, em seu verbo inconsútil

Há de orar: - Deus o tenha em sua guarda.

Qual o amigo que a sós consigo

Pensará: - Não há de ser nada...

Quem será a estranha figura

A um tronco de árvore encostada

Com um olhar frio e um ar de dúvida?

Quem se abraçará comigo

Que terá de ser arrancada?

Quem vai pagar o enterro e as flores

Se eu me morrer de amores?

 

Vinicius de Moraes

O AMOR

 

 (Vladimir Maiakovski).

Um dia, quem sabe,

ela, que também gostava de bichos,

apareça

numa alameda do zôo,

sorridente,

tal como agora está

no retrato sobre a mesa.

Ela é tão bela,

que, por certo, hão de ressuscitá-la.

Vosso Trigésimo Século

ultrapassará o exame

de mil nadas,

que dilaceravam o coração.

Então,

de todo amor não terminado

seremos pagos

em inumeráveis noites de estrelas.

Ressuscita-me,

nem que seja só porque te esperava

como um poeta,

repelindo o absurdo quotidiano!

Ressuscita-me,

nem que seja só por isso!

Ressuscita-me!

Quero viver até o fim o que me cabe!

Para que o amor não seja mais escravo

de casamentos,

concupiscência,

salários.

Para que, maldizendo os leitos,

saltando dos coxins,

o amor se vá pelo universo inteiro.

Para que o dia,

que o sofrimento degrada,

não vos seja chorado, mendigado.

E que, ao primeiro apelo:

– Camaradas!

Atenta se volte a terra inteira.

Para viver

livre dos nichos das casas.

Para que doravante

a família seja

o pai,

pelo menos o Universo,

a mãe,

pelo menos a Terra.

 

Vladimir Maiakovski


terra de santa cruz

I

ao batizarem-te

deram-te o nome:

posto que a tua profissão

é abrir-te em camas

dar-te em ferro

ouro

prata

rios

peixes

minas

mata

deixar que os abutres

devorem-te na carne

o derradeiro verme

 

Artur Gomes

poema dos livros Couro Cru & Carne Viva - 1987

e Pátria A(r)mada - 2022

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nesta cidade de palha

minha balbúrdia poética

não falha

corta palavra morta

na nervura dessa pedra

na carnadura desse osso

corte grosso de navalha

pra descascar esse caroço

 

Rúbia Querubim

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CarNAvalha Gumes

 

Escrito nos anos de 1990 este poema hoje no Brasil  é atualíssimo visto esse atual congresso da desordem democrática que o país em hoje. O que será que fizemos nos verões passados para chegarmos a essa situação?

 

neste país de fogo & palavra

se falta lenha na fornalha

uma mordaz língua não falha

cospe grosso na panela

           da imperial tropicanalha

 

não me metam nesses planos

verdes/amarelos

meus dentes vãos  a(r)mados

nem foices nem martelos

meus dentes encarnados

alvos brancos belos

          já estão desenganados

             desta sopa de farelos

 

Artur Gomes

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Balbúrdia PoÉtica 10

Dia 12 de julho

Das 14 às 19h

Casa da Palavra – Santo André-SP

Blog atualizado com poemas de Julio Mendonça e Simone Bacelar

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Jura secreta 34

por que te amo
e amor não tem pele
nome ou sobrenome

não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos
e segredos

mas não tenha medo
pode sangrar pode doer
e ferir fundo
mas é razão de estar no mundo

nem que seja por segundo
por um beijo mesmo breve
por que te amo
no sol no sal no mar na neve

Artur Gomes
poema do livro Juras Secretas
Litteralux – 2018

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Todo dia é dia D

 

santo de casa

não faz milagre

já me dizia Padre Olímpio

lá pelos idos de 1974

dentro da tipografia

depois aprendi com Torquato Neto

que todo dia é dia dela

todo dia é dia d

e então poesia é o que entrego

 ao desafeto

com toda flor do bem querer

 

Artur Gomes

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 Meu corpo não trafega pelos mares de lisboa procura por corpos desconhecidos pelos búzios da pessoa que ainda em maresia me provoca quando passa em ventania pelas frestas das janelas dos navios e não viu meus olhos d'água em direção aos olhos dela

 

Artur Gomes

Drummundana Itabirínica

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Lidiane Carvalho Barreto na Balbúrdia PoÉtica 9 falando o poema Itabapoana Pedra Pássaro Poema de Artur Gomes
12ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ

tabapoana Pedra Pássaro Poema

uma metáfora
não é apenas uma metáfora
quando a pedra é pássaro

em gargaú
às 5 horas da tarde
as garças voam
em direção
ao outro lado da pedra
em guaxindiba
tenho em mim
que pássaros voam
peixes nadam
quando procuram
outro pouso

bracutaia eterna lenda
estranho pássaro
da pedra ouviu o grito
que voou de gargaú pro infinito

Artur Gomes
poema do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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Hoje

