Balbúrdia PoÉtica 5
Dia 5 – Abril – 2025 – 16h
música teatro poesia
textos/poesias de: Ademir Assunção, Artur Gomes, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, Paulo Leminski, Torquato Neto, Viviane Mosé
elenco: Artur Gomes, Dalton Freire, Estefany Nogueira e Jonas Menezes
poeta/escritor convidado: César Augusto de Carvalho, autor do livro Folhetim, recém/lançado em São Paulo.
Na Academia Campista de Letras – Parque Dr. Nilo Peçanha – Jardim São Benedito – Campos dos Goytacazes-RJ
Obs.: César Augusto de Carvalho é curador da edição da Balbúrdia PoÉtica 10 que será realizada na Patuscada Livraria Café e Bar, São Paulo, dia 2 dezembro – 19h
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27 de Março Dia Mundial do Teatro
compartilhando texto de Fernando Bonassi que recebi do meu querido amigo Wilson Coêlho
NÓS FAZEMOS TEATRO - Fernando Bonassi
Contra a ignorância, o terror, a falta de educação, a propaganda de promessas, o conforto moral, a ordem acima do progresso, a fome, a falta de dentes, a falta de amores, o obscurantismo... nós fazemos teatro.
Fazemos teatro pra dar sentido às potencialidades, pra ocupar o tempo, pra desatolar o coração, pra provocar instintos, pra fertilizar razões, por uns trocados, por uma boa bisca, porque é fundamental e porque é inútil.
Pra subir na vida, pra cair de quatro, pra se enganar e se conhecer... contra a experiência insatisfatória; contra a natureza, se for o caso, nós fazemos
teatro. Fazemos teatro pra não nos tornarmos ainda pior do que somos.
Pra julgar publicamente os grandes massacres do espírito. Pra viabilizar a esperança humana, essa serpente...
Nós fazemos teatro de manhã, de tarde e de noite. Nós somos uma convivência de emoções, 24 horas distribuindo máscaras e raízes.
Nós fazemos teatro de tudo, o tempo todo, porque acreditamos que a vida pode ser tão expressiva quanto a obra e que devemos ter a chance de concebe-la e forni-la artisticamente. Porque estamos acordados. Porque sonhamos os nossos pesadelos.
Nós fazemos teatro apesar daqueles que, por um motivo que só pode ser estúpido, estejam “contra” o teatro.
Aliás, o que pode ser “contra” algo tão “a favor”? Nós fazemos teatro contra a mediocrização do pensamento; a desigualdade entre os iguais e a igualdade dos diferentes.
Nós fazemos teatro contra os privilégios dos assassinos de gravata, batina, jaqueta, toga, minissaia, vestido longo, farda, camiseta regata ou avental.
Contra a uniformidade, nós fazemos teatro. Nós fazemos teatro contra o mau teatro que querem fazer da realidade.
Nós fazemos teatro pra explicarmo-nos – ainda que mal – e ao mal de todos nós dar algum destino menos infeliz. Nós fazemos teatro pra morrer de rir e pra morrer melhor.
Pra entender o inestimável, se esfregar no infalível, resvalar na nobreza, experimentar as mais sórdidas baixezas, pra brincar de Deus...
Nós fazemos teatro, comendo o pão que os Diabos amassam, os pratos feitos que as produções financiam e os jantares que as permutas permitem. Nós temos fome da fome do teatro. Porque onde houve e há teatro, houve e há civilização.
Fazemos teatro sim, tem gente que não faz e está morrendo, essa é que é a verdade.
Fernando Bonassi (1962) é escritor, roteirista, dramaturgo e cineasta.
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Lembranças de uma estrada poéticamusical
Cheguei nessa vida no dia 3 de novembro de 1956 em Pureza, 3⁰
distrito de São Fidélis-RJ.
Meus pais, Gutemberg Araújo e Clandira Rodrigues de Araújo
batizaram-me com o nome de Paulo Celso Rodrigues de Araújo.
Quando eu tinha 9 anos, o mestre húngaro Ian Guest, amigo do
meu irmão Zilmar, técnico de som da gravadora Odeon, em visita à nossa casa, me
deu uma flauta doce e me ensinou a tocar de ouvido algumas canções folclóricas.
Seis meses depois
quando lá voltou, eu estava fazendo arranjos dos mais diversos na flauta,
tocando com o meu irmão Carlos Araújo ao violão, instrumento que só comecei a
aprender aos 13 anos num velho violão da minha irmã Zilma.
