Sarau Cultural - As Multilinguagens no Museu - 5ª Edição

Museu Histórico de Campos recebe quinta edição do “Sarau Cultural”

Projeto da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima acontece na última sexta-feira de cada mês, sempre no Museu Histórico

O Museu Histórico de Campos dos Goytacazes (MHCG) recebeu, na noite desta sexta-feira (28), a quinta edição do projeto “Sarau Cultural”. Produzido pelo poeta e escritor, Artur Gomes, o encontro reuniu poetas, cantores, músicos e compositores. O evento foi realizado pela Prefeitura, por meio da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), sendo prestigiado por sua presidente, Auxiliadora Freitas. 

 O evento contou com as participações de Adriano Moura, Ique Frias, Bárbara, Marcelo Benjá, Paulo Victor Santana, Saullo Oliveira, Gabriele Almeida, Taiane Santos, Nakamura, Cristiano Peixoto Maciel, Ancorano e Paulo Vela.

 “Realizado na última sexta-feira de cada mês, o Sarau vem mostrando o seu crescimento a cada edição. Ver nosso Museu Histórico recebendo artistas e revelando novos talentos, me enche de alegria. Viva a cultura campista”, disse Auxiliadora Freitas.

 

Artur Gomes resumiu a dinâmica do evento. “Na quinta edição do “Sarau Cultural – As Multilinguagens”, além de música, teatro e poesia, tivemos dicas sobre educação   ambiental e um ensaio com o cortejo do Boi Macutraia, pelos corredores do Museu, com participação da plateia”, destacou.

 

https://www.campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=83180

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educação gramatical

educação gramatical

 

ela tem uma travessão

atravessado

na frente da palavra quero

me diz: espera

não por falta de desejo

tenho medo de dois pontos:

os seus olhos os seus beijos

pra onde você quer me levar

de tudo que a exclamação possa engendrar

respondo:

coloco vírgulas ponto e vírgulas

reticências qualquer outro sinal

abro parênteses

(os meus poemas nunca vão ter ponto final)

 

Artur Gomes

28 julho 2023

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Sarau Cultural - As Multilinguagens no Museu

Nesta sexta 28 julho 19h temos um encontro marcado com Pai João e Mãe Maria, Saullo Oliveira, Gabriele Almeida, Artur Gomes, Paulo Victor Santana, Cristiano Peixoto Maciel e poetas convidados no Sarau Cultural As Multilinguagens no Museu.

 Música Teatro Poesia Cultura Popular e dicas sobre Educação Ambiental.

Espaço aberto para os novos talentos da cidade.

Local: Museu Histórico de Campos dos Goytacazes-RJ

 Participação especial da poeta e atriz Ique Frias

Súbita Escrita

Ique Frias (Campos dos Goytacazes-RJ)

 

Súbita escrita

grita

o que vem de dentro

desce ao mundo

parindo no mais libertador gemido

o poema

meu filho mais bonito 

Ique Frias atua no projeto Letras em Movimento, integra o elenco da peça O Assasianato de Donana Pimenta, tem passagem pelo Curso Livre de Teatro, foi finalista do FestCampos de Poesia Falada de 2022 e atua também no grupo teatral A Caixola de Baco. 

o amor não é apenas um nome

que anda por sobre a pele

uma dia falo letra por letra

no outro calo fome por fome

é que a flor da tua pele

consome a pele do meu nome

 

Artur Gomes - (Esfinge - poema do livro Juras Secretas - Editora Penalux - 2018)

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Local: Museu Histórico de Campos dos Goytacazes-RJ

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com 

22 - 99815-1268 - whatsapp

Curso Teatro de Rua

eu sou a vírgula do outro lado do ponto de interrogação que as reticências me deram  junto aos dois pontos e ao ponto e vírgula para quando for exclamação falar mais alto

 

Curso Teatro de Rua

pesquisa esta semana para estudo e referências: Macunaíma, O Auto da Compadecida, O Santo e a Porca, A Esperteza de Arlequim, A Loucura dos Enamorados, Lisbela e o Prisioneiro, Grupo Tá Na Rua, Oficina Uzina Uzona.

 

Aulas terças e quartas das 15 às 17h

Palácio da Cultura – Campos dos Goytacazes-RJ

Movimento corpo: Lucia Talabi

Preparação de voz: Paulo Victor Santana

Leitura, criação e interpretação de texto: Artur Gomes

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Gran Ciscus das Minas

 

Gran Circus Maravilha das Minas

 Com a chegada do Gran Circus Marvilha das Minas em Campos dos Goytacazes-RJ, algumas novidades serão incorporadas na programação do Sarau Cultural – As Multilinguagens no Museu, a partir da sua 5ª Edição dia 28 de julho no Museu Histórico de Campos.

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A Commedia dell´Arte influenciou a forma como a sátira e a comédia são encenadas até os dias atuais. Este gênero de teatro foi criado na metade do século XV, na Itália. Ela vai se tornar popular na região até meados do século XVIII quando seu estilo cai em decadência e é substituído por outro gênero mais melancólico.

As encenações da commedia dell´arte eram improvisadas a partir de um texto chamado de canovaccio e suas apresentações era feitas em carroças que serviam como palco e também como meio de transporte dos atores, os quais durante a cena tinham total liberdade de interagir com o público.

