sexta-feira, 15 de novembro de 2024

O Poeta Enquanto Coisa

o dia passa
a noite passa
poesia passa
passagem passa
cerveja passa
conhac passa
música passa
poema passa
desejo passa
paisagem passa
vinho passa
a uva passa
a vida passa
a viagem continua

Artur Gomes
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 Oswal Di ana

 

vendo

pagu acesa

em fogo exposta

e toda encosta

desta coisa nostra

realidade bosta

desta coisa

vendo

 

Artur Gomes

In BraziLírica Pereira : A Traição da Metáforas – Alpharrabio Edições – 2000

 

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O Poeta Enquanto Coisa, de Artur Gomes -  lançado em 2020 pela Litteralux com prefácio de Igor Fagundes, tem relançamentos dia 3 de dezembro 19h, na Balbúrdia Poética 4,  Patuscada, Livraria Café & Bar – Rua Luís Murat, 40 – São Paulo-SP e dia 7 de dezembro no Saralpha - Alpharrabio, Santo André-SP

Artur Gomes – assinatura por vir, heteronímica, heteromórfica – assim apresenta em O poeta enquanto coisa suas juras não mais secretas, mas públicas, ainda púbicas, aos afetos que compõem e decompõem sua literaturavida. Seus versos são rascunhos, rasuras e ranhuras a passar a limpo os nexos e os nervos de sua fatura formal e estilística, deixando sobre a página tanto um rastro de unha quanto o esmalte dos escritos e vozes que em sua alma avultam e nos dedos instauram cutículas.  

Fragmento do prefácio de Igor Fagundes, doutor em Letras pela UFRJ, autor os livros Pensamento Dança, Macumbança e do recém lançado Santo. 

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                                    Um rio

 

Era uma vez…

Um rio

Que de tão vazio,

já não era rio

e nem riachão,

tão pouco riacho.


Não era regato,

nem era arroio,

muito menos corgo.


Era uma vez…

um rio

que, de tanta cheia,

já não era rio

e nem ribeirão.


Era mais que Negro,

era mais que Pomba,

era mais que Pedra,

era mais que Pardo,

era mais que Preto,

bem maior ainda

que um rio grande.


Era uma vez…

um rio

que de tão antigo

era temporário,

era obsequente,

era um rio tapado

e antecedente.


Que não tinha foz,

que não tinha leito,

que não tinha margem

e nem afluente,

tão pouco nascente.


Mas que era um rio.


Não era das Velhas,

não era das Almas,

não era das Mortes.


Era um Paraíba,

era um Paraná,

era um rio parado.


Rio de enchentes,

rio de vazantes,

rio de repentes:

Um rio calado:


Sem Pirá-bandeira,

Sem Piracajara,

Sem Piracanjuba.


Em suas águas

não havia Pira

não havia íba,

não havia jica,

não havia juba.


Nem Pirá-andira,

nem Piraiapeva,

nem Pirarucu.


Era um rio assim:

Sem pirá nenhum.


Mas que era um rio.


Era uma vez….

Um rio.


Que, de tão inerte,

Já não era rio.


Não desaguou no mar,

não desaguou num lago,

nem em outro rio.


É um rio antigo,

que de tão contido

não é natureza.

Um dia foi rio,

há muito é represa.

 

Antônio Roberto Góis Cavalcanti(Kapi)

 

foto: Artur Gomes

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musaum

 

o mistério não está

no espírito de carne de

porco

quanto torto

me entrego a ti

por ela

poesia Guarda:

noturna sentinela

 

B

no coração dos boatos

 

isso aqui não é a hora da estrela, minha mãe não é alice.

que apesar de freira, de hábito, só tinha o vício de me prender por entre o crucifixo colocado entre as suas pernas.

macabea vivia  falando sozinha pelos corredores federais da outra inquisição.

conseguia de vez em quando reunir alguns habitantes mal informados sobre a ressurreição das artes aromáticas , e passava o tempo querendo mostrar seus dotes culinários nua e crua.

estuprada pelos estivadores daquele cais do porto tentou arrancar o sexo com as unhas e enlouqueceu uivando como loba amarrada a santa cruz

de uma cabrália velha igrejinha

 

enquanto na primeira missa

o galo camões bem galinha

chocando o ovo do índio

ou

pero vais que caminha 





Sarau Cultural

A Vitória Com Você

Ontem 22 de novembro, no CDL, celebrando a eleição do Professor Wainer Teixeira de Castro, para a Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes-RJ e comemorando o aniversário da nossa querida amiga e companheira de trabalho no Palácio da Cultura: Glória Jacinto, com música, teatro e poesia  além de uma homenagem a memória do já saudoso poeta, escritor e jornalista Wilmar Rangel.