Antes do violão, eu já tinha a mania de ficar jogando uma
bolinha na parede e pegando com as mãos enquanto cantarolava ou assoviava
melodias desconhecidas que eu nem guardava, até que uma pessoa que percebeu
isso, levou o poeta Antônio Roberto Fernandes lá em casa, ele chegou com um
gravadorzinho cassete e gravou umas cinco melodias, a canção Ciranda veio
nessa safra, tendo sido premiada em São Fidélis e em Bom Jesus do Itabapoana no
ano de 1973, começaram a chamar-me de Paulo da Ciranda, daí pra frente adotei o
pseudônimo.
Como o Fernandes era funcionário do banco do Brasil, inscreveu
a música "Eternamente Só” parceria nossa com o mano Carlinhos no
festival da AABB no Rio de Janeiro, para nossa surpresa, levamos o troféu
Papagaio de Ouro do primeiro lugar.
Em 1974, encontrei o Artur Gomes descendo a rua 21 de
abril, ele me deu um recorte de um jornal local com o seu poema “Deusas de
Marfim”, peguei na viola e já saiu a nossa primeira parceria, daí fomos
caminhar através do arraial de Cacomanga, perto dos canaviais e do rio Ururaí,
nas ruas da cidade planície de Campos dos Goytacazes, fizemos muitas canções e
poesias pelas estradas rurais entre Campos e São Fidélis, também andando à pé
pelas ruas até chegar na casa da sua mãe pra comer o feijão de caldo grosso,
feito com todo o carinho pela dona Cinira.
Eu cursava o segundo grau no Salesiano e o Gomes trabalhava na
oficina de linotipo da Escola Técnica Federal, onde imprimia nos chumbinhos as
palavras do seu primeiro livro “Um Instante no meu Cérebro”.
Formamos o grupo “A Turma do Campo” com
Apolinário no contrabaixo, Abelha na batera, Ciranda na craviola, flauta doce e
vocal, Pardal no violão e voz, Fofinha, Léo, Dentinho e Ethmar nos vocais.
Assim seguimos do Festival do Sesc em Campos pros Festivais de
São Fidélis e Bom Jesus do Itabapoana. Em São Fidélis 1974 no IV Festival da Canção, a
nossa Caminho de Paz , sagrou-se vencedora, e ainda deu a medalha de
melhor letra para o parceiro Artur Gomes.
Um prêmio aqui, outro alí, nos juntamos ao criativo Kapi que
nos dirigiu no show “Gotas de Suor” desfiando nossas composições
no Teatro de Bolso campista.
Mais pra frente o grupo foi reduzido a Ciranda Trio no
festival de Itaocara com Carlos Alfredo no violão, Carlinho de Alvinho na
flauta doce, mais uma parceria com Artur Gomes vitoriosa: c Balada Pros Mortais. Posteriormente
uma nova banda Darin na sanfona, Castilho no contrabaixo, Timóteo na percussão
no festival de Cordeiro, depois em Miracema com Gonçalo Xavier na viola e
vocal, Apolinário no baixo, mais a banda do festival. Ficamos em primeiro lugar
com outra parceria com o Artur Gomes : “Boi Pintadinho” que nos levou ao
programa “Som Brasil” com o Rolando Boldrin.
Comecei a fazer alguns festivais solo de violão e voz, no ano
de 1976, batemos o record com 3 músicas em um festival na cidade do Rio de
Janeiro, ficamos em 1⁰ com Balada Pros Mortais, mais 3⁰ e 5⁰ lugar.
Em 1977 fui pra São Paulo, lá morei por 3 anos e meio no ap.
do meu irmão Zilmar Araújo e sua esposa Mitsu Sugimoto Araújo. Estudei flauta
transversa com Hector Costita e com Roberto Sion, trabalhei no IBGE por 3 anos,
conheci o poeta Didi Florentino que me apresentou ao grupo “Terra Sol”
em São Caetano do qual fiz parte com João Mourão, Ronaldo, Maurício Novaes,
Carmem Garcia, e Claret.
Ainda em São Paulo, participei da Feira de Cultura da TV
Cultura-SP. Em 1981 de volta ao Rio de janeiro encontrei-me com o Biafra que
gravou “Ave da Paz” mais uma parceria minha com o Artur Gomes.