Balbúrdia PoÉtica 9

No Café Literário – 14h

12ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ 

Artur Gomes convida:

Clara Abreu + Grupo Gotta + Jailza Mota + Joilson Bessa + Lidiane Carvalho Barreto + Maycon Maciel + Paulo Victor Santana + Reubes Pess + Rossini Reis

 

Artur Gomes convida:

Clara Abreu + Grupo Gotta + Jailza Mota + Joilson Bessa + Lidiane Carvalho Barreto + Maycon Maciel + Paulo Victor Santana + Reubes Pess + Rossini Reis

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

 

uma metáfora

não é apenas uma metáfora

quando a pedra é pássaro

 

em gargaú

às 5 horas da tarde

as garças voam

em direção

ao outro lado da pedra

em guaxindiba

tenho em mim

que pássaros voam

peixes nadam

quando procuram

outro pouso

 

bracutaia eterna lenda

estranho pássaro

da pedra ouviu o grito

que voou de gargaú pro infinito


Artur Gomes

Do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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choveu pedra em São Francisco do Itabapoana se de gelo ou granizo inda nem sei só depois da apuração da comissão de inquérito instaurada por alguns moradores da localidade  do Macuco saberei.

 

                       Federico Baudelaire

 

cada qual com sua Natureza , pode ser garoa ou correnteza , é o tempo comandando a sua Fortaleza

 

                                       Zhô Bertholini

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O Sol de César

poema de Salgado Maranhão

do livro em processo

"ARTE DE MATAR"

O Extraordinário, Magistral, Magnífico, poeta Salgado Maranhão, estará na 12ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ - dia 4 de junho ao lado de Pedro Luis - na mesa Entre A Poesia E A Música - das 18:30 às 19:30h na Arena das Ideias -

Imperdível

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 O poeta enquanto coisa


o meu lugar não é aqui
o meu lugar não é ali
o meu lugar é lá

onde garrincha entorta
os laterais esquerdos
dibla até o goleiro
e debaixo da trave
não faz o gol

um desacerto

volta ao meio do campo
para re-começar o desconcerto

Artur Gomes

O Sol de César

poema de Salgado Maranhão

do livro em processo

"ARTE DE MATAR"

O Extraordinário, Magistral, Magnífico, poeta Salgado Maranhão, estará na 12ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ - dia 4 de junho ao lado de Pedro Luis - na mesa Entre A Poesia E A Música - das 18:30 às 19:30h na Arena das Ideias -

Imperdível

*

Balbúrdia PoÉtica 9

A resistência através da poesia

Dia 4 – junho – 14h

Café Literário – 12ª Bienal do Livro  de Campos dos Goytacazes-RJ

 

Artur Gomes convida:

 

Grupo Gotta + Jailza Mota + Jilson Bessa + Lidiane Carvalho Barreto + Maycon Maciel + Reubes Pess + Rossini Reis

 

Kapi – presente – Lenilson Chaves – presente – Marielle Franco – presente – Maria Helena Gomes – presente – Ive Carvalho – presente – Lucia Miners – presente

 

Selvagem

 

" enterrem meu coração

na curva do rio"

peço

como pediu um índio

que, estrangeiro,

sabia falar a língua

da minha flauta alma,

índia que sou,

selvagem

Se as pernas cruzo

social,

em vernissagens,

a alma é acocorada,

ouvido alerta

para os ruídos

quase nada

de uma selva

em que, matreiro,

o inimigo surja.

Se, requintada,

canapés mordisco,

Dama da Corte,

a alma antropofagicamente,

rosna

o seu pedaço de caça.

Bebo na concha

das mãos

água riacho

quando levemente

seguro a taça

em que me servem

a mesma água.

O banho perfumado

em sabonete e shampoos,

é, apenas,

o verniz

que descascado,

desvenda o banho,

que, em meu rio,

limpo o corpo

com folhas

e flores abertas

madrugadas.

Jamais estive grávida,

mas prenhe;

nunca me nasceram filhos,

os pari,

quando meu grito

primevo

se fez soluço

ao agarrá-los,

fera,

e lambê-los

crias, curumins.

Cheiro, disfarçada,

o ar desses salões

e o meu faro

é faro de onça

na espreita

do perigo,

como só índio

e animal

sabem espreitar.

Meu grito de guerra

ecôa no silêncio,

se palavra cambaia

agride a minha

escuta

e não confundo

doce, àquela que amarga,

mesmo que enfeitada

em pétala de flor.

Sei exatamente

o curso do meu rio,

guia seguro,

mateiro,

meu irmão,

que me levará

a salvo

à clareira

em que adormeço.

Por isso peço:

"enterrem meu coração

na curva do rio".

E meu rio

é esse Paraíba

que se disfarça civilizado,

já que, em cidade corre,

mas que é,

como todo rio,

o que desliza na selva

em que algum dia

nasci.

 

Lucia Miners

 

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Balbúrdia PoÉtica 10 - Edição Especial

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