 

Com as as participações dos músicos: Wesllen Martins, Dalton Freire, Reubes Pess e João do Violino.

ator: Jonas Meneses, atriz Estéfany e das atrizes mirins:  Ester Gomes, Rebeca Anselmo, Maria Ysraela e

Brenda Alessandra integrantes do grupo Gota coordenado por Simone Jardim

 

Produção: Glória Jacinto e Artur Gomes

Coordenação e Apresentação: Artur Gomes

 

Fotos: Welliton Rangel



um lance de dados

 

doze e quarenta

e seis

mallarmè

na hora incerta

dormindo

visível na besta

sinal inviável

na quarta

dedo de deus

na segunda

 jogando dado

na sexta


 

Leminsk i Ando

 

só olho ana       à vera

faça outono ou primavera

quantas eras

quantas anas

em carNA val

meu olho disse:

 

ana à vera

vera ana

ana clara

claralice

vejo ana

lendo Eunice

quando li

eu vi lua na

 

e

ana ali

só vi

lia ana

ana/verso

anAlice


macabea vocifera

 

lady gumes , a diretora geral do brazilírico presídio federal de assombradado, impressionada com a decisão pungente das metáforas em produzir libertinagens, traçou um plano para que as meninas pudessem vez em quando sobrevoar os céus do parador em grande falo gigante, capricórnio tropical.

macabea, a ofendida tentou de tudo; forjou mentiras, corrompeu guardas, comprou juízes, cooptou alunos, advogados de deus e do diabo.

 - “não estou aqui para que pintores sem a mínima competência tentem lambuzar com qualquer tinta de porra a minha estrela que não sobe”. vociferava.

mas lady, decidida, prosseguiu afiando a faca de dois gumes e, no momento exato final e derradeiro, serrou as grades de ferro que amarravam as portas do corredor central. assim feito, as metáforas puderam saborear o vôo do zepelin rasante, com seu másculo músculo animal,  e  as metáforas se abriram, igualzinho, igual à geni da tropicália, filha do chico da mangueira. 


marcabru

 

delíricamente a metáfora está aí, felaCão de bruxa caldeirão de carne e osso sangue suor cer Veja agora seja como um jogo do acaso tradição de vida e corte severina zeferina atrevida marte morte. macabea travestida no grande círculo místico das letras:

mulher-macho, homem fêmea, atirador de facas, engolidora de fogo, bailarino, domadora, trapezista. Nas escala do 3x4 mascarada ou de retrato seu corpo vale ninguém. 


metáforas em juli A

 

colocar-

me

entre

tuas entre linhas

alinhar-

me

poema líquido

em teu esperma de pedras

espumas brancas do mAr

 

fedras não és

nem seria

o meu navio que velas

quando brincamos de fadas

em teu oceano de areia

quando em meu sonho ponteio

um s em teus olhos ponteia

como um dourado nas águas

quem sabe águias          no AR 


metáforas faustínica

 

o mundo que venci deu-me uma flor

de lótus

que desfio incontinente de malícias

faíscas  na linguagem relâmpagos no meu falo

salivas na minha fala

mesmo em silêncio não calo

 

por cima de qualquer sonho de grego

por dentro de qualquer fosso complexo

o mundo que venci deu-me uma flor

de cactos

que o relógio do meu tempo não tem hora

troféu perigoso esse vassalo

em chão de céus infernos meus cavalos

amando a fátria que fariu língua senhora 


a traição das metáforas

 

não me chamo federika bezerra, nem sou amante de rosa, noiva sim, sem data marcada para casamento,

a aliança de carne ardendo na coxa esquerda.

tudo mais já dito  sobre mim na quarta-feira de cinzas é fato, eu dei o tiro de misericórdia no peito agonizante do papa no palácio do catete.