Por falta de dinheiro, morei em casa de amigos a quem sou
eternamente grato: Biafra, Vivico, Ronaldo, Romeu, Bebeto, João e Kapi.
Fiz parcerias com Antonio Roberto Fernandes, Artur Gomes,
Carlos Araújo, Amaury Barbosa, Kapi, Didi Florentino, João Mourão, Maurício
Novaes, Flores, Marco Valença, Paulo André, Lucas, Luis Sérgio dos Santos,
Biafra, Nilo Pinta, Dalto, Veríssimo, Otávio Cabral, Luiz Medeiros, Marcos
Sabino, Fábio Carbony, Cacá Moraes, Gustavo Policarpo, Carlos Marques, Eros
Lopes, Thélio Falcão, Henrique Kopke, Sonia Prazeres, Chico Canela, Marcos
Lima, Pedro Braga, Lucia Bastos, Luiz Pucu e Gut. Musiquei poesias de Olga
Savary, Fernando Pessoa, Florbela Spanca, Augusto dos Anjos, Pablo Neruda,
Chris Herrmann, Jiddu Saldanha e Wander Lourenço.
Em 1983, depois de fazer algumas parcerias com o Biafra, ele
gravou e fez sucesso com nossa música “Aguardente”. Em 1984 consegui
comprar uma casinha em Itaipu aonde fiquei até 2003, saí por um tempo, voltei
em 2013 e estou até hoje por aqui.
Em 1989 voltei a São Paulo para participar do Festival Rímula
de música Regional e fui ao programa “Empório Brasileiro” do
Rolando Boldrin.
Em 1992, gravei o vinil “Terra à Vista” pela Niterói
Discos com produção de Geraldo Brandão e Ezio Filho com participações dos
músicos Marcos Nimirichter nas teclas, Geraldo Brandão na guitarra, Ezio Filho
no baixo, Paulão Menezes e Júlio Pimentel na percussão, Guilherme Bedran no
violino e Alex Paz na Zampoña.
Em 1998, gravei o CD “Mata Atlântica”, produção
independente com o parceiro Nilo Pinta tivemos participações de Nilo
Pinta-teclados, violão, guitarra e vocal, Paulão Menezes-percussão, Marcelo
Martins-Sax e Rodrigo Rodriguez-gaita. Nesse CD tem duas grandes parcerias com Artur
Gomes: Papagaio da Quitanda, Cantas Que Canta e Tema de Encontro.
Em 2001, gravei o CD “Bicho Grilo” Forró em Lumiar com
Marcos Sabino e Amadeu Signorelli com participações de Amadeu-baixo e sanfona,
Marcos Sabino-violão, guitarra, vocais, Jacaré e Paulão Menezes –percussão,
Ciranda-violão, zabumba e vocais.
Nesse mesmo ano, o xote “Dança do coração”,
parceria nossa com o Artur Gomes foi gravado pela Amelinha e pelo grupo
Forró Bem-te-vi.
Em 2004, lançamos o CD “Amore, amour, love, amor”,
produção independente com Nilo Pinta com participações de Artur Maia-baixo,
Nilo Pinta-teclados, violão, guitarra e vocal.
Em 2015, produzimos o CD “Brilhante Kapi” com participação de
Marcio Selles-viola da gamba.
Em 2016, produzimos com Marco Valença o CD “Parceiros”,
participações de Nilo Pinta-violão,
Maurício Menezes-teclados, Fábio Barbosa-violão 7 cordas, Lula
Espírito Santo-cavaco, Biafra-voz, Zezé Rocha-voz, Guilherme Bedran-rabeca e
Paulão Menezes-percussão. O lançamento foi no show Marco 60, realizado no
Teatro Municipal de Niterói.
Em 2018, produzimos o CD de bhajans “Cores do Bem”.
Em 2024, participamos do CD “Criancices” do grupo Emanamantra.
Continuamos trabalhando na música com aulas de flauta, violão,
ukulele e percussão, produções de áudios e vídeos em nosso estúdio caseiro
Cirandarte.
Na parte de áudio temos a coordenação de Nilo Pinta, nos
vídeos Elvira Bagarolli
Agradecemos a todos e todas que participam de alguma forma da
nossa caminhada até aqui.
Paulo Ciranda.
Itaipu-Niterói-RJ – 27 março
2025
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