O gênero explorado era o cômico onde de forma irônica militares, negociantes, banqueiros, nobres e pessoas do alto clero eram ridicularizadas durante a apresentação. Sua principal função era a de entreter a população através da improvisação, música, acrobacias, danças.

Cada ator estudava e se especializava em determinado personagem e o encenava sempre, similar ao que acontece atualmente com os atores palhaços, característica que também foi levada ao cinema sendo um dos exemplos mais conhecidos Charles Chaplin.

As companhias eram itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar, parecido atualmente com a estrutura dos integrantes de circo

Casarão 129 é um Espaço Eco Arte e Associação de Fazedores de Cultura. Muito em breve nele uma Biblioteca Comunitária e Oficinas de  Teatro – Cenografia e Confecções de Máscaras e Cabeças.

 Rua Dr. Matos, 129 – Parque Leopoldina – Campso dos Goytacazes-RJ

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Lady Macabra Nikita

A Rainha da Ala das Vampiras, chegou com o Gran Circus das Minas para a

a Mocidade Independente de Padre Olivácio - A Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo

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Lady Macabra Nikita

Mocidade Independente de Padre Olivácio – A Escola de Samba Oculta no InConsciente Coletivo

 

Na ata de fundação, consta que a Mocidade Independente de Padre Olivácio tenha sido criada em dezembro de 1990 em Ouro Preto-MG, quando levamos uma turma de alunos da então ETFC para conhecer a cidade histórica mineira.

 Mas na verdade, acho que ela nasce um pouco antes, pelos menos no inconsciente, quando escrevo o poema Jogo de Búzios, uma semana antes de irmos para as montanhas das Minas Gerais, onde voltaríamos de lá, com alguns personagens na flor da medula: Gigi Mocidade, Federico Baudelaire, Lady Gumes, Pastor de Andrade, Federika Bezerra, Federico DuBoi, Federika Lispector, EuGênio Mallarmè. Na verdade, Federico DuBoi e Federika Bezerra, já existiam desde 1987 no livro Couro Cru & Carne Viva.

 Pois bem, todos eles transitaram comigo e com os alunos da Oficina de Teatro dentro dos corredores da ETFC, CEFET e IFF por todo o tempo que por lá mantive a chama da Arte Viva, pulsante, acesa ferro na boneca. E agora eis que me surge das minas, dentro dos corredores o IFF diretamente pra Mocidade Independente de Padre Olivácio, Lady Macabra Nikita, a damares da divina graça do estreito canto  que no entanto não sabe quem foi que criou o santo, a vampira que vai dançar no boi.

 

Martin Fierro – crítico de cinema

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Tecidos Sobre A Terra

 

Tecidos sobre a terra

 

Terra,

antes que alguém morra

escrevo prevendo a morte

arriscando a vida

antes que seja tarde

e que a língua

da minha boca

não cubra mais tua ferida

 

entre/aberto

em teus ofícios

é que meu peito de poeta

sangra ao corte das navalhas

e minha veia mais aberta

é mais um rio que se espalha

 

amada de muitos sonhos

e pouco sexo

deposito a minha boca no teu cio

e uma semente fértil

nos teus seios como um rio

o que me dói é ter-te

devorada por estranhos olhos

e deter impulsos por fidelidade

 

ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante

 

minha terra

é de senzalas tantas

enterra em ti

milhões de outras esperanças

soterra em teus grilhões

a voz que tenta – avança

plantada em ti

como canavial que a foice corta

mas cravado em ti

me ponho a luta

mesmo sabendo  - o vão

estreito em cada porta

Moenda

 

usina

mói a cana
o caldo e o bagaço

usina

mói o braço
a carne o osso

usina

mói o sangue
a fruta e o caroço

tritura suga      torce
dos pés até o pescoço

 

e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
: o saldo e o lucro

 

artur gomes

leia mais no blog considerações de vários estudiosos da poética de Artur Gomes

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foto: Alice Lira – Museu da República – Brasília – DF

O Auto do Boi Macutraia

O Auto do Boi Macutraia

 

Era uma vez um Mangue

e por onde andará Macunaíma?

na sua carne no seu sangue

na medula no seu osso

será que ainda existe

algum vestígio de Macunaíma

na veia do  seu pescoço?

 

tá no rabo da sereia

tá no rabo da arraia?

Joilson Bessa   me disse

Kapi ducéu já ensaia

 Macunaíma  vem vindo

na Auto do boi Macutraia

 

levanta meu boi levanta

que é hora de viajar

acorda boi povo todo

povo e boi tem de lutar

 

olha o rabo do boi é boi

a barriga do boi é boi

olha o chifre do boi é boi

e o couro do boi é boi

 

 ê meu boi brasileiro ê boi

pintadinho sem dinheiro ê boi

ê meu boi alazão ê boi

que chifrou o capetão ê boi

 

o meu boi é kabrunco é boi

o meu boi garrutio é boi

o meu boi lamparão ê boi

pra iluminar a multidão é boi

 

o meu boi é cigano é boi

o meu boi é baiano é boi

é também pernambucano é boi

tá  no canto da sereia é boi

 

tá no rabo da arraia é boi

é um boi carnavalhado é boi

veste calça e veste saia é boi

eita boi da macutraia ê boi

 

esse boi sem segredo ê boi

esse boi não tem medo ê boi

se um dia passa fome ê boi

noutro dia nós vira samba-enredo

 

Artur Gomes

www.arturkabrunco.blogspot.com