 

ainda que seja quando aqui e mais além que seja mar

macabea para quem não sabe, escava sua própria cova, e cava com raiva canina o buraco negro urubu.


murilindiamendiana

 

o poeta experimental passeia a sua cueca monossilábica por cima dos pianos da madrugada devorando amoras.

macabea invoca nossa senhora das derrotas

para enfrentar o desvairio.

 

o poeta está nu cio

macabea corre

o poema flama inverso

macabea chora

 

experimental barroco o poeta sobrevoa palácios e urubus. macabea tenta mas não consegue ser pagu

poeta é phoda

macabea pede

o menino faz que não entende

macabea implora

e o poeta põe na metáfora  do cu

  

Artur Gomes

BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas – Alpharrabio Edições – 2000 – leia mais no blog 

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Sarau Cultural

A Vitória com Você

Dia 22 - novembro - 19h

Local: CDL - Av. 7 de setembro, 274

Campos dos Goytacazes-RJ

música teatro e poesia

participações: Artur Gomes + Dalton Freire + Reubes Pess + Jonas Menezes + Estefany + João do Violino + Wesllen Martins + Rogério + Simone Jardim e Grupo Gota

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

22 99815-1268 - zap

@fulinaima @artur.gumes

#fulinaíma #projeto #vitórias #sarau #novembro #poesia #música #teatro

 

 


No próximo dia 23 às 16:hs à convite da minha amiga Renata Barcellos BarcellArtes estaremos nessa live em homenagem a memória de Antônio Cícero

https://www.youtube.com/live/ed5vFBpRtdQ?feature=shared



DIAMANTE 

O amor seria fogo ou ar

em movimento, chama ao vento;

e no entanto é tão duro amar

este amor que o seu elemento

deve ser terra: diamante,

já que dura e fura e tortura

e fica tanto mais brilhante

quanto mais se atrita, e fulgura,

ao que parece, para sempre:

e às vezes volta a ser carvão

a rutilar incandescente

onde é mais funda a escuridão;

e volta indecente esplendor

e loucura e tesão e dor.


Guardar:

“Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.

Em cofre não / se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. / Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto / é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. / Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, / velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela / ou ser por ela. / Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro / Do que pássaros sem voos. / Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se / declara e declama um poema: / Para guardá-lo: / Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: / Guarde o que quer que guarda um poema: / Por isso o lance do poema: / Por guardar-se o que se quer guardar.”

 

“O FIM DA VIDA

 

Conhece da humana lida

a sorte:

O único fim da vida

é a morte

e não há, depois da morte,

mais nada.

Eis o que torna esta vida

sagrada:

Ela é tudo e o resto, nada.”

 

Antônio Cícero

 

INVERNO

Antônio Cícero musicado e gravado por Adriana Calcanhoto

 

No dia em que fui mais feliz

Eu vi um avião

Se espelhar no seu olhar até sumir

De lá pra cá não sei

Caminho ao longo do canal

Faço longas cartas pra ninguém

E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu

Onde foi exatamente que larguei

Naquele dia mesmo

O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino

Sempre me quis só

no deserto sem saudade, sem remorso só

Sem amarras, barco embriagado ao mar

Não sei o que em mim

Só quer me lembrar

Que um dia o céu

reuniu-se à terra um instante por nós dois

pouco antes do ocidente se assombrar.


Antônio Cícero

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BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas

certa vez em assombradado tive uma puta princesa do meu lado e a puta que pariu o presidente dos mil cheques tinha feito sua cama nos telhados da alvorada e a puta mãe depois foi descoberta vendendo alguns saquinhos de pó branco nas estradas vermelhas do planalto central de brazilíica lá pelas bandas da groelândia tupiniquim da bertolínia aziática onde nem pó de guaraná faz mais efeito estava escrito num para-choque de caminhão que trafegava pela estrada na direção transamazônica

Biúte Jóia Pereira 



inquisição:

