O Homem Com A Flor Na Boca com o livro e a caneta nas mãos - Sarau Cultural - As Multiliguagens no Palácio - Ocupação Poética - Palácio da Cultura - Campos dos Goytacazes-RJ - foto : Antônio Filho
Lançamento em São Paulo dia 29 de novembro no Sarau Gente de Palavra Lançamento em Campos no sarau de dezembro - aguardem informação da data
absinto
impossível
te sentir mais do que já sinto
Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
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com uma câmera nas mãos
um livro no chão
e um poema na cabeça
vamos filmar o poema
antes que desapareça
quem me vê assim
tão comportado
não sabe o que se passa
aqui no centro
não sabe
desse vulcão
em erupção
nesse serTão
do mato dentro
Itamarna é uma cidade morna quase cinza sem brilho mesmo assim pelas noites passeiam por ali vaga-lumes vagabundos com suas asas de lâmpadas lamparinas Irina também passeia por ali pelas madrugadas vestida de quase nada
inútil pensar Irina
vestida de serpentina
como fez Cinzia Farina
em seu poema visual
era uma tarde de chuva
num sonho de carnaval
impossível pensar Clarice em tudo ela me disse que detesta carnaval e assim só de pirraça quero ser seu mestre/sala pra mudar a sua fala e a lançar no temporal
come vento menina
come vento
não há mais metafísica no mundo
do que comer vento
Artur Gomes
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Teatro
do Absurdo 8
a mulher que come
livros – cena 1
Federico - come
vento menina come vento. não há mais metafísica no mundo do que comer vento
Clarice
-
prefiro chocolate
Federico - mas
isso aí é um livro
Clarice
-
não faz mal, é como se fosse
Federico - como
se fosse é muito vago
Clarice
-
pode ser vago pra você mas para mim não é
Federico - você
é muito estranha
Clarice
-
estranha por quê?
Federico
-
parece até que come livros!
Clarice - e o
quê você tem com isso? te incomoda?
Federico -
calma, não precisar se irritar!
Clarice
-
mas quem disse que estou irritada?
Federico - do
jeito que você fala!
Clarice
-
e você queria que eu falasse como?
Federico -
normal
Clarice - mas
eu falo normal como eu falo esse é o meu normal de falar. Se não está gostando dá licença, e para de
fazer perguntas.
Federico -
grossa!
Clarice - não
gosto de muitas perguntas. sou assim mesmo
Federico
-
mas não precisa xingar!
Clarice - e
quem foi que xingou?
Federico - se
não xingou foi quase
Clarice - me
deixa em paz. que eu quero terminar de comer meu livro
Federico - é
doida, comer seu livro?
Clarice
-
modo de dizer. já te disse sou assim mesmo
Federico -
assim mesmo como?
Clarice
-
gosto de comer livros, romances, ficção, principalmente poesia
Federico -
quero dizer que ainda arde tua manhã em minha tarde
Clarice - nem
vem que não tem
Federico - nem
tem o quê?
Clarice - essa
cantada barata
Federico - tua
noite no meu dia
Clarice - vai
insistir?
Federico - tudo em nós que já foi feito com prazer
ainda faria
Clarice - o
que nós já fizemos? tá doido?
Federico -
quero dizer que ainda é cedo ainda tenho um samba/enredo
Clarice
-
fique sabendo que prá mim é tarde
Federico
-
tudo em nós é carnaval é só vestir a fantasia
Clarice
-
detesto carnaval
Federico -
quero ser teu mestre sala e você porta/bandeira. quando chegar a quarta-feira a
gente inventa outra folia
Clarice - você
quer fazer o favor de me deixar de comer meu livro
Federico
-
vai me dizer que não gostou?
Clarice
-
detestei. cantada barata igual a essa eu
já ouvi de um monte
Federico -
duvido!
Clarice -
então fica aí com a sua dúvida por quê quanto a isso eu não tenho nenhuma. e me
dá licença que eu vou terminar de comer meu livro
(lendo o livro)
Federico - come chocolate menina, come chocolate. não há mais meta física no mundo do que comer chocolate.
Sarau
Cutural – As Multilinguagens
Ocupação Poética – no Palácio da Cultura
27 outubro 19h
Clara Abreu : esquete: DANINHA
texto, direção e performance: CLARA ABREU
Clara Abreu : Uma em cada quatro mulheres que já
viveram um relacionamento, sofreram violência exclusivamente dos parceiros.
Esse é o eixo norteador da Esquete Teatral, dando enfoque em
sua característica conjugal e abordando fases do relacionamento abusivo.
DANINHA, como é nomeada a cena, pretende informar e desenvolver reflexões a
cerca deste problema social e, infelizmente, comum.
Clara Abreu, 25
anos, atriz
Início da prática aos 15, pelo Curso Livre de Teatro,
atualmente Licencianda em Teatro pelo Instituto Federal Fluminense. Em parceria
com a Santa Paciência Casa Criativa ofertou oficinas teatrais para crianças e
adolescentes. Melhor Direção pelo trabalho autoral, DANINHA, na Semana da Arte
na Universidade Cândido Mendes, indicação ao de Melhor Atriz pelo Festival
SATED, em 2019, no Teatro de Bolso Procópio Ferreira, onde no mesmo estreou
trabalhos, neste ano de 2023, como Anti Amor, A Última Festa, O Julgamento de
Lúcifer e Conversas com Chocolate.