por sermos duas metáforas novas, frescas, gostosas, desoprimidas e sem qualquer pseudo complexo de fidelidade é que estamos aqui em brazílica pereira, por sugestão da uilcona biúka diante desta outra inquisição. não, ainda não fomos apresentadas a lady federika bezerra. mas, a conhecemos pela sua fama internacional de porta/bandeira. macabea não pode se sentir frustrada pela nossa decisão de estarmos aqui neste confessionário, primeiro, porque não temos, e nunca tivemos nenhum compromisso com ela, segundo, é que alinhamos em outra frente liberal, e desfrutamos de todo direito de ir e vir, ter e dar prazer, gozar da forma que melhor nos convir. sexo? é uma opção  de gosto mesmo. até no palco, por quê não? irônicas? sim, nosso mestre serAfim nos ensinou que do sarcasmo nasce a grande arte. mas o importante é que nós como metáforas não precisamos estar somente em entre/linhas, estamos também nas entre/tuas entre/minhas, e não se trata de traição, procuramos fazer algo diferente, por exemplo, do que já vimos em filmes de Godard, construídos em larga medida só com citações e referências, apoiamo-nos nas coplagens como elementos  básicos para ultrapassá-los e transcende-los. agimos como uma espécie de conspiradoras conscientes dos bens culturais e materiais que nos pertencem como patrimônios da humanidade.

*

uma outra

não deveria, portanto, macabea vociferar aqui sua ira, acusando-nos veladamente de traidoras, sem assumir de fato em atitude pública a destilação desse veneno como palavra que não entra em cena.

as belas letras, para nós, começaram através das letras belas, narcisas pelos próprios nomes: metáforas, e por fidelidade a federika não traímos macabea, apenas não fazemos  parte de uma mesma concepção de que a palavra parte, e as letras que pretendemos belas não são simplesmente nossas, muito menos dela. podemos constatar com gratidão que emergem das lendas, fábulas, crônicas e contos, poemas de uma visão de mundo bem nítida e pessoal. talvez, quiçá, quem sabe única reflexão de ruidurbanos, restos de gravuras e resíduos tipográficos. ou seja: uma série de gestos amorosos, eróticos de novo, repletos de ironias sensuais, doce fervor, fogo de malícias explosão e gozo. por sinal, diga-se de passagem, que essas dimensões éticas, jurídico-morais, nunca nos interessaram. nossas relações com a propriedade privada, em todas as suas formas e    cristalizações históricas, sempre foram tranquilas e sem remorsos. 


1968

Ou

: a investigação

uilcorneana

 

quem és tu uilcon pereira?

que foste fazer na sorbonne

             ter aulas com sartre

               ou cantar a simone

                                            ? 


antilírica

 

eu não sou zen

muito menos zhô

nem tão pouco

zapa

nem ando na contra capa

do teu disquinho

digital

não alinho pela esquerda

nem à direita do fonema

vôo no centro/viagem

olho rasante/miragem

veia pulsante/poema


ilusão Ótica

 

esse Não ç dilha

quando o poço

é mais pra fossa

todo nervo

é mais que osso

 

todo mar é uma

ilha

 

todo samba é mais pra bossa 

  

Artur Gomes

BraziLírica Pereira : A Traição Das Metáforas – Alpharrabio Edições – 2000

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A

nomes ou numes?

- a massa um dia ainda comerá os biscoitos finos que fabrico. cantarolava DuBoi de Baudelaire pelo grande sertão serafim. pesava o trigo, lavava a roupa, amassava o pão. jesus um velho coronel de joão Gullar não querendo saber das massas mandou empastelar a padaria e incendiar o matadouro do caldo de cana. DuBoi pensou então em ir embora de brasílica: sertãozinho, santo André, ribeirão, rio preto, batatais e por fim nova granada de ouro preto e espanha. vestiu seu uniforme de gala e foi prestar depoimento na cpi das metáforas:.

- como produtor das artes cínicas e mentor intelectual da sagaranagem federico de albuquerque Baudelaire vulgo DuBoi de bouvoir, mestre-sala do grêmio recreativo e escola de samba mocidade independente de padre olivácio, tem somente a dizer que virgem aqui só eu. as demais podem dar o capricórnio, peixe, aquário, vênus, quem sabe até balança mas não cai. como mestre-sala dos prazeres dos mares  invisíveis entrego a vocês o destino das metáforas e volto à ilha das sereias. biscoitos finos, massas, padaria nem pão que o diabo amassou, às mulheres deixo somente a fome e meus olhos genitais.

*

drummundana itabirina

fedra margarida a resolvida desfilava pela última vez portando falo. decidira decepar o pênis e desnudar de vez a sua outra mulher. brazílica amanheceu incrédula: manchetes, vozerios, falatórios, assembléias, faixas, cartazes. por todos as vias multivias, multimeios os ofendidos habitantes brazilíricos inconformados com a fedra passearam em plebiscito vociferando Não ao Sim. e  margaria flor impávida lá  foi beira-mar olhando estrelas no cruzeiro. mas césar que não é castro continuou a pigmentar seu mastro  na outra parte da tela. e um dia fedra sorrindo,  com o pênis/baton da louca, foi ao boca de luar da fedra e voltou com o luar  na boca.


 

Dora und (poema de 7 faces) in alguma poesia

 

quando nasci

um anjo alado –

daqueles – viciados

em parati

 

me deu um tapa na bunda

pra que eu logo transformasse

todo horror guardado em pranto

 

- foi ele cortar o umbigo

do sangue eu beber e berrasse –

: drummundo pra todo canto 


quatrilha

 

nasci na cacomanga

que amava tapera

que amava lagamar

que amava ururaí

cresci ali jogando bola

bola de meia bola de gude

em plena juventude

amei na comunidade

me veio então mocidade

com poesia no pulso

com poesia na veia

e nessa teia  aranha tece

um  novo dia amanhece

feliz na  maturidade

metáfora de um outro ser

quero matar a saudade

da terra que me viu crescer

abro a minha fala com esse

          que acabo de escrever

 

Artur Gomes

poema especialmente escrito em 17 novembro 2024 – para a fala que farei no Ciep João Borges Barreto em Ururaí – Campos dos Goytacazes-RJ – no próximo dia 19.

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e ela vai pintando

 o homem com a flor na boca

 com seus pincéis de aquarela

 poema que só é possível

pelas lentes dos olhos dela

 

Artur Gomes

poema do livro

O Homem Com A Flor Na Boca

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*
















Com os Dentes Cravados na Memória

No dia 26/6, de 2019 acompanhado de Álvaro Manhães na guitarra e Iviih Cabral na percussão tive o prazer e honra de abrir a programação da Casa das Artes do SESC Campos, com um fragmento da performance Poesia Para Desconcertos. Tenho uma história ligada ao SESC que já se vão 45 anos. Em 1974 em parceria com Paulo Ciranda vencemos o Festival de Música com a canção Caminho de Paz.

Em 1975 voltei a vencer este mesmo Festival com a canção Ponto de Luz, em parceira com Vitor Meirelles (Pardal). Já perdi as contas de quantas performances das mais variadas multi/faces multi/mídias já fiz no SESC em eventos de Bossa Nova, Rock And Roll e Blues/Jazz. Também já perdi as contas de quantas Oficinas e Cursos nas áreas de Poesia e Teatro, já dirigi por lá.

Meus primeiros trabalhos como ator na década de 70, form realizados no SESC com direção de Orávio De Campos Soares, em 1976 com Fando e Liz, de Fernando Arrabal e em 1977 com Avatar, de Paulo Afonso Grisoli.

Gosto sempre de lembrar que na primeira edição do Boi-Pintadinho(1980), o SESC era o nosso QG, de lá saíamos em cortejo para a rua com o Boi puxado por uma, (então menina) de nome Rosângela, que mas tarde se tornaria Rosinha, a ex-governadora e ex-prefeita de Campos.

Em 2002, foi no SESC Campos que fizemos o primeiro lançamento do CD Fulinaíma Sax Blues Poesia.

A Casa das Artes do SESC Campos, está totalmente equipada e instrumentada para fomentar cultura e a produção artística não só de Campos, mas de toda a região Norte/Noroeste do Estado do Rio.


Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

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          MOENDA

 

usina

mói a cana

o caldo e o bagaço

 

usina

mói o braço

a carne o osso

 

usina

mói o sangue

a fruta e o caroço

 

tritura suga torce

dos pés até o pescoço

 

e do alto da casa grande

os donos do engenho controlam

:

o saldo e o lucro

 

Artur Gomes

dos livros - Suor & Cio - 1985

e Pátria A(r)mada - Editora Desconcertos – 2019 – Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio 2020 – 2ª Edição – 2022

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                              metáfora

 

meta dentro meta fora

que a meta desse trem agora

 é seta nesse tempo duro

meta palavra reta

 para abrir qualquer trincheira

na carne seca do futuro

meta dentro dessa meta

a chama da lamparina

com facho de fogo na retina

 pra clarear o fosso escuro

 

Artur Gomes

Poema do livro Pátria A(r)mada

Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio- 2020 - Desconcertos Editora –

2ª Edição 2022

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